Stelly Hoffman costuma internalizar seus pensamentos, ocultando suas emoções para satisfazer os desejos de outras pessoas. Nascida em uma família rica, tradicional e influente, a garota está decidindo qual faculdade irá escolher, mas para seu pai, o...
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Sirenes, isso é tudo que escutamos segundos após toda a correria acontecer, os convidados se dissiparam no mesmo instante, algumas pessoas gritam e correm para todos os lados. Dante protege seu corpo ao meu lado, enquanto em segundos vejo Keller correr até o meu irmão, faço o mesmo, mas Bryan não se mexe. Entro em pânico, começo a chorar e vejo meu pai ligando para a emergência. Tudo acontece rápido demais, não sei quanto tempo passamos ali, mas logo a polícia e os enfermeiros surgem, levando Bryan e Keller no veículo. Minha mãe está em choque, sendo consolada por papai, Dante é o único que parece estar raciocinando.
— Eu dirijo, vamos! — ele pega as chaves do carro com o meu pai e seguimos às pressas para o estacionamento, adentrando no automóvel o mais rápido que podemos. Meu vestido em pedaços, parece uma piada sem graça, de um conto de fadas com um final trágico.
Não sei quanto tempo passa até que a fachada branca e assustadora do prédio ganhe forma. Minhas mãos estão tremendo, um medo surreal se alastrou nas minhas entranhas. E se Bryan estiver morto? E se ele nunca mais voltar para casa?! Suspiro fundo, tentando evitar que a ansiedade tome conta de mim, mas é uma tarefa difícil. Dante estaciona e todos nós descemos do carro quase que automaticamente. Papai e mamãe entraram às pressas no hospital, nos deixando um pouco para trás.
— Vai ficar tudo bem, Stellynha... Bryan é um garoto forte... — Dante me consola, pondo a mão no meu ombro de forma gentil. Adentramos no hospital e o cheiro de produtos de limpeza invade meu olfato, ao mesmo tempo que o mais puro dos medos.
Keller está sentado ao lado da minha mãe, tentando explicar o que os médicos disseram, mesmo que não esteja tendo muito sucesso. O rosto dele está marcado por lágrimas e tem sangue em seu terno. Ao me ver, Keller se levanta na mesma hora e me abraça, de um jeito forte, que desmonta todo o bloco de choro e desespero que venho guardando.
— Stellynha, por favor, diz que vai ficar tudo bem com o meu menino... — pede baixinho, fazendo o meu coração se partir. — Isso é tudo culpa minha, eu deveria ter fugido com o Bryan quando ele me pediu... Deveria ter escutado, eu... — mais choro e neste momento, vejo que Gerald Hoffman se afasta para atender o celular.
Depois de alguns minutos de espera e incertezas, a mãe de Dante surge na sala de espera, pedindo informações para uma mulher negra com cachos presos sob uma touca descartável. Ela demora um pouco a nos perceber, até o momento que encontra Dante e o abraça com força.
— Isso é tudo culpa minha, desculpem... Desculpem... — Erica se aproxima da minha mãe e segura nas mãos dela, que permanece sem entender nada. Neste momento, papai retorna com uma expressão nada animadora no rosto.
— Não trago boas notícias, Dante, o seu pai... Acharam o corpo dele perto de um rio, agora mesmo, foi encontrado por alguns viciados que ficam embaixo de um viaduto ali perto. Ele estava com um cartão da nossa construtora no bolso do terno, a polícia precisa que vocês liberem o corpo... — pela primeira vez, noto que o meu pai usa um tom diferente para falar com Dante, talvez um misto de pena com algo mais.