Airon Bonucci
O relógio marcava uma hora da manhã, no momento em que Airon chegou ao endereço escrito no bilhete por Melina, entregue à ele momento antes de saírem do rancho. Era em outra cidade e a pequena casa à frente mostrava que o lugar era proposital para encontros. De longe ele observa a rua estreita com pouca iluminação, mas ainda assim, era perceptível os homens armados escondidos atrás dos muros de umas casas aparentemente abandonada.
— Tem dez homens te cercando, todos armados com AK-47. Estamos de M-16, mano. Até que podemos brincar — Airon escuta Vincent informar através da escuta em seu ouvido, e assente discretamente voltando a andar até a casa.
Era arriscado. A essa altura do campeonato todos já sabiam quem ele era, e se por acaso deixasse o receio falar mais alto, com certeza sairia dali com vários buracos de bala em seu corpo. Ele precisava agir, mostrar sua posição e demostrar toda coragem insana que havia dentro de si. Mesmo sendo dez contra um.
Ainda que tivesse Vincent e seus seguranças, os caras daqui eram muito mais hierarquicamente eficientes e imponentes. Antes dele chegar até a porta, um tiro ecoa arrepiando seus braços: ele estava sendo recepcionado.
— Está fraco, demônio. — Um chute acerta Airon, que cai ao chão e logo em seguida tem seu rosto socado repetidas vezes.
A adrenalina sobe e o que ele guardava, começa a ser revelado... Fazia tempos que Airon não lutava e de certo modo, sentia como se o corpo clamasse por uma libertação.
Cuspindo o sangue de sua boca, ele se levanta. O homem em sua frente é branco, de altura mediana e possui fortes músculos em toda extensão do corpo, e ele era o sacrifício da noite. Um soldado disposto a dar sua vida pela do Capo.
— O mal do ser humano é ser autossuficiente a ponto de menosprezar a força do outro — Airon responde antes de dar um chute lateral perfeito, sendo capaz de ouvir o estalar na coluna do homem.
A vontade era de mata-lo, socando com toda força que tinha a ponto da cabeça se desfarelar pelos seus dedos, mas seu inconsciente o fazia sentir o cheiro de flores... e ele apenas finaliza em segundos o homem já machucado, que desmaia no chão.
— Eu estava me perguntando, quanto tempo você demoraria a vir até mim, Airon Bonucci.
Da porta surge um outro homem, alto com a barba ruiva aparada, nas suas mãos jazia uma bastão preto envernizado e atrás de si duas mulheres, uma negra e outra loira, com vestidos curtos, o acompanhavam. Chegando mais perto o homem o encara fixamente com seus olhos azuis claros.
— Capo, Lorenzo Jehovin — Airon faz um breve cumprimento abaixando a cabeça.
— Levante-se, Boss.
— Não sou um chefe.
— Não podemos fugir da família, Airon. Os Bonucci tem um valor bastante estimado.
— Eu não ligo para valores, capo! Eu vim aqui por um propósito.
— Bom, se você não é mais da família... nós não temos nada a tratar — Lorenzo ameaça a sair, mas volta sorrindo. — ou podemos fazer um trato.
— O que você quer?
— Uma aliança, terei liberdade para atuar em seu território e usar o nome da sua família quando bem entender. Simples, Airon.
— Você quer liderar o meu legado?
— Sim, perdemos bastante fornecedores depois que seus pais morreram e logo após você não sucedeu efetivamente o legado, quero exercer o controle da sua casa.
— Aceito! — Airon estende a palma da mão para selar o acordo, mas Lorenzo apenas sorri, deixando visível uma covinha na bochecha.
— Mas não depende só de você...
— Eu sou o único sucessor da casa.
— Será? Talvez seu amigo, Vincent, queira se juntar a nós. — Após falar isso, Lorenzo vira para olhar atrás de Airon, onde o amigo vem sendo seguido por dois brutamontes armados.
— O que Vincent tem a ver com isso, Lorenzo?
— Os Jones? Tudo... nada que uma troca justa. Raul foi o melhor amigo do seu pai por anos, Airon. Contudo, sempre precisou de ajuda financeiramente, criando várias dívidas. Uma delas foi com os Miller, seu pai, Vincent. Conhecia os irmãos, Alan e Adam e ele sabia que a casa dos Bonucci seria atacada, Raul só não esperava que vocês saíssem vivos.
— Você está dizendo que o cara que cuidou de mim, sabia que a minha família seria morta?
— Você só pode ser um filha da puta! Para inventar essa merda. — Vincent grita e todos os homens que estavam escondidos aparecem sacando suas armas, mas são repelidos por Lorenzo.
— Vou fingir que não houve essa ofensa, soldado! Apenas por você estar alterado, mas saiba que na próxima vez que me desafiar desta forma, seu corpo será entregue decapitado para a sua família. — O capo o encara com um semblante sério e ameaçador: — não tenho motivos para mentir, já fiz a minha parte, agora é com você, Airon.
— Airon, meus pais nunca fariam isso! — Vincent se aproxima pálido e nervoso, sua fala é rápida e embolada.
— O que você sabe sobre a morte da minha irmã?
Airon não poderia deixar de questionar Capo sobre isso. Se o que ele tinha dito era verdade, talvez pudesse descobrir mais coisas, mesmo que a raiva estivesse começando a consumi-lo, derramando sobre ele os sinais da traição.
— Ah, a pequena Melissa. Uma garotinha encantadora, eu não me meto em brigas de família. Você sabe que vingança é olho por olho, mas confronte o Raul e ele lhe dirá como a sua irmã realmente morreu e tudo o que aconteceu naquele dia.
Quando vocês acham que o mistério já foi revelado, tantantan ( leiam no tom de mistério) rs
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Airon Bonucci
Romansa"A queda ensina o coração." Ele vive no passado. Ela vive no presente. Ele apagado pelas sombras. Ela iluminando os caminhos. "Me quebre em vários pedaços com a tua dor, mas por favor, não me deixe..." Airon Bonucci é um homem que desde cedo desc...