Capítulo 06

833 99 64
                                    

Novamente um serviço rápido. Em quase quatro horas estava tudo pronto. Marinette saia da dispensa, indo em direção à sala de jantar enquanto mexia em seu telefone. Mesmo com o farto e tardio café da manhã, o constante sobe e desce de escadas que realizou hoje provavelmente ajudou a despertar seu apetite.

Apesar de o aroma não se destacar tanto quanto o daquela manhã, a comida sem dúvidas parecia divina. A mesa parecia intocada e recém-trocada. Guardando o celular no bolso, começou a se servir. Novamente os bons modos pareciam escapar de sua mente, enchendo o prato de comida, sem exagerar. Sabia medir sua fome e tinha certeza que nada ali seria desperdiçado.

Pondo o prato na mesa, foi pegar um copo com suco. Os sabores eram bastante variados se comparados a qualquer outro lugar, onde normalmente se tinha apenas um ou dois, ali ela poderia escolher entre cinco. O escolhido de hoje foi groselha. Após encher o copo, o virou delicadamente na boca apenas para molhar os lábios, retornando para a mesa em seu costumeiro assento na ponta.

Deixou o celular desbloqueado sobre a superfície. Intercalava uma garfada ou duas com os rápidos olhares para a tela. Alya disse também estar almoçando, mas dado a velocidade e frequência que suas mensagens chegavam, duvidava muito que a comida estava ao menos sendo lembrada no prato da morena.

Insistia em ter notícias da amiga dado o lugar em que se encontrava. Aparentemente ainda possuía um peso na consciência achando que a mandou para uma verdadeira toca de lobos. Ou deveria dizer lobisomens? Riu com a possibilidade, divertindo-se com aquilo.

[Eu]
Está tudo bem Alya
Pensei que você fosse a fanática do sobrenatural
Não a louca

[Ally]
Claro que eu sou!
Isso não muda a má fama que esse lugar tem!
Não pense que não analisei cada foto que me mandou
Sem fantasmas no seu quarto, mas um sal grosso na porta é sempre bom

Ela tentou segurar a risada alta e escandalosa que sentiu vontade de dar, derrubando a comida que estava em seu garfo de volta ao prato.

[Ally]
Obviamente não muda o fato da minha melhor amiga morar num covil de vampiros

[Eu]
Covil de vampiros?
Como tem tanta certeza?

[Ally]
Casa antiga
Bem decorada
Moradores bem vestidos
O que mais poderia ser?

Continuava rindo daquilo tentando não soar muito alto. Bloqueou o celular por alguns instantes ou não conseguiria terminar de comer tão cedo. Ouvia o aparelho vibrando sobre a superfície de madeira com novas mensagens sendo recebidas.

Finalizou o suco antes de desbloquear a tela novamente. Não era necessário uma resposta, então pôs o aparelho no bolso, juntou sua bagunça e foi em direção a cozinha.

Novamente a menina a encarava de forma estática. Mesmo os cumprimentos dela não faziam a pequena responder ou muito menos se mover. Como sempre, procurava não demorar no ambiente para não incomoda-la mais do que já estava. O fato de estar constantemente sendo observada naquele lugar também a incomodava um pouco.

Alya já estava a caminho. Ela havia pedido a localização pelo GPS e esperava conseguir acertar. Segundo ela, fazia alguns anos desde que fora para aquele lado da cidade, mesmo Marinette garantindo que não havia nada por ali além da casa.

Subindo as escadas, ela voltou para o quarto onde pegou a enorme bolsa esportiva, agora vazia, e a pôs sobre o ombro. Pensou em levar sua mochila também, mas se deu conta dela ainda possuir algumas coisas e isso provavelmente a atrapalharia um pouco.

Seu celular tocou no bolso, era Alya. A morena avisava já esperá-la do lado de fora. Andando para a janela, Marinette discretamente puxou a cortina e realmente viu o carro da amiga pelo vidro. Pediu alguns minutos, já estava descendo.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora