Uma carta para você (concluído)

O fim de tudo pt 02

Ele bebia o copo com água enquanto Gine, com um pedaço de algodão embebido em um antisséptico cicatrizante, limpava e tratava alguns pequenos cortes no rosto de seu filho.

—Aiai! – gemeu Goku com o contato sobre o canto do lábio

—Isso vai ficar tão feio! – lamentou-se Gine, que, mesmo diante do ocorrido ali, ainda não proferira nada.

Como mãe, ela sentia seu coração estraçalhado e junto, carregava a vergonha, o desgosto e pensamento que questionava os porquês.

Porque Raditz tivera absolutamente tudo.

Uma das melhores educação que o dinheiro poderia pagar. Teve Gine sempre o incentivando. Teve Bardock sempre o enaltecendo; sempre fora cuidado com zelo e amor, mesmo que o pai estendesse sua criação ao modo tradicional, mas, da parte de Gine, houve flexibilizações.

Como pode um coração e uma alma se corromperem tanto? questionava-se a matriarca, mas como um costume por ela aprendido com sua mãe, ela apenas respirava fundo, erguia a cabeça e lidava com a amargura a trancando dentro de si. mais uma vez...

—Depois melhora – suspirou Goku vendo o pai com a pasta que ele iria levar a Roshi, conferindo os papeis. então ele continuou – A Suno volta em dois dias, e eu estava indo ao Centro, na prefeitura, adiantar a documentação e os formulários e também levava o acordo de Chichi, para Roshi me ajudar a desfazer a união deles – admitiu sério encarando o pai. e nesse instante Gine parou e respirou fundo.

—Onde estão todos? – perguntou Bardock agora tentando entender.

—Na noite do jantar a Suno foi embora, decidida a pedir o divórcio. – Começou Goku

—Isso é muito mal – rosnou Bardock o que fez Goku fazer uma careta, seria possível que mesmo diante de tudo ainda manteriam aquilo?

—E... eu tirei Chichi e Gohan daqui e os escondi – confessou novamente. Agora era o seu tudo ou nada: com apoio ou sem apoio, ele iria em frente. Bastava de tanta dor, de tanto sofrimento e infelicidade.

—Então esse foi o motivo dessa briga com seu irmão? – rosnou Bardock, mesmo que aquilo não retirasse a gravidade do ato de Raditz e seu desapontamento, mas na cabeça de Bardock ao menos justificava a ação do filho. talvez como pai ele ainda tivesse o mínimo fio de esperança que nem tudo havia se perdido, pois mesmo quebrado, Raditz carregara por muito tempo todos os anseios do pai sobre as costas.

—Vai mesmo defende-lo depois disso? – questionou Gine pela primeira vez se pronunciando e Bardock viu, nos olhos da mulher que amava, a dor daquilo – não comece com erros novamente...

Ele suspirou.

—O que exatamente aconteceu? – arguiu Bardock e então Goku se pôs a explicar tudo, desde o principio da briga com o irmão.

—A gente precisa corrigir essa bagunça toda – começou Bardock – lamento guri, mas tem que deixar as coisas assim. Ela é esposa do seu irmão!

—Não! – rosnou Goku impondo-se pela primeira vez.

—Goku, seu foco tem que ser convencer sua mulher a ficar. tem noção do dano que um divórcio com Suno causaria as finanças? tem noção de tudo que está a perder? Até o que construiu. Se ela jogar da forma certa terá que indenizá-la, pensionar e ainda devolver o que já era dela.

—Eu o farei de bom grado se for somente isso! – disse Goku com todas as letras enfrentando o pai. —Eu precisei ir ao inferno pra entender que nada vale mais que a minha felicidade, otousan.

—Son Goku – disse de forma enérgica Gine – o que começa errado não tem conserto!

—Exatamente mãe! e meu casamento com Suno é a prova disso. Eu fiz uma promessa a mulher que eu amo e vou cumpri-la.