Uma carta para você (concluído)

A garota do sorriso partido

"Nem sempre são arco-íris e borboletas

É o compromisso que nos deixa juntos

Meu coração está cheio e minha porta sempre aberta

Você pode vir qualquer hora que você quiser

...

Eu não me importo de passar todos os dias

Do lado de fora, na sua esquina, na chuva torrencial

Procure a garota com o sorriso partido

Pergunte a ela se ela quer ficar por um tempo"

Frente ao espelho do banheiro, ela olhava aquelas marcas que haviam ficado em seu braço e em seu pescoço agora. Os olhos levemente vermelhos e inchados pela noite mal dormida e aos prantos. Tocou com os dedos levemente o braço para sentir a dor e gemeu. Vestiu então a blusa de mangas longas e gola alta, a fim de esconder tudo aquilo, não estava com a menor vontade de cobrir nada com maquiagem, na verdade agora tinha pouca vontade até de sair do quarto, ou da cama, mas tinhas tantas tarefas naquele dia... melhor não desapontar o marido, não precisava de mais aquilo na sua vida. E respirou fundo saindo banheiro e pegando sua bolsa e suas coisas a fim de ir a faculdade.

Suno estava animada naquela manhã, mas não eufórica, um ânimo feliz que Chichi percebeu de primeira ao se juntar à garota na frente da faculdade pouco antes de entrarem.

– Acho que talvez você estivesse certa – disse Suno, animada – eu... eu acho que eu e o Goku-kun realmente poderíamos ter uma chance de... de nos amarmos novamente – disse Suno e sorriu para Chichi, que lhe sorriu também, tentando mostrar que estava verdadeiramente feliz por ela.

– Isso é... realmente bom Suno, o Goku é.... quer dizer, me parece ser um... um bom marido.

– Ele é... bom, mesmo que a gente tenha todo esse problema agora, ele está mais parecido com o homem por quem me apaixonei, e ele essa noite foi tão... doce e gentil e... eu me senti amada como há muito tempo não me sentia nos braços dele.

– Isso é... poxa estou muito feliz mesmo – disse Chichi

– Nos vemos mais tarde, então! – disse Suno, se juntando às amigas a fim de ir à sua aula deixando Chichi ali.

Aquelas aulas foram uma benção, porque conseguiram, sem dúvidas, tirar todo o seu pensamento, que estava preso na noite anterior, mas como tudo que é bom, acabaram. E logo após almoçar, ela começou as tarefas que tinha da agenda, mas queria tanto o fim daquilo, daquele dia em especial. Não queria ser egoísta, ou tirar o mérito da felicidade de Suno, ela merecia também sua dose de felicidade. Mas realmente doía pensar em Goku, no seu Goku em como ele era e no que agora ele estava vivendo, o martírio que vivia, e repetir na sua mente que estava fazendo aquilo por seu filho, pelo filho deles era o que apaziguava agora sua alma.

Talvez... apenas talvez, tudo ficasse bem, principalmente depois de seu pequeno nascer, talvez ela devesse ser melhor, não tentar o marido, não deveria, afinal, ele era bom... no fundo, ele era. Ela conhecia o lado doce dele, não podia haver apenas pedras, talvez ele tivesse razão, e ela não queria ceder ao que deveria, talvez, só talvez ele tivesse razão que ela deveria ser submissa, afinal ela fizera aquele voto, não é?

Então, por que agora ele pesava tanto quanto uma bigorna de uma tonelada amarrada ao seu pescoço?

Não... Raditz a amava... aquilo era só... o jeito dele exagerado em cuidar, talvez devesse cuidar menos...

Estava tão melancólica, que mal lidava com as coisas, talvez devesse desabafar? Ou distrair um pouco a cabeça...

Pensou em Suno, poderiam sair um pouco andar juntas, ela conhecia tão bem aquela cidade e poderiam ir a algum shopping e...