D-Day

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OI, GENTE! SAUDADE!Antes de tudo, sinto que devo desculpas a vocês pela demora na atualização! Acreditem, foi algo que também me frustrou bastante, pois eu vinha com uma frequência de postagem bem satisfatória. Mas muitas coisas aconteceram, tais como: me acidentei e quais perdi o dedo do pé (haha, já tô melhor!), meu dente caiu e tive que fazer uma mini cirurgia (tô melhorando) e as aulas do mestrado voltaram online e levaram parte da minha sanidade mental. Nesse furacão, não tive tempo de escrever, nem inspiração, nem feeling, nem nada ): Mas agora consegui postar e isso que importa! Esse capítulo está IMENSO e eu espero que vocês gostem... Se preparem, muitos altos e baixos... NÃO VOU FALAR MAIS NADA! BOA LEITURA!

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– Sasuke, não acredito que você em plenos 29 anos foi imprudente ao ponto de reagir a um assalto! Logo você!? – A voz de Itachi se alastrava pelo cômodo num tsunami de repreensão e preocupação, as mãos postas em cada lado da face do irmão menor, valendo-se dos poucos centímetros de distância entre eles para que pudesse observar com atenção cirúrgica o hematoma que se destacava no centro do rosto alheio, numa mancha arroxeada que se destacava num desagradável contraste com a tez pálida do menor. Sasuke quedou em silêncio ao mirar o olhar que Itachi lhe dirigia, o cuidado tão genuíno que preenchia os orbes negros do mais velho parecia um portal convidativo para todas as memórias de sua infância, nas quais ele relembrava daquele mesmo olhar posto em sua direção, todas as vezes em que acabara se machucando em alguma brincadeira mais afoita. O Uchiha mais novo nunca soube se aquele zelo era reflexo da personalidade naturalmente benevolente de Itachi, ou se o irmão, consciente ou inconscientemente, tentava recompensar a ausência materna com uma dose sempre exagerada de preocupação, algo que Fugaku, sempre mais distante e sisudo, nunca soube fazê-lo. O pensamento fez Sasuke suspirar ao sentir uma fisgada dura em seu peito, um aperto áspero que o acometia desde o ataque no estacionamento; ainda que não tivesse lhe dado nenhuma trégua até o presente momento, não tinha ainda conseguido se acostumar com a sensação tão nauseante. Havia passado dois dias desde que ele e Naruto foram atacados e Gaara trouxe as informações que conseguira obter por meio do celular que pertencera a Karin, durante o planejamento do assassinato de Hanabi. Dois dias em que Sasuke não mais sabia o que era menos devastador, se ceder a algumas horas de sono e abraçar a vulnerabilidade diante dos constantes pesadelos que vinha encontrando no mundo onírico, ou continuar desperto para acompanhar os próprios pensamento de sua mente destroçada e viver o pesadelo que o mundo real se tornara. – O que você e Naruto têm na cabeça!?

Não sabia se Itachi o questionava retoricamente, mas mesmo se não fosse o caso, Sasuke ainda permaneceu em silêncio. Descobrir que o próprio pai estava por trás dos crimes que ele vinha investigando com tanta determinação colocou Sasuke numa encruzilhada incerta sobre o que fazer em relação a Itachi. O mais novo ansiou ver o irmão mais velho no exato instante em que a informação tão tenebrosa cruzou seus sentidos, mas o que ele diria a Itachi quando o visse? Deus, como humanamente ele teria palavras para dizer aquilo a Itachi? Como conseguiria explicar a situação para o outro, quando tudo aquilo ainda parecia um tormento irreal para si? A preocupação tão branda que irradiava dos olhos de Itachi diante da lesão em seu nariz era a mesma que ocultamente tomava todo o interior de Sasuke.

O Uchiha mais novo, mesmo quando nos anos de sua infância, nunca foi muito adepto das fantasias que enfeitavam as mentes pueris, não se lembrava de ter sido ingênuo o suficiente para desejar ter super poderes ou seguir algum arquétipo dos invencíveis super-heróis. Mas agora Sasuke gostaria de apenas ter o poder de conseguir fazer tudo o que tinha para ser feito sem deixar que nada daquela sujeira um dia chegasse a Itachi. Se possível fosse, preferiria manter toda a dor exatamente onde ela estava agora, no aperto cravado em seu peito, e poupar seu irmão de sentir o mesmo.

DikéOnde histórias criam vida. Descubra agora