Zulema On
Vejo Helena entrando com cuidado apontando a arma. Porra.. Já disse que ela era linda em ação?
Ela me deixava.. Enfim. Foco Zulema. Entro e fico próxima da mesma, não nos distanciaríamos, não ali.
-- Olha, Helena. -Aponto para a cadeira no centro da cabana.-
Tinha um corpo morto, que nem na cabana menor que achei no cofre. Era uma garota.
Certamente enforcaram-na e deixaram-na ai, sozinha.. Que povo desprezível. E ainda mais colocarem algo desses em um cofre.
Helena olha espantada. O cheiro do ambiente era horrível, pelo fato de ser uma cabana velha e onde ela se localizava, ainda mais tinha alguém morto lá dentro.
-- Puta que pariu, Zulema. -Helena diz olhando para aonde eu havia apontado.-
Ela descobriria o que aconteceu e como aconteceu. Era muito inteligente mas eu sabia que ela precisaria de ajuda.
Não ajuda minha mas, da policia. Isso era um baita caso e ela precisaria de mais ajuda.
-- O que você vai fazer? -Pergunto olhando-a e abaixo a minha arma.-
Ela faz o mesmo, me olha e abaixa a sua arma respirando fundo.
-- Chamar ajuda.. Não agora, quando saímos daqui. -Ela diz olhando o local.-
-- Não vamos tocar em nada, aqui não tem rede então temos que voltar até o carro. -Fala respirando fundo.--- Tudo bem.. -Confirmo com a cabeça.-
Íamos saindo da casa.. Deu um vento forte e fechou a porta com força.. Pelo menos foi o que eu pensei.
-- É mentira, não é? -Helena diz assustada.-
-- Calma, só foi um vento forte. -Eu digo tentando acreditar no que eu acabei de falar.-
Vou até a porta, tento uma, duas.. Três vezes e nada da porta abrir. Escutamos uma voz arrastada.
-- Não era para vocês estarem aqui, putas. Agora vão morrer ai dentro. -A voz vem de fora da casa, era pesada e arrastada.-
Olho Helena que tentava ver pela janela, só tinha uma janela. Eu começo a ficar com raiva, não sabia quem era mas quando eu saísse essa pessoa não existiria mais.
-- Eu vou tacar fogo.. Isso mesmo. FOGO! -A voz grita e solta uma risada no final da frase.-
-- Eu não sei quem é, Helena.. Mas você me conheci muito bem. Eu vou matá-lo. -Digo e Helena percebe a fúria em meu olhar.-
-- Calma, Zulema! -Ela diz tentando me acalmar sendo que era impossível.-
Estávamos ouvindo passos fora da cabana. Eu olho pela janela e só consigo ver um pouco.
Parecia um velho, parecia que ele já estava preparado. Algo ele tinha com aquela família.
-- Eu não sei quem você é seu filho da puta mas espera eu sair daqui. -Digo quase gritando e bato forte na janela, vejo ele pegar a gasolina.-
A visão da janela era horrível por ser um vidro velho, mas consigo vê-lo caminhando pelo local e derramando um líquido em volta do mesmo.
Ele ria, jogava mais e mais daquele líquido e pegava o fósforo. Ele sabia que estaríamos ali, com certeza a família daquela mansão tinha pedido e combinado isso com ele.
-- Zulema, e agora?.. -Helena pergunta olhando para mim assustada.-
-- Helena.. -Digo me aproximando dela.-
-- Vamos sair daqui, certo? -Falo colando nossas testas.-Helena fechava os olhos e respirava fundo. Eu bolava um plano na minha cabeça, algo eu tinha que fazer!
-- Até o inferno, putas! -O velho com a voz arrastada e pesada gritava lá fora.-
Certamente ele jogou o fósforo. Eu conseguia sentir uma fumaça muito forte, em questão de segundos pegaria fogo em toda aquela cabana velha.
Velha! Exatamente. Se era velha era fraca. Vou até a janela e Helena olha para mim confusa.
-- O que você vai fazer, Zulema? -Ela pergunta ainda assustada.-
-- Eu não sei você, mas não vamos morrer queimadas. -Digo soltando um sorriso de lado.-
Respiro fundo e me afasto um pouco da janela, tomo força e corro me jogando para fora.
Vidros? Aquilo doeu mas, eu já estava acostumada. A minha história era cheia de altos e baixos.
Muitas porradas.. Eu posso dizer que eu era sim dura na queda. Caio no chão e ainda sentia um cheiro forte da fumaça e do fogo.
O fogo já estava na metade da cabana e já corria pela porta, Helena teria que pular que nem eu.
-- Vem, Helena! Logo! -Digo levantando com dificuldade.-
Vejo Helena pular mas consigo fazer com que ela não caia tão forte no chão. Ela me abraça forte, sinto seu coração acelerado.
Eu abraçava a mesma e alisava seu cabelo afastando-nos dali. Olhava ao redor para ver se via o filho da puta mas tenho certeza que ele já tinha metido o pé fora dali.
O fogo fica maior, consumindo toda a cabana, eu e Helena nos afastamos dali muito rápido.
Caminhavamos juntas, estávamos um pouco machucadas.. Que noite.. Que loucura!
Helena contaria tudo no departamento e eles iriam descobrir o que estava acontecendo. Ela inventaria alguma desculpa sobre ter achado a cabana no cofre já que conhecia a família, bom, ela pensou que os conhecia.
Iria dizer que foi sozinha e tentaram matá-la ali mas, conseguiu se salvar. Não contaria sobre mim, nem podia se quisesse. Eles não sabiam de mim.
Mas me sinto bem em não ter deixado nenhuma de nós morrermos.
-- Zulema eu não sei nem como agradecer. -Ela diz segurando meus braços.-
Paro de caminhar e olho a mesma, ela me olhava e me encarava. Seus olhos estavam cor de mel, eles eram lindos.
-- Nem precisa agradecer, Hele.. -Antes de terminar ela me interrompe com um beijo.-
Ela sela nossos lábios, estávamos cansadas e machucadas mas isso foi como se.. Se curasse nossas feridas.
Nossas línguas entraram em um duelo, lutavam uma com a outra por domínio. Paramos para respirar, era necessário.
-- Eu não consegui resistir.. -Ela diz me olhando e respirando fundo.-
Eu rio baixinho e olho-a, a mesma ria também. Pego em sua mão caminhando com a mesma para fora dali.
Fora daquela floresta. Chegamos no carro e conseguimos tirar aquela lama que estava em volta do pneu.
-- Finalmente. -Helena diz dando partida para fora daquele lugar.-
Encosto a cabeça no banco do carro e respiro fundo aliviada. Agora poderíamos estar mortas!..
Não quero nem pensar nisso. Balanço a cabeça para fugir desses pensamentos e só consigo olhar para o lado vendo Helena dirigindo.
Ela me transmitia paz, calma.. Era tudo o que eu queria, sempre..
***
Aaaaa o que acharam?
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You always had me. (COMPLETA)
FanfictionDurante todos os anos que Zulema e Macarena assaltavam bancos e lojas, uma inspetora misteriosa começou a investigar a fundo, ela sabia basicamente todos os passos das meninas mas, algo a impedia de entrar em ação. Seria o fato dela estar apaixonada...