You always had me. (COMPLETA)

~ Não era possível.. ~

Macarena On

Já fazia mais de duas horas que Zulema tinha saído, porra! Eu estava morrendo de fome! Finalmente escuto um barulho na porta.

Batiam na mesma e eu fiquei sem entender. Zulema tinha a chave!

-- Porra Zulema! -Falo me levantando.-
-- Você não levou a porra da cha.. -Abro a porta e me deparo com dois policiais.-

Puta que pariu, fodeu pra mim agora. Aonde Zulema estava? Agora eu iria ser presa, eu não acredito..

-- Prazer, policial Willams! -Ele fala simpático e ri, como se não soubesse que ia foder minha vida agora.-

Fico estatalada na porta. Já era, eles me levariam e eu nunca mais sairia daquele inferno de lugar. Porra, logo agora.

-- Você está presa, Senhorita Ferreiro! -Fala e mostra o destintivo.-
-- Por favor, nos acompanhe. -Diz me segurando e me virando.-

Coloca as algemas em meus punhos. Puta que pariu, aquilo realmente estava acontecendo? O que eu faria?

Vou sendo levada por eles. Como eles descobriram que eu estava lá? E como nem sequer olharam o apartamento para ver se Zulema também estava?

Algo estava errado, mas eu iria descobrir. Tinha dedo daquela filha da puta da inspetora certeza!

Ah, mas ela iria pagar.. Ela que me aguarde, ela ia viver no real inferno depois que eu soubesse de tudo.

Eu ia inferniza-la até ela morrer de tanto pedir perdão. Iria acabar com a vida dela em dois tempos.

Enfim as portas do elevador abrem e saímos do mesmo. Caminho e olho para aquelas pessoas que olhavam para mim com um olhar julgador.

Confesso que me senti mau com aqueles olhares sob mim. Essas pessoas não sabiam metade da minha história para me olharem daquela maneira.

Aqueles olhares diziam tantas coisas. Eu ergo minha cabeça e travo meu maxilar indo em direção ao carro da polícia que estava estacionado em frente ao prédio.

Ele abre a porta do carro e empurra minha cabeça me fazendo entrar ali, e eu me pergunto, aonde porra estava a filha da puta da Zulema?.

Eles dirigem com pressa para a penitenciária e eu juro que sinto uma imensa vontade de chorar e saber o por quê aquilo tudo estava acontecendo comigo.

Eu olho pela janela pensando em tanta coisa, por que não olhei no olho mágico para saber quem era? Talvez eu iria conseguir fugir.

Eram tantos por quês mas simplesmente desisto de pensar. Apenas encosto minha cabeça no banco, fecho os olhos e respiro fundo.. eu já estava fodida mesmo..

[...]

Sinto o carro parar, tenho medo de abrir os olhos mas crio coragem, talvez fosse um sonho ruim e eu tinha acabado de acordar?

Abro os olhos e olho pela janela, vendo aquele maldito lugar novamente, eu acabo de cair na real.

-- Senhorita Ferreiro, venha comigo. -O policial abre a porta estendendo a mão para me ajudar a levantar.-

-- Eu sei me levantar sozinha! -Digo olhando o mesmo e faço uma cara de tédio. Ele dá de ombros e dá um passo para trás para que eu possa sair.-

Respiro fundo e saio do carro com um pouco de dificuldade por causa das algemas em minhas mãos. Estavam apertadas.

Ele caminha ao meu lado segurando em meu braço, me levando para dentro daquele inferno de lugar. Se ele soubesse o quanto eu odeio esse lugar ele me soltaria só de pena.

Entramos lá dentro. Passei pelas revistas e confesso.. ÔH INFERNO! Eu não podia estar ali de novo, não podia.

Depois dessa tortura vou na recepção, eles me dão a minha bandeja com minhas coisas e abrem as portas para eu entrar.

Algumas detentas me olham com cara de taxo, eu fazia o mesmo.. Ai de quem se metesse comigo, eu realmente não estava nada boa.

Caminho devagar encarando aquelas putas até a minha cela. Entro e por um milagre não tem ninguém ali dentro, o que eu agradeço mentalmente. Deito-me na casa e fico pensando. Eu estava ali mesmo?

-- Uma novata.. -Uma voz alegre e brincalhona me faz abrir os olhos. Eu conhecia aquela voz.-

-- Olha, eu sou legal, eu juro de dedinho! -Ela fala se aproximando e meu coração fica acelerado.-

Levanto a cabeça para ter visão da mesma e assim que nossos olhos se encontram eu arregalo os olhos, não era possível.

-- Cachinhos! -Digo contente, caralho era a Cachinhos!-

Ela arregala os olhos e parece não acreditar, dá um passo para trás e abre a boca. Logo vindo em minha direção rápida.

-- Loira! Minha loira! -Cachinhos me abraça forte e me balança de um lado para o outro.-

Nossa, que saudades que eu estava dela. Fiquei triste por saber que ela ainda estava aqui, todas saímos e ela parece que sempre voltava.

Cachinhos parecia não saber viver lá fora, todas conseguiram mas ela.. Ela sempre voltava.

-- Maca eu estou feliz em te ver e saber que você está bem mas.. Por que você está aqui de novo? -Ela pergunta preocupada.-

-- Uma longa história, Cachinhos.. -Digo e suspiro.-
-- Mas me diz, por que você está aqui ainda? Lembro que você saiu.. -Pergunto olhando para a mesma.-

Ela respira fundo, acho que lembrando de coisas que eu não sabia, olha para o chão e depois de alguns minutos me olha.

-- Maca, sabe como é, né? Me pegaram de novo vendendo drogas.. -Ela dá de ombros e força um sorriso de lado.-

-- E quando você vai sair daqui? -Pergunto preocupada.-

-- Hoje ainda! Acredita? Hoje estarei fora daqui de novo. -Diz forçando mais um sorriso.-

Realmente tem gente que não sabe viver a vida lá fora e tem medo. Sendo assim prefere viver na mesmice.

-- Fico feliz por você, Cachinhos.. Agora me prometa que nunca mais vai voltar a pisar aqui, tá? -Falo segurando em suas mãos.-

-- Eu prometo, Maca.. -Diz sem muita certeza.-

Respiro fundo e confirmo com a cabeça olhando a mesma.

-- Ah, Maca! Eu tenho que te ajudar a sair daqui. O que posso fazer? -Ela fala curiosa e percebo que realmente queria me ajudar.-

-- Cachinhos.. -Digo olhando para fora da cela para verificar se não tinha ninguém.-
-- Você pode procurar por Zulema e dizer a ela que eu estou aqui dentro! Ela deve estar louca querendo saber aonde estou. -Digo olhando em seus olhos.-

-- Tá bom.. Tá bom.. -Ela fala confirmando várias vezes com a cabeça.-
-- Eu vou fazer isso por você, Maca.. Eu juro! -Fala e deposita um beijo em minha testa segurando em meu rosto.-

Sorrio para a mesma que também sorre para mim. Um guarda chega e nos interrompe, manda Cachinhos sair pois ela tinha que preencher alguns papéis para a liberdade de hoje ainda.

Ela acena para mim e sai com o guarda. Fico ali sozinha e me deito para descansar. Espero mesmo que Zulema me tire logo daqui.

Fico ali pensando, será que Zulema ia conseguir me libertar? Bom.. Eu espero que sim!

Pensamentos vão e vem e eu acabo dormindo, naquele inferno, naquela cama horrível.. Adormeço.

***

Putz, bixinha da Macaaa. :/

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