Capitulo 15

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Xxx Segundo capítulo de hoje que eu prometi pras 14hrs para uma leitora! Já avisei que o pedido de vocês é uma ordem? Só volto amanhã 🤭! Enjoy xxX

Ludmilla Pov

Quando ela disse isso, eu tive vontade de beijá-la, jogá-la naquele cobertor e tirar aquela roupa.
- Podemos ficar em silencio? – ela pediu, e foi assim que ficamos. Eu me senti como se estivesse em casa, como se o mês anterior não tivesse existido, e esse fosse o dia seguinte após os primeiros vinte e um dias mais incríveis da minha vida. Eu podia me permitir esse tipo de felicidade? Ou era pedir demais?
O céu tinha escurecido, e o vento soprava mais frio agora. Eu estava tentando me controlar e tremer o mínimo possível. Brunna soltou meu braço sem dizer nada e se levantou, eu me levantei em seguida, e peguei o cobertor do chão, ela estendeu a mão e eu lhe entreguei o cobertor, então ela começou a andar e fazer o caminho de volta, eu fui para o seu lado.
Alguns segundos depois ela voltou a falar, e isso era bom, ouvir a sua voz era o que eu mais queria nesse momento.
- Você vai me explicar porque raios a sua mãe quer me conhecer? – ela disse erguendo uma sobrancelha e eu ri da sua pergunta inesperada, ela tinha recebido todas as minhas mensagens.
- Eu falei um pouco sobre você e minha mãe também se encantou, agora você vai ter que conhecê-la, você não quer decepcionar a senhora Silvana Oliveira, quer? – ela revirou os olhos.
Estávamos passando pela fábrica, eu olhava para ela e não acreditava ainda que eu estivesse perto novamente.
- Como você descobriu que eu estava no rio? - Ela não perguntou como eu descobri qual hotel, e sim onde ela estava agora, ela devia saber que eu tinha meios de descobrir o que eu queria.
- Eu perguntei ao recepcionista do hotel – ela me olhou mas não disse nada. – Mas ele não quis me responder, e uma senhora ouviu a conversa e então ela me disse ,que alguns garotos disseram a ela que você tinha vindo andar para esses lados os dois dias anteriores. Falando nisso, você poderia por favor parar de se arriscar tanto? – ela olhou para mim com uma sobrancelha erguida - Você estava no meio do nada, sozinha e alguns garotos sabiam onde você estava, você sabe que ninguém iria conseguir te ouvir se alguém tentasse lhe fazer mal não sabe?
- Sim, senhorita autoritária, eu sei.
- Não faça mais isso, por favor – e minha voz sumiu um pouco nas últimas palavras, ela deu um meio sorriso, continuamos andando. A volta parece ter sido mais rápida, eu já conseguia avistar o hotel, seguimos para lá em silencio, quando chegamos ela me deu o cobertor para segurar.
- Preciso pegar uma coisa no carro, espera um pouco – ela tinha alugado um carro também, estava do outro lado do estacionamento, ela voltou com uma mochila preta.
- Você fez reserva nesse hotel também? -Ela perguntou pegando o cobertor de novo.
- Ainda não – eu disse.
Nós entramos e o casal estava na recepção novamente, eles nos olharam e a senhora sorriu para mim, dando um novo tapa no ombro do homem, ela abriu a gaveta e entregou meu passaporte, Brunna ficou olhando a cena, ela seguiu para um corredor, fui atrás dela.
- O que foi isso?
- A mulher pediu um documento para tranqüilizar o homem, provavelmente no caso de eu ser alguma assassina, estupradora ou degoladora – ela deu risada, subimos uma escada e continuamos por um outro corredor, ela parou em uma porta e do bolso traseiro ela tirou a chave. O quarto não era grande, mas era bem arrumado, confortável, moveis escuros, uma grande cama com muitas colchas e edredom, uma janela grande com uma vista de tirar o fôlego, só o horizonte na nossa frente, sem outras construções, nada, só o campo e o céu.
Ela largou a mochila em uma cadeira e se sentou na cama, eu fechei a porta atrás de mim.
- Acho melhor você tirar os sapatos. – ela já estava tirando os dela, eu me sentei ao seu lado e comecei a tirar os meus, ela pegou as nossas meias e levou para o banheiro, eu tirei meu casaco e coloquei na cadeira junto com o embrulho e meus pertences. O quarto estava aquecido, fui até a janela, e a visão era inspiradora, ela voltou, sentou-se na cama e pegou o telefone.
- Por favor, dois chás.. sim, pode trazer também.. obrigada – então ela se virou para mim. - Eu não vou perguntar o que você esta fazendo aqui, mas Ludmilla.. – e ela baixou a cabeça, eu não podia deixar isso acontecer.
- Brunna você não comece, eu acho que você pensa muito mais nas coisas do que eu – ela me olhou.
- Mas foi sem pensar que eu me ferrei, foi sem pensar que eu deixei coisas acontecerem comigo. Ludmilla, eu não vou mais deixar isso acontecer.
- Isso o que? Olha eu sei que coisas ruins aconteceram com você, e eu vim aqui para te falar que eu vou respeitar sempre os seus limites, que eu vou te ajudar a superar seja o que for que tenha acontecido – ela deu um sorriso sarcástico, e ela nunca tinha feito isso antes, bateram na porta, ela se levantou e foi atender. Uma garota entrou e deixou uma bandeja com os chás e biscoitos em cima do móvel, ela deu uma rápida olhada para mim, se virou e saiu pela porta. Brunna foi até a bandeja e serviu as xícaras, me entregando uma. Eu bebi um pouco e olhei para ela.
- Eu estou falando sério Brunna, eu quero que você confie em mim.
- Eu confio em você Ludmilla, eu só não quero me envolver é só isso, nada mais do que isso. – as palavras dela me feriram, o que eu teria que falar para que ela entendesse a situação.
- Você já esta envolvida, e você sabe disso. – ela olhava para o seu chá.
- Você não pode dizer essas coisas. -
Eu larguei minha xícara no móvel, peguei a xícara dela e coloquei junto com a minha, parei a sua frente, puxei a mão para que ela se levantasse e ficasse de frente para mim. Eu olhei naqueles olhos castanhos, e ela me olhava como se quisesse ver a minha alma.
- Você pode negar para mim, como você fez em Miami, mas não para você. E você sabe que sente algo por mim. Sua carta! – então eu tirei ela do bolso e mostrei, ela continuava olhando para os meus olhos.
- Você quer motivos? Eu te darei alguns, aquela noite no hotel, Brunna você não quis ficar em Miami porque você não queria mais me ver, isso me consumiu por dentro, mas agora eu sei e se encaixa no final da sua carta, que você só saiu de Miami porque nós não nos veríamos mais e seria doloroso para você ficar. E você ficou mais do que o planejado por minha causa, admita. – ela havia começado a chorar, eu não queria isso, mas eu sabia que essa era uma reação boa, uma que transformava o que tinha despejado em verdade. Eu coloquei minhas mãos no seu rosto e cheguei um pouco mais perto, falando em um tom mais baixo.
- Você correspondeu ao meu beijo.
Ela chorou mais, eu baixei minhas mãos e puxei ela pra um abraço, ela me abraçou também.
- Eu não posso Ludmilla.
- Você pode e você quer, tanto quanto eu, você só está com medo. – coloquei minha mão em sua nuca, puxando sua cabeça para o meu ombro. - Me ajude com isso Brunna, eu estou tão assustada quanto você, em toda minha vida eu nunca me entreguei a ninguém como estou me entregando agora. Mas a minha vida nunca teve tanto sentido quanto agora.
- Não, eu não posso, eu tenho que ficar sozinha.
- Isso não vai ser possível, por que eu não vou deixar mais você ir a lugar algum sem mim – ela tirou o rosto do meu peito e me fitou.
- Não faça isso Ludmilla, por favor.
- Não adianta você me pedir, eu larguei minhas coisas em Miami para vir até você. Eu passei um mês inteiro tentando te encontrar, e além de encontrar você, eu me encontrei. – mais lágrimas caíram de seus olhos e eu sequei algumas com o dedo. – Você parece tão perdida quanto eu estava a uma hora atrás, mas agora eu estou melhor, estou mais segura e feliz por que eu sei o que eu quero, e o que eu quero está bem aqui nos meus braços. – ela baixou os olhos.
- Isso é frase de caminhoneiro, você sabe disso não é? – ela deu risada e me fez sorrir também, como ela conseguia fazer essas coisas, me fazer sorrir mesmo nesses momentos?
Ela levantou o rosto novamente, eu senti meu coração bater muito forte. Havia um sorriso nos lábios e muitas lágrimas, eu encostei meus lábios nos seus e eles estavam macios, senti o hálito quente dela e dessa vez foi sua língua que veio de encontro a minha. Eu passeio minha mão por trás de seus cabelos, encostando em sua nuca, eu sempre quis fazer isso.
Paramos de nos beijar, eu segurei seu rosto com as minhas mãos, seus olhos estavam muitos claros, a ponta do nariz estava vermelha e os lábios vermelhos e inchados, ela estava linda.
- Você precisa acreditar, eu não sabia disso, hoje eu sei, eu estava esperando você na minha vida. O que você mudou em mim é permanente, é a sensação mais assustadora de toda a minha vida, mas também a mais libertadora de todas, então, por favor Brunna, me dê uma chance... - ela piscou, e respirou fundo, encostei meus lábios novamente nos seus, sua respiração estava acelerada. – Por favor... – eu sussurrei.
Segurei com um pouco mais de força, e ela me beijou com mais urgência, ela subiu suas mãos para minhas costas e me puxou para mais perto, eu a apertei entre os meus braços, seu corpo quente junto ao meu. Eu senti seu cheiro, passei minha mão em seu cabelo, ela realmente me deixava em outro mundo, então eu sabia que iria acontecer, finalmente eu teria ela para mim. Comecei a sentir o efeito que ela causava sobre mim, e eu sabia que ela podia sentir também. Baixei mais minha mão puxando-a para perto, eu queria saber se ela se afastaria, mas não, ela me abraçou carinhosamente, e colocou sua mão em minha nuca, aquilo foi o cúmulo para mim perder todo o juízo que eu ainda tinha.
Fui até a porta virei a chave e apaguei a luz. Já tinha anoitecido, ela estava sentada na cama. Eu tirei a minha camiseta enquanto ela me observava, tirei minha calça, e fui ate ela, beijei seus lábios mais uma vez e levantei sua blusa puxando-a por sua cabeça, eu avancei fazendo com que ela se deitasse na cama.
Me ergui, ficando de joelhos na cama e a olhei. Deus como era linda, ela soltou o feixe do sutiã, e olhou para o meu corpo, e tinha uma ânsia no olhar dela, e provavelmente era a mesma ânsia que havia no meu.
Senti ela se doando de corpo e alma, havia amor, dor e prazer em seus olhos, foi o momento em que ela entendeu que não havia mais volta. Olhei para os seus seios e depois para ela em um ato de permissão, ela assentiu com a cabeça, segurei o esquerdo com as mãos e comecei a massageá-lo, com a boca chupava o direito, eu alternava entre os dois.
Nossos corpos não tinham mais barreiras. Sentir ela nua e quente me fez perceber que eu nunca tinha me sentido tão completa quanto nesse momento, eu beijei seu queixo. Meu corpo não era mais meu, era dela, eu era dela por completa, quase perdi os sentidos ao ouvir os contínuos gemidos.
O quadril dela se movimentou em baixo de mim, ela ergueu os joelhos e senti sua perna nas laterais do meu corpo. Eu voltei meu rosto para o dela e olhando naqueles olhos, eu a penetrei.
***
Nós estávamos trêmulas, e não nos separamos, continuamos abraçadas, até que nossos corpos se acalmasse. Eu levantei meu rosto, ela estava linda, suas bochechas estavam rosadas e seus cabelos um emaranhado castanho, eu beijei o seu queixo, e depois a sua boca, e então sua testa e ela me abraçou, eu queria ficar assim para sempre.
Olhei para fora, o céu não tinha estrelas, mas a noites estava realmente bonita, ela estava rindo quando virei meu rosto para ela.
- Posso saber qual é a graça?
- Eu fico imaginando o que aqueles garotos da recepção não dariam para estar no meu lugar agora. – eu ri com ela. Mas alguns instantes depois ela tornou a ficar seria.
- O que foi?
- Ludmilla, eu não vou prometer nada, eu vou tentar, porque eu realmente gosto de você.
- Eu sei disso, eu vim com isso em mente, eu te disse que respeitaria seus limites, e te ajudaria a superar o que quer que tenham feito com você. – eu a puxei para o meu peito. – Quando você estiver pronta, quando você estiver bem para isso nós conversaremos – e dei um beijo em sua cabeça.
Lembrei que eu não havia trazido nada.
- Eu vim só com a roupa do corpo - ela olhou para o relógio, eram 20h02.
- Acho que seria uma boa idéia se fossemos a cidade comprar algumas roupas, mas temos que ir rápido, porque eu acho que fecha as dez.
- Tudo bem, nós podemos ir e aproveitamos para comer algo por lá. – ela colocou uma calça preta, eu lembrei do seu presente, fui até a cadeira e peguei o embrulho e entreguei a ela.
Ela tirou um outro embrulho de plástico, abriu tirando de dentro uma camiseta cinza, ela olhou para mim franzindo a testa e depois abriu a camiseta, e ela se jogou para trás na cama rindo e com a camiseta em cima se seu tronco. – Jura? – ela perguntou em meio aos risos, eu fiz que sim com a cabeça enquanto colocava meus tênis, ela já tinha colocado o sutiã, e sem pensar duas vezes ela vestiu a camiseta.
Eu tinha pedido para Patrícia levar em alguma estamparia de camisetas, eu pedi que estampassem o desenho que ela tinha feito para mim de dentes britânicos, o que me fez lembrar que meu papel ficou com Patrícia, espero que ela o tenha guardado bem.
- Obrigada! – ela disse, me dando um beijo.
Ela colocou uma blusa por cima, e terminou de se vestir, fomos para fora do quarto, ela estava com a mochila e um pendrive, quando entramos no carro ela o conectou ao som começando a cantar e eu juro, eu poderia morrer ali mesmo, e eu morreria feliz, como eu senti saudades dela cantando no carro. Pegamos a estrada, a cidade ficava perto, não demoramos muito, ela parou a frente de uma grande galeria e estacionou, pegou sua mochila, acionou o alarme e veio para o meu lado, me dando a mão.
- Eu não sei quais marcas ou tipo de roupas que eles vendem aqui, mas pelo menos roupas intimas você precisa –
-E uma blusa mais quente, eu quase morri congelada hoje perto do rio. -
Nós entramos, tinham algumas lojas, pequenas lojas, todas pareciam ser de fabricação própria, tinha de tudo, comida, roupa, cobertores, bolsas, canecas, plantas. Fomos para a sessão de roupas, peguei umas três calças, uma calça de pijama, e algumas camisetas, incluindo uma para dormir, fui para outra parte e peguei calcinhas e meias, peguei também um salto, o meu ainda estava úmido, dei uma olhada em volta e vi Brunna se olhando no espelho, voltei minha atenção as compras e peguei algumas blusas, aqui fazia mais frio que Miami, aproveitei e peguei uma mochila, para guardar as roupas, para quando voltássemos para Miami, acho que com isso eu consigo sobreviver, fui para o caixa, um homem me atendeu.
- Oi, boa noite, mais alguma coisa?
- Não isso é tudo - eu disse a ele pegando minha carteira.
- Está aqui de férias? – agora o homem sorria pra mim, e eu conhecia esse sorriso, olhei para trás e Brunna estava olhando alguns vestidos.
- Não, eu vim para buscar a minha namorada – e eu apontei para Brunna, e o homem parou de sorrir, e continuou passando as compras -
– Ah! Sim, tudo bem – ele colocou as roupas em algumas sacolas.
- Obrigada! – ele acenou com a cabeça primeiro, mas falou depois com a voz baixa – Volte sempre.
Fui até Brunna, que passou seu braço no meu e seguimos para fora.
Paramos em frente a uma lanchonete, fomos para uma mesa pequena no canto, e uma garçonete nos atendeu, Brunna fez um sinal para que eu ficasse quieta.
- Dois hambúrgueres com queijo, batatas e duas cocas bem geladas - a mulher anotou e foi embora. - Você realmente esta aqui! – ela disse me olhando seriamente.
-Sim, e provavelmente teria ido até o Japão se fosse o caso.
- Você é louca. – eu ignorei esse comentário, eu fiquei olhando para ela, e minha vontade era de grudar nossas mãos e não soltar mais, eu não podia perder ela de novo.
- Você quer falar algo? - Ela perguntou.
- Hoje na loja, o homem no caixa deu a entender que estava interessado em mim. – ela ergueu as sobrancelhas.
– Isso não é nenhuma novidade, homens que ficam interessados em você, eu já vi vários – eu sorri.
- Sim, mas quando ele perguntou o motivo de eu estar aqui, eu ...bom.. eu sei que ainda é um pouco cedo, mas eu posso chamar você de minha namorada? – eu não estava pensando muito no que eu estava falando, eu só estava deixando meus sentimentos falarem por mim. Ela franziu a boca e olhou em volta, depois olhou para mim.
- Você sabe que o que estamos fazendo aqui é uma tentativa, eu não me sinto confortável para um relacionamento, mas – ela parou de falar, respirou fundo e então continuou – Mas se nós vamos tentar, então vamos tentar direito. Sim, você pode me chamar de namorada, se é isso que você quer - e ela sorriu revirando os olhos, minhas felicidade não cabia dentro de mim.
Nosso pedido chegou, eu estava morrendo de fome, ela deu um gole em sua coca e depois mostrou a língua para mim.
- Porque você me mandava às mensagens de texto? -
- Porque eu não estava e nem estou preparada para ficar sem você, aquela noite quando você entrou no banheiro... bom eu fiquei em transe com o que havia acontecido, eu fiquei horas do lado de fora do hotel, eu meio que não sabia o que fazer, o dia seguinte eu fiquei catatônica, as pessoas falavam comigo e eu não entendia uma só palavra, até que decidi sair do escritório e ir ver você, já que você não tinha dado sinal de vida, e quando a recepcionista me entregou a carta.. falando que você tinha ido embora, eu fiquei sem chão, eu só pensava que a dor não ia passar e que cada dia seria um tormento sem você por perto. Depois que eu li a carta, eu comecei a encarar a situação de outra forma, e foi ai que tive vontade de te mandar as mensagens, eu não me sentia mais sozinha, e isso me deu forças para todos os dias continuar te procurando. -
- E porque você não me ligou? – eu olhei espantada para ela.-
- Você teria atendido? – ela sorriu.
- Não.
- Foi o que eu imaginei – eu chamei a garçonete e paguei a conta, dando uma nota sem perguntar o valor, assim não entraríamos na velha discussão de quem pagaria a conta, ela franziu a testa. Nós nos levantamos e fomos para o estacionamento, as lojas já tinham fechado, e a rua estava mais escura, ela ligou o som do carro, ela aumentou o som do carro, e como eu imaginava, ela começou a cantar muito alto, toda desafinada, mas era o melhor som de todos.
Ela cantava como se não houvesse amanhã, e esse era um dos milhões de motivos que a faziam tão única, eu pensei em todas as mulheres que eu sai ou pelo menos as que eu conseguia me lembrar, todas bonitas, na minha presença todas sempre se mexiam com delicadeza, não faziam nada de anormal, nenhuma piada, ou brincadeira, não lembro de ter visto nenhuma de calça jeans, ou sem maquiagem, nem bebendo refrigerante. Tudo estava sempre cercado de uma atenção que hoje eu não sei porque estava ali, será que eu não as deixava à vontade? Ou será que elas eram assim mesmo? Olhei para a garota ao meu lado, descabelada, cantando pra quem quisesse ouvir, sempre bonita, do jeito que fosse, com maquiagem, sem maquiagem, com vestido, com calça jeans, com rúcula nos dentes. Era isso que faltava na minha vida, uma Brunna, mas eu pensei melhor uma não, faltava a Brunna.

In Your Eyes - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora