Apocalypse

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[JÁ ESTOU DE VOLTA! Gente... capítulo passado eu tinha comentado que tinha sido o maior capítulo até o momento. Pois bem... Este agora é o maior, de longe haha tá IMENSO, eu pensei que não conseguiria terminá-lo nunca. A passagem do início do capítulo é um trecho de uma música de Cigarettes After Sex, que dá nome ao capítulo. Espero sinceramente que vocês gostem e desejo uma ótima leitura...... hehe......]



"Your lips, my lips... apocalypse"


Sasuke demorou para processar a série de eventos tão rápida e improvável. Talvez custasse a entender só o fato de Naruto o procurar em seu apartamento em plena madrugada, então compreender que o loiro não somente estava em sua residência naquele horário, como também o tinha o beijado, dificultava imensamente seu raciocínio. Para piorar ainda mais a situação, sentir os lábios do outro contra os seus tornava quase impossível que ele traçasse algum pensamento linear e sensato sobre tudo aquilo.

Os olhos negros fecharam-se com o contato, ainda que sem domínio sobre o que acontecia. Por instinto, as mãos do moreno foram ligeiras até os ombros de Naruto, apertando com firmeza o tecido macio da camisa, como se pudesse com isso ter algum controle mínimo da situação. Sabia que estava ao seu alcance afastá-lo de si quando quisesse; apesar de repentino, não era como se o Uzumaki estivesse o prendendo ou utilizando força física para fazer com que ele permanecesse ali. Naruto apenas segurava com firmeza as laterais do rosto do Uchiha com as mãos, alinhando a face alguns poucos centímetros para baixo para que os lábios pudessem se encontrar sem impedimentos, e levava o próprio corpo em direção ao de Sasuke, buscando a maior proximidade que conseguia naquelas circunstâncias. Nesse cenário, o moreno teria um amplo arsenal de possibilidades para acabar com aquilo; conseguiria afastar as mãos de Naruto, empurrá-lo para longe de si, dar alguns passos para trás para ganhar distância do outro... Mas nenhuma dessas possibilidades pareciam tentadoras o suficiente para que ele colocasse alguma em ação.

Sentiu Naruto inclinar suavemente a cabeça para o lado para melhor encaixar-se no beijo, talvez um pouco mais confiante por Sasuke não ter rompido o ósculo até o momento. Como esperava, logo em seguida o toque úmido da língua do outro contra seus lábios fez um pedido silencioso para que aprofundassem o contato, e o Uchiha não se viu apto a recusar tal convite. Seus dedos, que amassavam a camisa que o loiro vestia, gradualmente relaxaram enquanto liberavam o tecido, e as mãos se arrastaram vagarosamente para baixo, passeando pelas costas largas do outro, até pousarem em sua lombar, aproveitando o de fato de que, ao pressionar tal área, consequentemente estava pressionando o corpo dele contra o seu. Feito isso, concedeu a passagem que Naruto solicitara, entreabrindo os lábios para que finalmente a língua do outro tomasse seu paladar ao enroscar-se na sua.

Não era a primeira vez que ele e o Uzumaki se beijavam, mas tudo parecia absolutamente inédito para si, possivelmente porque pouco, ou nada, se assemelhava a última vez. Nos últimos dias, tinha se flagrado tentando recordar o sabor do outro em sua boca, rebobinando o beijo tempestuoso em sua mente, mas se deparava sempre com muitos lapsos ao tentar relembrar. Pela explosão de sentimentos e por estarem completamente cóleros no momento, o beijo que deram na sua sala, na universidade, tinha sido marcado sobretudo por uma grande confusão. Agora, mesmo que também tivesse sido uma surpresa para si, era um beijo muito distinto. Não sentia que eles estavam sendo regidos por um acúmulo de raiva, frustração ou pura adrenalina, que os deixavam inteiramente inconsequentes de seus atos. Conscientemente, Naruto havia o beijado. E conscientemente, Sasuke retribuía.

Não poderia inferir, com isso, que partilhavam de uma calmaria naquele momento, não... O mar ainda era turbulento, e vários sentimentos e sensações transbordavam em ambos, porém, de uma outra forma. Uma forma que permitia Sasuke sentir com detalhes o sabor de Naruto, gravar em seu paladar as notas cítricas da língua que serpentava contra a sua, sentir a temperatura morna dos lábios, perceber os dentes afiados que vez ou outra arranhavam seus lábios em mordidas breves. Talvez, se fosse desafiado a citar somente uma semelhança entre este e o primeiro beijo, Sasuke citaria que eles permaneciam com a mesma sincronia que havia o assustado da última vez, e que parecia completamente bem vinda agora.

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