Olá, pessoal! Para esse capítulo e para os próximos, reforço a faixa etária e os avisos/gatilhos que constam na ficha da fanfic, ta bem? Não vou me prolongar porque esse capítulo fala por si. Boa leitura!
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Eruditos de diferentes áreas do conhecimento já expuseram em múltiplas perspectivas suas teorias sobre a natureza humana. Nascemos bons e, a depender do ambiente em que habitamos, tornamo-nos algozes? Ou em nosso âmago já está intrínseco o fardo de que somos, de fato, nosso próprio lobo? Na falta de um consenso sobre a questão, é válido assumirmos ao menos algo que permeia a jornada do gênero humano e o caracteriza profundamente: o ego. Somos uma espécie essencialmente egoísta e, ao passo que tal atributo trouxe-nos benesses, expostas no próprio fato de termos evoluído através dos milênios até os dias correntes, ele também detém seus males. Não nos entendemos como um, dentre tantos outros, habitantes desse planeta, nos vemos como seus verdadeiros proprietários e, assim, todas as outras formas de vidas nos são subservientes. Essa ótica de compreensão da vida nos é injetada desde a primeira dose de oxigênio que preenche nossos inexperientes pulmões, e nos acompanha por todos os ciclos posteriores. Essa crença é, contudo, tão frágil que passamos por um processo gradual e imperceptível de cegueira, na qual desaprendemos a como agir quando algo foge do nosso controle. E por sermos apenas uma mera poeira cósmica num brando universo, deveríamos saber, desde o princípio, que tudo pode fugir do nosso controle. Quando Sasuke tranquilamente saiu do apartamento de Naruto rumo ao estacionamento do prédio para ajudar o outro a trazer alguns livros para cima, ele não esperava que essa certeza o arrebatasse de modo tão cru e lancinante.
Ao se aproximar do local e ouvir um grito agressivo ser esbravejado em plenos pulmões por uma voz desconhecida, uma angustiante sensação afligiu seu íntimo e o fez imediatamente apressar o passo para chegar até o amplo e pouco movimentado estacionamento. No exato instante em que chegou, os olhos negros rapidamente procuraram vasculhar o local, encontrando instantaneamente dois homens com vestes pretas, cujas faces estavam parcialmente cobertas, parados próximos ao carro de Naruto. O veículo, com a porta dianteira aberta, estava com algumas manchas escarlates que se destacavam muitíssimo na pintura branca do automóvel, manchas essas que ele também pôde identificar no chão, formando uma pequena poça de sangue. Arregalados, os olhos do Uchiha ainda foram ligeiros o suficiente para observar, ao longe, a silhueta cambaleante de Naruto, dando passos incertos até despencar quase inanimado atrás de um dos automóveis estacionados na ampla área. Seu coração oscilou, e Sasuke não sabia se a musculatura do órgão tinha ficado subitamente rígida, interrompendo o bombeamento usual de sangue, ou se era exatamente o contrário, as batidas repentinamente frenéticas circulando o sangue ligeiramente para todo o corpo, levando consigo uma carga tão forte de adrenalina que, por milésimos de segundos, Sasuke sentiu um profunda vertigem tomar conta de si. Eles estavam sendo vigiados? Há quanto tempo? A investigação fora descoberta? Todos os indícios do cenário que se desenrolava na frente dos seus olhos faziam Sasuke chegar a tais perguntas, ainda com seu raciocínio altamente comprometido, haja vista o choque que retardava a ordem de seus pensamentos. Porém, sobretudo, havia uma indagação que ofuscava todas as demais. Quem ousou tocar em Naruto?
Um som seco de um 'click' chamou a atenção de Sasuke e rapidamente seus olhos foram em busca da origem do barulho, pousando sobre a imagem de um dos homens e concluindo de imediato de onde tinha vindo o ruído, ao vê-lo segurar uma arma recém engatilhada em suas mãos, os braços estendidos frente ao peito, ao que ele alinhava o revólver em direção aonde Naruto tinha caído, mais a frente, por atrás da incerta proteção de um carro. Alguns anos mais tarde, se alguém um dia o questionar sobre aquele momento, Sasuke talvez não será capaz de explicar a sensação de como o tempo pareceu retardar-se, de modo que cada segundo se prolongava como se estivesse assumindo o lugar dos minutos, bagunçado todo o sistema de medidas responsáveis por apreender os intervalos de tempo. A cena a sua frente o obrigou a sair do estado de letargia, como se um solavanco brusco o trouxesse imediatamente de volta para a realidade, a adrenalina que percorria todo seu corpo por meio do fluxo rápido da circulação sanguínea esvaziava sua mente de qualquer trava que a racionalidade pudesse lhe impor naquele momento. Sentido seu corpo movimentar-se por contra própria, Sasuke avançou num impulso rápido em direção ao homem, sequer pensando em se intimidar com o fato de abordar um sujeito armado, estando ele mesmo de mãos vazias. Dentro de si, não havia sequer um centímetro de espaço comprometido a amedrontar-se diante de tamanha desvantagem, e os passos largos que dava em direção ao homem enquanto corria veloz decretavam a sanidade que escorria para longe de si e deixavam clara qual era sua prioridade naquele momento.
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Diké
RomanceEntre os gregos antigos, recorriam ao culto da deusa Diké aqueles que clamavam pela Justiça, sabendo que a divindade impiedosa não pouparia os corações nefastos e traiçoeiros. A musa tornou-se então o símbolo mor daqueles que em seu ofício lutam pel...