⚠ AVISO ⚠
Esse capítulo pode conter cenas e descrições que não agrade à todos. Caso se sinta desconfortável, sinta-se à vontade para interromper a leitura ou pular para o próximo.
🌔 🏠 🌔
Após sair correndo pelo quintal, quase tropeçar nos degraus de ambas as escadas e com muita dificuldade abrir a porta do quarto, Marinette entrou com rapidez a batendo com força, após retirar a chave.
Não se incomodou em trancá-la, jogando o corpo contra a madeira e deixando seus pés escorrerem pelo chão. Ali não se incomodava em esconder o choro que já caía há tempo por seu rosto, soluçando e gritando um pouco querendo tirar aquele sentimento do peito.
Seu corpo acertou o piso, dobrando um pouco as pernas em seguida. Agarrava a cabeça com ambas as mãos, puxando os fios com força querendo arrancá-los, esperando que isso melhorasse alguma coisa. Odiava-se. Não conseguia pensar em outro momento em sua vida ao qual se odiou tanto quanto aquele.
Seu peito doía muito e se pudesse enfiaria a mão dentro de seu corpo para arrancar a causa de tanta dor. Um peso descomunal lhe atingiu. Sentia-se espremida contra duas paredes grossas que lhe impediam de se mover, até respirar era um pequeno sacrifício. Ao mesmo tempo, era como se seus pulmões se inundassem com água salgada enquanto correntes lhe puxavam para o fundo do oceano.
Não poderia ficar sozinha, sabia que não poderia. Iria surtar ou talvez até fazer uma besteira.
Conseguiu se prender à maçaneta da porta e erguer o corpo minimamente para dizer que se mantinha de pé. Sua visão estava embaçada por conta das lágrimas e o nariz entupido sendo possível puxar o ar apenas pela boca. Bastava girá-la e poderia buscar uma companhia para passar o resto da noite, mas não conseguia.
Tikki e Nooroo estavam fora de cogitação. Fazia dias que não via Pollen e com que cara apareceria na biblioteca para conversar com Wayzz? Não teria como explicar toda a situação sem revelar para ele coisas que não tinha coragem de fazer no momento. Soltou a maçaneta e afastou-se um pouco, com o corpo cambaleante.
Olhava para os lados como se não soubesse mais onde estava. Seus olhos corriam por toda a mobília, por todos os detalhes do cômodo. Girava o corpo devagar, as cortinas abertas. Deu um soluço choroso, conseguiu criar forças para mover os pés mesmo parecendo estarem presos a esferas de ferro. Ainda tropeçou quando se aproximou da cadeira e com sorte ambos não foram direto ao chão.
Pegou o celular sobre a mesa, o tirando do carregador, não se importando se a carga estava em uma porcentagem descente. Sentou-se com cuidado, como se seu corpo fosse frágil demais para suportar o mínimo de impacto. Conseguiu limpar um pouco as lágrimas usando a manga da jaqueta e poder focar na tela brilhante onde, mesmo com a luz acesa, causava um pouco de incômodo.
Estava um pouco tarde e não tinha coragem de ligar para qualquer um. Limpou o nariz antes de abrir o aplicativo de mensagens. Arriscou Nathaniel, mas a resposta não vinha. Pensou logo em uma das meninas, mas nenhuma delas parecia estar online recentemente.
Era sábado à noite, eles tinham uma vida, famílias... Claro que ninguém estaria disponível. Ninguém era "vagabundo" como ela.
Então sua mente se iluminou, conseguindo sentir a lâmpada acesa sobre sua cabeça como em um desenho antigo. Fechou o aplicativo e abriu sua agenda, seus dedos pareciam se mover de forma automática até encontrarem o contato de Luka. Bastava apertar um botão e a chamada se iniciaria, mas não conseguiu. Não tinha coragem de fazer aquilo com ele, mesmo sabendo que ouviria cada palavra que tinha a dizer, independente do quanto aquilo o machucasse.
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A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]
FanfictionDesempregada e com uma ordem de despejo sobre a mesa, o único lugar que aceita contratar Marinette é a famigerada Mansão Agreste. Cercada por lendas e superstições, a garota não se vê intimidada por isso devido ao seu ceticismo, mudando-se para a re...