"A house made of cards, and stupidly, us inside.
Even if you say it's a useless dream, just stay a little more"
Apenas por volta das cinco da manhã que o improvisado salão de festa estava completamente vazio. O número de pessoas já estava bastante reduzido em meados das três da madrugada, o próprio Sasuke já havia partido há algum tempo, retornando ao seu apartamento. Mas, como em qualquer outra festa, havia sempre os últimos convidados que não sabiam distinguir bem a hora mais educada de ir embora e continuavam a aproveitar os aperitivos e as bebidas até o último segundo da comemoração, jogando conversa fora e prolongando sua ida.
Apesar da leve inconveniência, Shisui acompanhou cordialmente os últimos convidados até a porta, dois homens elegantemente vestidos que o Uchiha não conhecia muito bem, mas que deduzia fazer parte do ciclo de trabalho de Itachi. Após alguns sorrisos e agradecimentos de ambas as partes, Shisui fechou a porta e então contemplou o apartamento vazio; as equipes contratadas para o buffet e para as bebidas igualmente já tinham ido embora. O ambiente continuava encantador, embora que a ligeira bagunça amenizasse um pouco do seu esplendor inicial. O mais velho caminhou pela sala, tentando resistir a vontade de começar a recolher toda a ornamentação e passar a arrumar tudo naquele mesmo instante. Felizmente, seu cansaço conseguiu falar mais alto que sua quase compulsão por organização – algo que ele suspeitava cada vez mais ser algo intrínseco no DNA dos Uchihas – e além disso, ele mesmo já havia contratado alguns funcionários para cuidarem disso na manhã seguinte.
Foi então sem tanto peso na consciência que ele conseguiu caminhar até à suíte de Itachi, vendo a porta do cômodo já aberta. Não entrou, todavia, apenas parou ali e encostou a lateral de seu corpo do vão da porta, de forma relaxada, cruzando seus braços e observando atentamente a figura do mais novo desfazendo os últimos botões do colete que trajava. Ele já havia se despido do smoking e dos sapatos, e seus dedos rapidamente seguraram as barras do colete para retirá-lo de seu torso, jogando a refinada peça na poltrona perto da janela, sem se importar muito em zelá-la. Ao sentir a sensação de estar sendo observado, Itachi levemente inclinou o rosto para o lado, não se surpreendendo quando viu Shisui atrás de si, o olhando com atenção.
– Todos já foram? – Perguntou, suas mãos agora dedicadas na tarefa de desfazer os botões de sua camisa, a presença do outro homem não o impedindo de continuar a se despir. Ao ver o mais velho assentir, continuou. – Pensei que eles iriam se oferecer para ficar pro café da manhã. – O sorriso e o tom jocoso das palavras de Itachi foram suficientes para arrancar uma pequena risada de Shisui, principalmente pela diversão entonava na voz do mais velho. Ele sabia que Itachi, apesar de costumeiramente sério, tinha um dos humores mais fáceis de lidar da família. Definitivamente, muito mais fácil que o de Sasuke, por exemplo. Mas ele sabia que por trás dos sorrisos frouxos do moreno naquele momento, também havia o efeito da leve embriaguez pelas bebidas consumidas durante a festa.
Quando Itachi desabotoou o último botão da sua camisa, não repetiu o mesmo movimento que fez com o colete, para retirar o tecido de seu corpo. Ao invés disso, ainda deixou o tecido por seu ombros, a peça aberta revelando apenas parte de seu torso, e levou suas mãos à calça social, agilmente retirando o cinto e permitindo que o tecido descesse por suas coxas em direção ao chão, onde logo retirou seus pés e se curvou para recolher a peça para depositá-la, como as demais, na mesma poltrona. Não que o corpo de Itachi fosse algo visualmente novo para Shisui, mas seus olhos nunca conseguiam se concentrar em qualquer outra coisa quando o mais novo estava em seu campo de visão, mesmo sabendo que não deveria fazê-lo, não deveria prestar tanta atenção nas coxas arredondadas do maior, no peito parcialmente exposto devido à camisa aberta, na boxer escura que o permitia ver tão fielmente o desenho de suas nádegas. Mas, humanamente falando, teria como Shisui não prestar atenção em nada disso?
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Diké
عاطفيةEntre os gregos antigos, recorriam ao culto da deusa Diké aqueles que clamavam pela Justiça, sabendo que a divindade impiedosa não pouparia os corações nefastos e traiçoeiros. A musa tornou-se então o símbolo mor daqueles que em seu ofício lutam pel...