Capítulo 12 - Mãos Firmes ❀

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Finalmente acordo sentindo uma dor de cabeça enorme, tendo apenas algumas memórias confusas sobre ontem

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Finalmente acordo sentindo uma dor de cabeça enorme, tendo apenas algumas memórias confusas sobre ontem. Lembro de estar no carro com o Dante dirigindo, voltarmos para casa e tudo quieto. Não lembro a hora, não lembro se alguém notou que chegamos. Na verdade, eu não lembro de muita coisa.

— Bom dia, Stelly. Como você está hoje? Thulia ficou preocupado ontem. — Papai dobra o jornal e põe em seu colo, deixando a xícara um pouco de lado, só para encarar-me.

— Depois que eu dei o remédio, ela melhorou mas ainda parece mal, está bem mesmo? Podemos ir ao hospital. — Mamãe questiona, com aquele olhar bem sugestivo.

— Estou muito melhor, mamãe. Obrigada pelo remédio. — Agradeço sem sustentar o olhar na direção dela, sei que está esperando a oportunidade para me perguntar o que aconteceu.

— Que bom, fico feliz. Agora preciso ir, o dever me chama. Zaphyra virá jantar conosco assim que possível. — Gerald Hoffman levanta de sua cadeira com uma postura impecável, deixando a mesa e os meros mortais para trás.

— Às vezes parece que o Zaphyra quer casar com você, não o Keller. — Bryan sorri malicioso, falando pela primeira vez, desde que iniciamos o café. — Acho que ele seria um ótimo sugar daddy.

Sorrimos de maneira cúmplice, achando que mamãe não entenderia o termo.

— Stelly não precisa de um velho rico, somos o próprio velho rico de vocês. Mas, por tempo limitado. Não criei meus filhos para isso. — Emma Hoffman, ou melhor, mamãe complementa, fazendo com que todos nós comecemos a rir.

— Stelly, eu sei que você bebeu com o seu irmão, e cantou bem alto dizendo que iria se casar com o Dante e que teriam lindos filhos, ou melhor, 4 filhos. — Mamãe cruza os braços, está lendo uma revista de negócios.

— Mamãe, eu posso explicar... — Minha voz treme, enquanto ela dispensa qualquer palavra com um aceno. — Meu Deus, quem ouviu isso?

— Tudo bem surtar de vez em quando e sair por aí, querendo ser tudo menos a garota rica e cheia de "problemas", mas beber está fora de cogitação. Não vou encobrir mais os seus rastros, sorte que uma das empregadas me avisou, tive tempo de inventar uma desculpa. Mas, não irá se repetir. Quem não tem a minha confiança, não terá mais nada. Isso vale para os dois.

— Certo, mamãe. — Dissemos em uníssono, da mesma forma que fazíamos quando éramos crianças levadas.

— Esteja pronta o mais breve possível, não quero chegar atrasada na aula de dança hoje. E você, Bryan, é melhor começar a acompanhar o seu pai nas reuniões dele. Alguém precisa tocar esse negócio, exceto, se Stelly quiser. Irei me retirar agora, com licença.

— O que deu nela? — Meu irmão sussurra, nós dois continuamos observando a nossa mãe subir as escadas. — Parece diferente, isso é bom?

[...]

Fomos em silêncio durante todo o percurso, acho que mamãe não estava com vontade de conversar. Bryan tinha razão, ela estava diferente. Mas, ainda não sei dizer se isso é bom ou ruim. Descobrirei em breve.

Começo a me alongar e observo a movimentação, Andy sorri para mim e retribuo seu gesto. Gostaria de falar com ela, mas a minha atenção está inteiramente no protagonista de hoje. Ele acabou de chegar. 4 filhos com Dante, isso seria inacreditável. Sorriu fazendo uma busca visual em seu corpo, o ato em si não seria nada mal.

— Está pensativa, Stelly? Espero que sua mente e corpo estejam aqui hoje. — A voz rouca de Brandon sopra em meus ouvidos, ele agora detém toda a minha atenção e Dante acabou de perceber isso.

— Nada de mais, só estou um pouco cansada de ontem. Sua festa foi incrível, embora, eu não tenha propriedade para falar sobre isso. Nunca fui em outras. — Sorrio para o moreno que passa a mão em seu cabelo liso e preto.

— Ah, não tem problema! Você pode ir em todas elas, até se tornar uma expertise. Inclusive, foi difícil não perceber você, estava muito bonita. Adorei o visual. — Brandon está se alongando e percebi que Dante nos observa com atenção, eles parecem conversar em uma língua secreta e o dialeto é a troca de olhares.

— Sem problemas, obrigada pelo convite. Estarei nas próximas festas, sempre que possível. — Ponho uma mecha do cabelo atrás da orelha, não sei explicar, mas o olhar de Dante me deixa desconfortável.

Após o alongamento, vejo que Dante está fazendo dupla com Andy, eles pareciam sorrir, já que ela é um pouco desajeitada. Chega a ser fofo o jeito paciente que ele ensina cada passo, estou distraída prestando atenção neles, então, piso no pé de Brandon.

— Me desculpe! — Anuncio tímida, talvez alto demais, já que escuto algumas risadinhas abafadas.

— Não tem problema. — Ele se afasta e mexe seu corpo, me pedindo para fazer o mesmo. Eu tento, mas não com tanto sucesso e graça.

Neste momento, há novamente uma troca de olhares entre Brandon e Dante, mas desta vez, o badboy caminha na minha direção.

— Ora, vejamos o que eu tenho aqui. — Ele põe a mão no quadril e parece me analisar. — Stelly, dá uma mexidinha aí no seu quadril, precisamos trabalhar essa parte.

Sinto minhas bochechas queimarem e prendo o riso ao imaginar Dante como um professor de dança nos anos oitenta. Polaina, Lycra, roupas coloridas e brilhosas. Acabo sorrindo e ele faz o mesmo, apesar, de não ter entendido a graça.

— Stelly, concentração. — Dante pede entre sorrisos, mas quando põe as duas mãos e segura com firmeza no meu quadril, eu perco a fala. — Você precisa trabalhar essa parte, de um lado para outro. — Suas mãos são grandes e me sinto pequena perto dele, que me guia com destreza.

Acho que Dante percebe o meu desconforto, então, suas mãos acabam deixando uma saudade estranha em meu corpo. Ficamos de costas um para o outro e temos que imitar os gestos de forma que nos tornemos um só.

— Stellynha, eu estive pensando no que você disse ontem. — Ele sorri, mas permaneço de costas. Não vou cair neste truque barato. Ou vou? — Sabe, eu gostei da sua cantoria, mas acho que quatro filhos é demais, nem nos conhecemos ainda.

— Eu estava bêbada, não vale! — Resmungo fitando seus olhos castanhos somente agora, completamente encantada com o sorriso que cresce no rosto dele.

— Eu sei que sou bonito, atraente, irresistível, tenho uma bundinha durinha, certo? — Ele gargalha e neste momento, gostaria de correr o mais rápido possível dali.

— Eu com certeza não disse isso, você está inventando coisas. — Cruzo os braços, tentando evitar olhar para Dante, mas a diversão com o meu sofrimento está estampada em seus lábios.

— Ah, Stellynha. Você realmente não me disse todas essas coisas, mas bem que poderia. Eu iria ouvir todas elas com atenção. — Dante pega a minha mão e me conduz, definitivamente colando os nossos corpos, sinto a respiração dele em meu rosto. Estamos nos olhando e o tempo parece ter congelado.

— Intervalo, meninas! — A voz de Erica nos tira do transe e percebo que seu olhar está cravado em nós, assim como a da minha mãe e algumas mulheres. — Cinco minutos!

Dante observa a postura de sua mãe e parece ler algum tipo de mensagem em código por expressão corporal. Nos separamos e ele passa direto, saindo da sala, mas não antes que eu pudesse ouvir Erica perguntar:

— Dante, o que você pensa que está fazendo?

Stelly | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora