Capitulo 34

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Xxx Quero ressaltar antes de lerem que: ESTÁ HISTÓRIA É DE CUNHO FICTÍCIO, NADA, absolutamente NADA DO QUE ESTÁ ESCRITO AQUI ACONTECEU COM OS PERSONAGENS DE FATO! Enjoy xxX

Ludmilla Pov

-Brunna ?
- Estou aqui? – sua voz estava rouca, ela estava chorando. - Me desculpe Ludmilla. Eu não queria que me vissem chorando, é que aquilo tudo foi demais para mim, me desculpe.
- Demais? Você não gostou? – eu me aproximei e limpei algumas lágrimas em seu rosto.
– Lud, cada palavra que você disse..bem.. Como vou explicar? Você é mais do que eu poderia desejar, para alguém em pedaços como eu, alguém que não acreditava mais em amor, você é o sonho de qualquer mulher, eu achei que não tivesse mais o direito desse tipo de felicidade, eu achei que esse sentimento estava banido para mim.
- Brunna? O que esta acontecendo? – ela limpou as lágrimas e olhou para mim, havia dor no seu rosto, seus olhos não eram mais os mesmos de alguns minutos atrás, eu não pude ver nada ali, não havia brilho, não havia nada, eu não consegui me ver mais nos olhos dela.
- Podemos ir embora por favor?
- Claro.
Fomos para o quarto em silêncio, eu sabia que ela não iria querer me contar nada agora, mas eu tinha que saber, dessa vez eu tinha que saber, quando chegamos, ela foi para o banheiro e ficou lá, eu podia ouvir ela chorando, eu respirei fundo e me segurei, ela precisava do espaço, precisava desse momento sozinha, peguei uma cerveja e fui para a sala para aguardar, mas me levantei no mesmo segundo que ouvi a porta do banheiro se abrir, Brunna surgiu na sala com os olhos e o rosto extremamente vermelho, eu larguei a garrafa e fui abraça - lá, e ela me abraçou com força, com muita força.
- Brunna, eu sei que você tem problemas, que você precisa de espaço, mas dessa vez você vai ter que se abrir comigo, eu não posso deixa você assim, eu tenho que saber o que esta acontecendo, e seja o que for eu vou te ajudar, ou vou compreender. -
Ela começou a chorar de novo nos meus braços, eu beijei sua cabeça, e voltamos para o quarto, ela se soltou de mim e sentou no chão no fim da cama encostando sua cabeça no colchão.
- Eu atendi um telefonema mais cedo, era meu irmão, ele me contou que meu ex tem tentado descobrir onde eu estava, ele disse que ele falou com muita gente e eles não puderam descobrir quem contou a ele, mas agora ele sabe e.. e – ela começou a chorar de novo, eu me sentei ao lado dela, ela respirou fundo e limpou as lágrimas - Ele sabe onde eu estou, e ele disse que se eu não voltar para o Brasil ele vai acabar com a minha vida, ele disse que..
- Brunna calma, ele não pode fazer nada para acabar com a sua vida, você esta aqui, e ele esta no Brasil, e mesmo que ele viesse para cá, eu não deixaria nada acontecer a você.
- Ludmilla, ele disse ao meu irmão que domingo ele estará aqui para me levar de volta, ele disse que se eu não for por bem, ele vai fazer um escândalo na embaixada, vai me acusar de ter trazido drogas ou qualquer outra coisa que seja.
- Ele não pode fazer isso.. –
-Ele não pode, mas ele vai, imagina o meu nome na embaixada, eles vão querer investigar, eu teria que passar por um monte de interrogatórios, e provavelmente teria que voltar para o Brasil, e eu poderia nunca mais conseguir vir para cá Ludmilla, eles não vão descobrir nada, porque não tem o que ser descoberto, mas seria um problema, e porque eles ficariam do meu lado de uma estrangeira? Seria mais fácil fazer um acordo, do tipo, você volta para o seu país sem problemas, mas não pisa mais aqui- ela começou a chorar desesperadamente de novo.
- E porque ele quer que você volte para lá? Vocês não terminaram?
- Eu terminei, eu dei um basta, mas eu já tinha conseguido o visto para viajar, eu já estava deixando tudo pronto para terminar e viajar no dia seguinte, assim ele não viria atrás de mim, quando eu terminei ele ficou furioso, mas disse foda-se então, ele me falou um monte de merda, me xingou, disse que eu não seria nada nem ninguém sem ele, que eu nunca conseguiria alguém que gostasse ou me suportasse, que eu era burra e que eu me arrependeria de terminar um namoro de quase nove anos, nove anos Ludmilla, passeio quase nove anos com alguém que me fez muito mal - ela baixou a cabeça e apoiou nas mãos.
- Brunna, o que esse merda fez para você? – ela ficou em silencio por alguns minutos, eu pensei que ela fosse ignorar minha pergunta mas ela ergueu a cabeça, e me olhou com muita dor nos olhos.
- Eu vou te contar, eu não sei muito bem o que falar, como contar isso. Entenda não é algo que me de orgulho, é algo que quero enterrado, mas essa merda me persegue – ela não estava olhando para mim, suas mãos estavam tremendo e seu olhar estava desolado, eu queria fazer algo, mas fiquei com medo que ela parasse de falar, eu queria saber o que a atormentava tanto, queria entender para saber se eu podia ajudá-la.
- Quando minha mãe faleceu, meu mundo simplesmente desabou, eu não sabia ao certo o que sentir, tudo era doloroso, tudo era frustrante, eu nunca tive um bom relacionamento com meu pai, isso desde sempre, mas eu imaginei que isso fosse mudar, que ele fosse ser mais compreensível, mas não foi o que aconteceu, eu não vou dizer sobre as inúmeras brigas que tivemos, vou pular essa parte – ela respirou fundo e continuou – Bom, eu só tinha minha mãe, era ela quem me apoiava em tudo, que me elogiava, que me ouvia, eu não sei explicar o quanto eu amava minha mãe, e o quanto ela era essencial na minha vida, quando ela se foi eu me senti mais sozinha do que nunca. Eu tinha conseguido um emprego que durou um mês, eu saia com meus amigos mais próximos, fui viajar com minha família, mas sempre que eu voltava para casa eu ficava sem ar de tanto chorar, meus olhos doíam meu corpo doía a dor era angustiante Ludmilla, três meses depois eu ainda estava da mesma forma, a falta que minha mãe fazia era desesperadora, então eu conheci o Caio, ele era engraçado, me fazia rir quando eu menos esperava, ele era cuidadoso comigo, e muito bonito, eu me senti atraída por ele, mas nada exagerado, eu não queria me envolver, mas ele começou a me ligar com mais freqüência, passávamos horas no telefone, e saiamos as vezes, até que ele me beijou e foi bom, nada de paixão, eu não senti meu coração disparar nem borboletas no estômago, mas ele era o mais próximo de algo bom para mim naquele momento, então eu me agarrei aquilo, ao que ele estava me oferecendo, ele me pediu em namoro e eu não aceitei de inicio, mas depois eu pensei, Ah! Eu não tenho nada a perder – Brunna deu um sorriso irônico para si mesma, ela ainda não estava olhando para mim. – Logo no inicio, eu comecei a ver que as atitudes dele tinham mudado, ele estava possessivo, se alguém olhasse para mim ele surtava, começou a me ligar o dia inteiro, para ter certeza que eu estava em casa e que eu não estava falando com ninguém, ele chorava, esmurrava as portas e paredes quando sentia ciúme de mim, e eu não fazia a menor idéia do porque daquilo tudo. Então ele começou a me agredir verbalmente, me xingava quando o ciúmes tomava conta dele, quando eu saia ele me ligava para saber com que roupa eu estava ou com quem eu estava falando, quem estava perto de mim, eu confundi isso com proteção, com carinho, eu queria ser amada por alguém como minha mãe me amava, ela me amava acima de muitas coisas,ela se sacrificou por mim e meu irmão inúmeras vezes. Eu estava confusa e perdida, e quando eu pude, quando eu tive forças para parar aquilo eu não fiz, eu fui compreensiva com Caio, a ideia dele de amor, na esperança de que ele melhorasse, engoli muita ignorância da parte dele, para apoiá-lo, para ajudá-lo a melhorar, mas não foi o suficiente, então ele começou a ter mais acessos de raiva, a primeira vez que ele me machucou foi com um puxão de mão, quando estávamos na rua, ele teve ciúmes de mim e esmagou meus dedos, eu fiquei assustada no inicio, mas achei que não era nada demais, eu deveria ter deixado ele onde estava e saído, ter sumido da vida dele naquele momento, mas não foi o que eu fiz, para piorar as coisas, meu pai tinha arranjado uma outra mulher, nós não queríamos brigas, então eu e meu irmão apoiamos, só que meu pai continuava sendo menos pai o possível, eu me sentia desprotegida e sozinha, eu não tinha apoio em casa, mas mesmo com as grosserias do Caio ele me apoiava e dizia me amar. Até que um dia em uma discussão boba na cama, estávamos só deitados, ele se levantou me empurrou para o chão e chutou minhas costas, eu não soube o que fazer a não ser chorar, ele me pediu desculpas logo em seguida, e eu não queria ter que voltar para casa, eu ficava mais na casa dele do que na minha, a presença do meu pai era desgastante, depois dessa vez, alguns familiares do Caio vieram de outra cidade e ficaram na casa dele, e assim que eles dormiram, ele arranjou mais um motivo pra brigar, ele me arrastou pelos pés para a cozinha fechou a porta e me espancou, eu juro, eu chamei, eu pedi ajuda, mas ninguém ouviu, eu já estava sem voz, eu nem tinha forças para chorar ou pedir ajuda, quando ele parou e viu o que tinha feito ele chorou e me pediu desculpas. Quando me vi no espelho meu rosto não estava marcado, mas o corpo sim, eu estava toda roxa, foi imediato, tamanha força que ele usou, eu desabei, eu comecei a pensar como aquilo tinha acontecido, como eu pude deixar aquilo acontecer? Eu terminei com ele, mas ao voltar para casa ele ainda me ligava, me pedia desculpas, e minha relação com meu pai só piorava, eu não queria incomodar ninguém com meus problemas, eu fui fraca e nós voltamos, na verdade eu fui burra, Ludmilla, eu passei oito anos com esse homem, depois de alguns anos ele já não me espancava como antes, mas ainda me agredia com palavras, eu deixei de fazer tudo que eu gostava, parei de ver meus amigos, parei de me cuidar, parei de sair, parei de ser eu mesma, em algum ponto acabei me tornando um pouco como ele, eu comecei a entender as coisas como ele, com ciúmes com nervosismo, e quando demonstrei isso para ele, bom ...ele surtou, é claro que ele não ia querer alguém como ele. Nós nos separamos mais algumas vezes, mas acabávamos voltando, até que minha vida deixou de fazer sentido, e eu me peguei querendo morrer - ela tinha voltado a chorar, a soluçar, eu não precisava mais ouvir nada, eu queria matar o desgraçado, eu queria ele na minha frente para matar ele aos socos e ponta pés, eu puxei ela para meus braços, deixei que ela chorasse e esperei que ela se acalmasse.
- Não fique assim, por favor, agora eu entendo porque você quer deixar seu passado para trás, eu não vou falar mais disso, eu quero que você esqueça esse mostro. – Meu sangue ferveu mais do que podia imaginar, eu fiquei olhando para ela chorando no meu colo, o desgraçado já tinha machucado ela de todas as formas possíveis, e ainda queria continuar machucando-a. – Eu nunca faria uma coisa dessas, eu não teria a coragem de fazer isso,eu jamais encostaria um dedo em você meu amor, eu vou te proteger sempre que eu puder você não vai com esse louco Brunna, simplesmente não vai, eu vou falar com ele, Luis, a policia, nós explicaremos tudo hoje, contamos quem é ele - ela me olhou com os olhos vermelhos ainda.
- Ludmilla, até explicar tudo isso, eu já estaria sendo interrogada, ninguém aqui vai querer esse tipo de problema, eu tenho que voltar, mas eu vou dar um jeito nisso, eu só não sei como ainda – ela começou a chorar de novo, meu peito estava apertado, estava difícil até de respirar, e eu não conseguia pensar em nada que fosse útil, eu só podia pensar em ver aquele desgraçado atrás das grades.

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