Dando tempo ao tempo

86 10 6
                                    

"Ei, em quem você está pensando agora?

Quanto a mim, eu estou pensando em você

Eu sinto ao abrir as janelas

Ah, o cheiro da noite

Qual rosto

Aparece em seu coração agora?"

O vestido longo azul royal tinha um fino acabamento de bordados dourados em fios finos pela barra, todo justo acompanhando o formato do corpo curvilíneo e abrindo-se após os joelhos, discreto em questão de decotes e fendas, não os continha, exceto por um muito discreto nos seios, a pequena bolsa clutch tinha acabamentos de metal seguindo os tons do vestido. O cabelo preso em um coque volumoso, alinhado e perfeito com as pontas ocultas no próprio cabelo, um adorno discreto de hime de brilhantes, bem delicado. Encarava-se frente ao espelho e com o celular na mão digitou uma mensagem e a olhou, e após os primeiros minutos voltou atrás e simplesmente a apagou, seguir em frente era deixar realmente tudo para trás.

Escutou a batida na porta e atendeu vendo o Son mais velho de terno escuro completamente diferente do que normalmente via no dia a dia.

Raditz deixou o olhar deslizar por toda a garota analítico e deslumbrando.

—Sabia que azul era a sua cor – ele disse com certa prepotência que a fez revirar os olhos rindo

—Poderia dizer que estou linda em vez disso sabia? -ela comenta

—Aí não teria graça, te provocar parece mais divertido – ele confessa e ela bate no ombro dele.

—Bobo! – disso e dando o braço a ele saíram juntos

A recepção acontecia no Salon of business do Palace Hotel Tokyo. Tudo a toques ocidentais, muito requinte a tal ponto que Chichi chegou até se sentir levemente deslocada.

—Isso não é só uma recepçãozinha – murmurou próximo ao ouvido de Raditz que riu da insegurança boba da garota.

—Relaxa, é só a divisão oriental recebendo uns esnobes americanos – disse Raditz – conhece a pompa que temos ao mostrar serviço e hospitalidade – disse piscando o olho – e depois, você está perfeita.

Ela sentiu a face arder levemente com aquilo.

Seria uma noite de negócios, e Raditz andou quase o tempo todo com a mão na cintura de Chichi a apresentando e a incluindo em suas conversas, só não nas rodas de negócio onde a deixou em companhia das mulheres. Conversas em sua grande maioria chata, mas Chichi aproveitou que grande parte daqueles homens que estavam ali pareciam ter fundamento histórico e seria ótimo esses contatos pra sua pesquisa. Claro que tirar histórias de honra das famílias era fácil, mas ela queria as outras histórias, as de conflitos de guerra, os diários e isso sim era só na base de confiança.

Sem perceber estava junto do grupo americano conversando, percebeu que talvez tivesse mais entrosamento com eles que no meio dos próprios da sua terra natal. Foi divertido, se distraiu e realmente Raditz cumpriu a proposta de tira-la -mesmo que momentaneamente- do torpor que estava, parecia que a fagulhinha do seu brilho próprio voltava. Ela riu, se divertiu, comeu... é... pode se dizer que foi uma noite bem agradável aquela se sentiu incrível, e segura o tempo topo e porque não sentiu algo até aprazível dentro de si diante dos olhares que vira e mexe recebia de Raditz...

Já era tarde quando estavam voltando

—Eu adorei, de verdade, a algum tempo eu não me divertia tanto – ela dizia eufórica

—Eu vi que se entrosou bem com os americanos, o que tanto provou? – perguntou curioso

—Ah... você vai achar chato – ela fala

Uma carta para você (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora