Uma carta para você (concluído)

O que vai e o que fica

"As dúvidas talvez dessem mais voz, a razão já não fazia presente, talvez velhas mágoas do passado nunca haviam de fato se curado e apenas se calaram... choros sempre serão choros, perdas nunca são de fato reparadas, medos sempre se farão presente e mentiras nunca prevaleceram para sempre!"

—Você quebrou sua promessa a mim! Você me apunhalou pelas costas, me omitiu me... eu ODEIO você Bardock! – ela gritava mais uma vez frente a ele que tentava justificar seus atos

—Minha joia, intenda por favor, não fiz... não tive...

—Eu não quero saber Bardock! não tem palavra, nunca tivera palavra, uma vez um monstro mentiroso, sempre um... – ela chorava e quanto ele fez menção de abraça-la ela o empurrou com força.

—O coração de uma mulher nunca se engana – bradava Gine – prometeu-me algo que não cumpriu Bardock, mas eu sempre cumpro minhas palavras! – determinou Gine- eu sou uma rosa, mas tenho espinhos também!

—Eu só não queria preocupa-la ou...

—Acabou com a nossa família! – ela bradou – aquela garota! o que ela é? Ela ama um, se sujeita ao outro, engravidou de propósito! ela é uma interesseira e...

—Não a julgue Son Gine! – bradou Bardock

—O que? Vai defende-la? Ou será que ela serve ao pai além dos filhos? Todos são mentirosos! Todos vocês! Acabaram comigo, com... Suno....por Kami eu julguei tanto a pobrezinha da Suno e ela engolindo o orgulho... tudo... por uma mentira feita por vocês!

—Não fale assim de mim, Gine! – disse autoritário Bardock – me conhece o bastante... eu tenho meus motivos, não deveria... – ele respirou fundo e ela se curvou aos seus pés...

—Prefere submissão marido? Ou que me cale em definitivo? O que meu marido deseja? – dizia Gine chorando e com raiva – deseja que eu compactue com as mentiras do meu lar?

—Gine... – ele murmurou já vendo que aquilo ia longe e como odiava Raditz naquele instante, a porra do moleque conseguiu!

—Não... peça... vamos! – ela dizia sarcástica em meio ao choro – o sangue do pai se perpetua nos filhos... infelizmente se perpetua... amaldiçoo o dia que te dei o meu voto, a minha vida, e a minha alma... nunca mudou! TUDO! Absolutamente tudo que eu fiz foi sempre prezando o melhor, e você... – ela mordeu o lábio

—Faria diferente?! – ele bradou irritado – vamos! já que é tão boa assim pra solucionar problemas, ME DIGA COMO TERIA AGIDO? – ele gritou a atiçando e acuando ao segurar forte o seu braço a levantando a altura dos seus olhos, a forçando a olha-lo.

— Não teria permitido esse casamento pra início de história! – bradou Gine com fúria – não teria! Tudo isso foi a ruina da minha casa, eu não tenho mais nada! Não pense por um segundo sequer que vou manter-me calada, ou que irei repassar minhas honras aquela garota! Pode ser tarde pra mim! Mas não vou deixar as coisas continuarem erradas!

—O... o que fará?! – questionou ele temoroso ante a impetuosidade da mulher

Mas ela soltou-se de seu aperto e saiu batendo forte a porta.

♦

—Noite difícil né garotão!? Acabou ficando largado sozinho? – Goku sorriu forçadamente ao segurar Gohan no colo.

Ele estava sentado na porta de sua casa e o pequeno que havia sido esquecido no meio da briga toda saiu em busca de seu refúgio familiar da qual desde que aprendera a andar sempre fugia para ali.

E Gohan sorriu ao se aninhar no colo de Goku que afagou os cabelos negros lisos do menino olhando perdido para o tempo.

—Shuno...- pediu o garotinho apontando para dentro familiarizado com a casa, com a família.