Capítulo 28 - Felicitações Agridoces ❀

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   Antes eu costumava escrever cartas, o destinatário? Stelly Beatrice Hoffman

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   Antes eu costumava escrever cartas, o destinatário? Stelly Beatrice Hoffman. Sim, eu escrevia cartas para que pudesse ler quando aquele momento ruim passasse e eu percebesse que apesar de ser algo difícil, sobrevivi. Porém, percebi que fazer isso não está adiantando de algo, pois, sempre acabo rasgando todas as cartas.

   O problema sempre está em como eu me sinto, em como os meus pais me tratam, agora isso acabou, finalmente estou completando dezoito anos. Agora, posso dar o rumo que quiser na minha vida, ou pelo menos, irei tentar. Demoro um pouco para fazer a minha higiene pessoal, sei o que está me aguardando na mesa farta, repleta de iguarias. Creio que, perder a virgindade tenha sido a coisa mais ousada que fiz na vida, três dias depois, ainda sinto a mesma sensação de poder, — ou talvez —, a ilusão dele.

— Bom dia, Stelly. Feliz aniversário. — Papai e mamãe desejam suas felicitações, enchendo-me de peças caras e sorrisos forçados, meus pais não ter bom humor matinal. —  Ponho um vestido simples de linho, de um tom claro, faço uma trança antes de sair do quarto e achar meu look perfeito. Até que, Dante e Keller surgem, ainda bem que já estou sentada. Sinto uma ansiedade tomar conta do meu estômago. Meus órgãos internos estão dando uma festa.

— Bom dia, desculpem atrapalhar, mas o senhor Hoffman insistiu para que eu estivesse presente. Inclusive, feliz aniversário, Stelly. Tratei o presente mais tarde, algo que você gosta muito. — Todos parecem observar Dante, ou estou ficando louca, ele sorri e completa a frase. — Livros, certo? Pelo o que eu soube, você gosta muito de ler. — O louro senta-se à mesa conosco e Keller beija minha testa, seus lábios são frios em contato com a minha pele.

—  Obrigada, Dante. Eu gosto bastante de ler, você acertou! — Sorriu de forma cordial, como se estivesse falando com um parente, não com o cara que deixou seu perfume em meus lençóis.

— Trarei o meu presente hoje à noite, não tivemos tempo de ir comprar, hoje é o primeiro de nosso Dante na empresa, meu pai está muito feliz! Sempre achou que Dante seria muito bem vindo na nossa corporação. Essa parceria entre as duas empresas será um sucesso. —  Keller fala de uma forma tão robotizada, que mais parece meu irmão, do que um cara que fuma quando está estressado.

    Depois de todo esse papo chato de finanças e negócios, observo que Bryan não vem tomar café conosco, fico um pouco frustrada por isso, e quando  foco a minha atenção em algo, vejo Dante encarando-me de forma descarada, tento desviar o olhar mas não consigo. Ficamos nessa troca silenciosa por alguns minutos. Não nos falamos desde aquele dia, não mandei mensagens, não queria que ele pensasse que estou apaixonada ou algo do tipo.

   Sei que fui apenas mais uma, mesmo que doa admitir isso. Quando enfim acabamos, Emma Hoffman inicia o nosso "dia especial", que consiste em gastar dinheiro com coisas que não preciso. Ela conta os detalhes do meu aniversário, mas nem me importo, nunca posso opinar sobre nada. É só mais uma festa dos Hoffman, nada mais. Tenho coisas mais interessantes para planejar.

[...]

     Finalmente o grande momento chega, pelo mesmo, para os meus pais. Apresentar uma filha para a alta sociedade como maior de idade, era algum motivo diferente de comemoração em Ocean Bay, isso significava que a filhinha dos Hoffman, estava pronta para casar-se com algum filhinho rico. Neste caso, a família Zaphyrah havia sido a escolhida por meu pai, para a infelicidade de muitos, que querem se aproveitar de nosso dinheiro e poder. Quando estou prestes a descer o último degrau, um braço está estendido, sou surpreendida por Bryan.

— Feliz aniversário, irmãzinha. Me desculpe por hoje, estava resolvendo algumas coisas. Sei que você odeia presentes caros, mas comprei uma edição de colecionador do primeiro CD das Spice Girls. A mamãe sempre cantou para nós e lembro de como você queria ser a Victoria Beckham. — Nos conversamos baixinho e eu sinto uma vontade enorme de abraça-lo por dar-me o melhor presente de todos.

    Porém, mais flashes ocupam meu campo de visão, afastando-nos de uma comunicação decente. Mais fotos com o papai, com a mamãe, com o meu noivo, com a família dele. Eu deveria ter usado cola para fixar um sorriso no rosto, só assim, ele seria reaproveitado em cada foto. Quando o momento passa, finalmente posso ir até o bar improvisado na minha sala. A decoração está um pouco de mais do mesmo. Dourado, brancos, rosas, utensílios caros. Bobagem! Estou na segunda dose do meu Martini, quando sua voz rouca chegar até os meus ouvidos.

— Se beber desse jeito, não vou conseguir te dar o meu presente. — Dante cola seus lábios na minha orelha, fazendo um arrepio percorrer a minha espinha. — Stelly, você está linda nesse tubinho preto, mas fica irresistivelmente gostosa sem roupa. — Feliz aniversário. — Ele enfim para de sussurrar e ficamos frente a frente.

— Obrigada, Dante. — Dou um meio sorriso e um abraço cordial, sei que todos estão nos observando, de forma discreta ou não. O perfume dele chega às minhas narinas de forma deliciosa e torturante, Dante de smoking é o meu pecado.

    Nos afastamos e a nossa tensão sexual se dissipa, sinto que eu poderia lavar e pôr na secadoura minha calcinha, pois, ele acabou de molhá-la. Estou distraída e tendo pensamentos eróticos, porém, Keller aparece e me chamar para dançar. Sei que quer manter as aparências e seus pais parecem contentes com nosso casamento mais falso do que meus cílios postiços.

   Quando a parte  chata do aniversáro acaba, podemos enfim comer o bolo e as iguarias, deixando minha casa a serviço exclusivo dos meus convidados. Nada de imprensa, nem de bons modos, quero que todos bebam e divirtam-se. Nada de fingimentos, por enquanto.

   Observo Dante faz um aceno de cabeça até a cozinha, ele vai de forma sorrateira e o sigo até lá, tendo certeza que todos estão distraídos pelo salão principal. Há luzes, fumaça de gelo e drinques caros, além de uma perversão de dois jovens, não há nada divertido na minha cozinha. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Dante enlaça minha cintura e inicia um beijo repleto de tesão e saudade. Não demoro a corresponder e logo sou tomada pela sensação quente do beijo  dele.

— Que vontade de te foder nessa mesa, Stelly. — Seus lábios sussurram novamente contra o meu ouvido, fazendo um gemido baixo escapar dos meus lábios, ele sabe o efeito que tem em mim. — Esse seu noivado é tão patético, serei a sua diversão até quando você não quiser mais. — Sinto o gosto de um drinque de kiwi, levemente adocicado e com um certo teor de álcool. Meu drinque favorito. — Mas eu não posso, então, te comprei isso. Você não pode abrir agora, mas quando quiser inaugurar o presente, pode me chamar que venho o mais rápido possível.

— Dante, não fale comigo deste jeito sujo! Sou uma dama da alta sociedade, exijo respeito. — Sorriu baixinho, encostando nossas testas. Abro o presente de rapidamente, embalado numa caixa rosa e com um laço bonito. — Nossa... — Fico corada ao ver uma lingerie vermelha e sensual, observando-o morder os lábios e questionar se gostei. — Obrigada, iremos  inaugurar em breve.

   Após mais um beijo, saímos da cozinha de forma discreta, passo meu batom novamente e saio com um copo d'água nas mãos, só para fingir que não estávamos com o mesmo propósito vindo aqui. Observo Dante dançando com Keller e Bryan, mantenho meus olhos fixos nos dele, até o momento que meu pai aparece e chama os garotos para o escritório. Sou tomada por pânico e curiosidade, quando eles retornam novamente, vejo o meu pai e Dante conversando na porta principal, ele aparece alterado. Um homem diferente surge, acompanhado de mais dois, Dante fica ereto e parece gritar, meu pai tenta acalmá-lo, mas quando o bad boy enfim se livra, um soco é desferido nesse homem que agora posso reconhecer, ele já esteve aqui antes.

— É feio bisbilhotar, irmãzinha. — Bryan surge do nada, fazendo meu coração bater mais forte, que susto da porra!

— Quer me matar do coração? — Suspiro fundo, verificando novamente se alguém prestou atenção em nós, mas o homem em questão foi embora. — Você conhece aquele homem?

— Você não é muito boa em ser discreta, Beatrice. — Bryan dá de ombros e parece fazer uma busca mental, leva cinco segundos para lembrar, talvez ele tenha bebido demais. — Aquele ali é o pai do Daniel, quer dizer, do Dante.

Stelly | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora