Um acordo de familia

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"Ainda era possível ver a imensa esfera lunar brilhando no céu, estava tão perto que eu sentia que era só estender os dedos e podia toca-la, naquela noite, naquele lugar... não tinha nada além de eu e você e um desejo em comum: ser feliz com tudo que éramos, e ela, a grande lua, brilhava pelo vale todo e tudo que eu tinha certeza é que não importava mais nada... eu te amaria pra sempre..."

— Vamos para a capital do Oeste em uma semana – ele a disse durante o almoço.

— O que seu pai disse? – perguntou ela, curiosa.

— Não vai querer saber – ele riu – mas, temos que dá início as formalidades, então é necessário irmos, os dois...

— Tá, e o que eu preciso saber antes de ir? – ela perguntou ansiosa, e ele a fitou e deu um sorriso curto de lado já pensando em como aquilo ia funcionar com seu pai...

—Tem certeza que é o melhor? – Gine perguntou mais uma vez ao filho.

— Tenho, ela tá muito deprimida e se sente culpada, eu prefiro assim, vamos ficar lá uns dias apenas, eu já conversei com o papai ele não viu problemas.

—É... quem sabe uns dias em Misawa a faça realmente bem – concordou a matriarca dos Sons – e você ficará bem? – pediu Gine.

— Vou sim, não se preocupe kaasan(mãe)

—Ela precisa de tudo, menos de culpa e raiva ouviu? Sei que tem muito do seu egoísmo e sei o quanto tudo isso, o casamento e todo o resto te frustrou, mas por kami, não desconte isso nela, não agora. Me promete isso?

—Prometo mãe – ele disse – vou cuidar dela.

Ele precisou de pouco tempo para estar na casa secundária ali, e assim que entrou no quarto encontrou a garota de cabelos vermelhos encolhida ainda na cama completamente melancólica e deprimida. Ele sentou-se perto dela e deslocou os cabelos para trás da orelha, e ela parecia nem querer olha-lo.

—Hei – ele disse segurando o queixo dela a fazendo olha-lo – vamos para Misawa, hoje ainda. Só eu e você pra esquecer um pouco tudo isso tá bom?

Ela apenas consentiu e ele a tirou dali a forçando a começar a se arrumar e preparar algumas coisas para poderem viajar.

—Eu não pensei que chegaríamos a tanto, eu nem tenho roupa apropriada, eu só trouxe roupas mais de frio e... – Ela falava nervosamente ao pegar a mala no aeroporto internacional da Capital do Oeste, um discurso que ele ouviu tanto que chegava a ser irritante.

—Caramba! Eu achava que ao menos um kimono simples você levava na bolsa – Zomba Raditz a provocando pra dar fim aquilo e ela o bate o fazendo gargalhar – bate como uma garotinha – disse rindo e segurando a cintura dela.

—Idiota! – ela murmurou

—é sério, tá perfeita do jeito que está, não precisa aparecer na porta da casa deles com um yukata, ou um kimono ou sei lá... em fim... você entendeu?

—Eles vão me odiar, eu sinto isso nos meus ossos – ela disse nervosa.

—Bom... vamos torcer para que não – disse Raditz rindo.

Mas talvez o nervosismo dela não fosse seus trajes, ou as formalidades, ou nem os pais dele, o seu nervosismo se remetia a uma única pessoa, Goku. E essa pessoa ao mesmo tempo que ela rezava para ver, suplicava para não cruzar o seu caminho e foi incapaz de perguntar uma única vez para Raditz qualquer coisa sobre ele, afinal eles tinham um acordo, e esse acordo agora seria um contrato e ela pensou se conseguiria levar tudo aquilo adiante, mas ela tinha que o fazer e a sua razão era inabalável.

Uma carta para você (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora