Okinawa pt 02

70 10 3
                                    

Ela bateu na porta da suíte vizinha a fim de resolver todo aquele embaraço ao qual o marido forçou. Provaria à sua maneira que poderia ser, sim, sociável com Suno, que poderia resolver suas diferenças com a garota e ir além. Conseguiria o respeito e o gostar de Suno pelo que era e não por tudo que o marido dissera, provaria que os modos antiquados aos quais por vezes mostrava firme resistência naquela casa poderiam facilmente serem remoldados.

A garota de cabelos vermelhos, embora tenha demorado um pouco a atende– la, mostrou na face certo aborrecimento por tê–la ali na porta outra vez... no entanto não abriu a boca para falar nada, não queria ser de certo modo desrespeitosa, por assim dizer, com a droga da garota, que, pelo visto, na visão de Suno, fora chorar suas mágoas e birra para o futuro koshu da família.

– Eu vim avisar que realmente não precisa fazer nada junto comigo, eu conversei com o Raditz e ele disse que a decisão é sua então...

– Ótimo! – disse a garota, sem papas na língua – eu não quero.

– Suno, eu sei que você não está confortável com tudo isso, mas eu quero reafirmar eu não sou sua inimiga, e não quero que você se sinta acuada por causa dessa droga de hierarquia ou qualquer coisa assim, lide comigo como eu sou, eu não ligo pra isso e não quero que você se sinta inferior por qualquer razão.

– Nossa... quanta gentileza e nobreza! – desdenhou a garota – Já que é assim... – disse Suno, e fechou a porta na cara de Chichi.

– Também não precisa ser grossa! – bradou Chichi do outro lado – Achei que fosse mais educada que isso. – No entanto Suno nada respondeu do outro lado – É... pelo visto a educação se resume a regras de família e a eventos. – Murmurou Chichi com uma careta.

Ela então voltou ao seu quarto decidida a não se intimidar com aquilo, faria seu cronograma com ou sem Suno. E, vestindo a sua roupa, se arrumou e então percebeu que durante todo aquele tempo Raditz ainda não havia voltado e já estava perto do anoitecer. Pelo visto, a companhia do marido estava comprometida, o que a irritou de certa forma, principalmente porque mesmo não atendia o celular ou ao menos se dignava a responder às suas mensagens de confirmação, então, decidida, ela saiu da suíte, afinal, não perderia suas oportunidades por uma mera briga de diferença de visão entre ela e o marido.

Desceu e no lobby do hotel pediu por um táxi para iniciar o seu cronograma. Seu bebê, no entanto, agitava-se diante do próprio nervosismo da mãe.

– Agora não! – murmurou Chichi, acariciando o ventre e entrando no veículo na porta do hotel.

No bar, os dois irmãos riam por alguma conversa, presos e entretido em negócios.

– É muito antiquado esse sistema! – disse Raditz fitando o irmão depois de parar de rir – eu não suportaria isso.

– Exato! – disse Goku com ênfase – e quando eu tento opinar, eu sou tratado com um: "Garoto! Você não sabe de nada ainda, mal saiu das fraldas, meus negócios são tratados dessa forma desde de meus antepassados" – disse Goku, imitando a voz do sogro. – Ele é terrivelmente presunçoso e irritante!

– Por que não separa os negócios? – perguntou Raditz, bebericando a caneca de cerveja.

– Sabe que por alguns instantes, raros até eu até pensei, porque sinceramente não sei se aguento até aquele velho deixar os negócios apenas sob meus cuidados, mas daí é um processo muito complicado, e eu, sinceramente, senti preguiça. Fora que seria uma concorrência direta para meu próprio sogro, não sei se isso seria algo tão bem visto pela família da Suno.

– Eles que aprendam a se atualizar! – disse Raditz com ênfase – depois, você já tem todo o necessário, é só reclamar a parte legal do seu próprio acordo, eu já disse que você era meio devagar, não me surpreende ter preguiça de fazer algo assim, o que me surpreenderia era você me mostrar que pode ir além do que todos esperam de você, porque cá entre nós, suas expectativas nessa família são as mais baixas possíveis! – disse Raditz, sem papas na língua – por isso o papai ficou feliz por você escolher a Suno, nem que você tentasse escaparia daquilo. – Riu o mais velho, já levemente embalado pela bebida.

Uma carta para você (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora