Capítulo 2-

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Paro na floricultura e compro suas flores favoritas, as rosas.

Eu ainda me lembro de todas as vezes que ela sempre me dizia que as coisas mais simples são as mais bonitas. De como ela adorava cuidar do jardim, como sempre dizia que a coisa mais linda nas rosas são que elas não precisam de muito para serem lindas e especiais, e que mesmo comum elas são perfeitas. Você faz tanta falta mãe, tanta...

No cemitério há algumas pessoas enterrando alguém, desvio o olhar e sigo para o lugar que sei de cor desde dos meus 18 anos.

Na lápide está escrito:

Rebecca Jones
★ 01/01/1983   ✝19/10/2017

"Você estará sempre viva nos corações de quem te ama."

Foi uma dor sem tamanho, ela faleceu de câncer. Foi um tratamento intenso e difícil, ela sofreu tanto e éramos só nós duas, foram 2 anos de luta e doeu bastante ver ela partir. Ela foi expulsa de casa pelo meu avô, então eu nunca tive nenhum contato com a família materna e ela passou minha vida inteira me falando que meu pai não me quis, que ele sabia que ela estava grávida e sozinha e simplesmente não quis a gente. Então quando minha mãe estava no leito de morte, ela me contou que ele nunca soube sobre mim, que ela nunca contou e que ela tinha mentido para mim porque ela tinha medo, medo de eu querer procurar ele e etc...Eu passei tanto tempo odiando ele por abandonar a gente que o ódio todo que eu tinha se transferiu para minha mãe e eu confesso que odiei ela por um tempo. Mas eu perdoei ela, porque eu sei que ela fez o que achou que era certo.

Retiro as flores que coloquei no
domingo passado e coloco as de hoje. Eu a visito todos os domingos, e trago as flores favoritas da minha mãe
Ela sempre foi minha única família e eu nunca vou parar de trazer flores para ela.

Me inclino e coloco uma rosa solitária no túmulo.

—Oi mãe —Já começo a sentir vontade de chorar. —As coisas não se resolveram com o Marco como eu te falei semana passada mas está tudo bem, eu fiquei com um cara ontem foi o primeiro cara que eu...você sabe, sem ser o Marco, ele era um desconhecido, eu estava um pouco bêbada e acabei nem percebendo que ele era um famoso, foi uma noite bem louca. Eu nunca mais vou fazer esse tipo de coisa mãe, eu juro. Eu sinto sua falta como sempre sinto, agora que o Marco me deixou eu estou tão sozinha e...

Fecho os olhos e respiro fundo.

—Até semana que vem mãe. — Me despeço logo para não acabar soluçando e ficando mal.

Saio do cemitério e limpo minhas lágrimas.

—Está tudo bem com você? — Um cara pergunta e eu olho em sua direção.

—Estou sim — Respondo ao loiro em minha frente.

—Você conhecia meu irmão? — Ele aponta para o enterro que está tendo.

—Meus pêsames pelo seu irmão— Digo — E não, eu não conhecia ele. Sinto muito.

—Não sinta, ele era um idiota. Ele matou 3 pessoas dirigindo em alta velocidade, morrer foi pouco para ele.
—Aquilo pareceu cruel, mas eu entendo ele. As vezes quando sentimos raiva de alguém é o que fazemos. Somos cruéis.

—Você não vai participar do enterro? —Pergunto só por curiosidade.

—Não, na verdade eu estou saindo daqui agora e vou beber. —Ele sorri para mim.— Quer vir comigo ?

—Eu agradeço o convite.

—Mas ? — Ele pergunta sorrindo.

—Mas eu tenho que ir para casa agora. —Respondo pegando a chave do meu carro.

—Beleza, sou o Arthur — Ele estende a mão.

—Alice—Aperto a mão dele com um meio sorriso.

—Foi um prazer conhecer você na porta de um cemitério Alice. E eu vou te dar o número do meu celular agora.
—Ele avisa e eu sorrio.

Eu pego meu celular e ele me passa o número dele, eu faço o mesmo com ele.

—Até qualquer dia Arthur —Ele acena

—Até Alice.

Arthur é bonito, ele parece um surfista australiano clássico de filmes, loiro, forte e de olhos azuis. Ele é muito bonito, seus olhos azuis são mais claros que os meus e sua voz rouca e cabelo cumprido lhe dá um charme. Ele é gato demais.

Começo a dirigir e sigo para minha casa, sozinha, totalmente sozinha, como todos os dias...

Pregnant | Shawn Mendes [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora