Capítulo 10 - Fuga Ideal ❀

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   Talvez eu estivesse ansiosa para ir aos encontros com mais frequência, uma ansiedade diferente; excitante e nova

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   Talvez eu estivesse ansiosa para ir aos encontros com mais frequência, uma ansiedade diferente; excitante e nova. Percebi que Dante não havia gostado muito de termos ficado em dupla, eu e Brandon, juntinhos. Ele era um pouco menor do que o Dante, mas tinha músculos mais protuberantes e seus olhos verdes combinavam bastante com o cabelo preto.  Ele é lindo, mas a forma que conversa comigo e mostra os passos, é diferente. Parece que está flertando comigo e, ao mesmo tempo, com todo mundo ao nosso redor.

E, sei lá, estou gostando da carranca do Dante quando nos olha. Esse era o famoso Brandon daquela festinha que ele mencionou para a atendente, da primeira vez que nos vimos. Incrível como todos estavam conectados o tempo todo.

— Stelly, está pensando em quem? — Bryan joga um pedaço de seu brócolis em mim, fazendo mamãe e papai me observarem discretamente.

— Em ninguém. — Suspiro fundo e volto a brincar com os legumes, os mexendo para cá e para lá.

— Hoje os Zaphyra irão jantar conosco, esteja apresentável, Stelly. — papai anuncia, e em resposta eu apenas assinto.

— Não poderei participar, Keller me chamou para uma festa, não podemos faltar, é um grupo de estudos. — Bryan dá uma risadinha, voltando a comer, meu pai fica calado por um tempo.

— Sem problemas, os rapazes podem sair, Stelly será um colírio para os olhos de Thulia. — Cerro os punhos discretamente e todo mundo fica nesse silêncio monótono de sempre.

Como assim? Bryan irá se divertir e eu tenho que ficar em casa bancando a mocinha recatada? Não mesmo! Inaceitável que ele me trate assim, como a sua bonequinha. Não vou ficar em casa de jeito nenhum!

[...]

Terminamos o jantar, que na minha concepção, é a coisa mais hipócrita que fazemos. Papai insiste em jantares "em família". Eu preferiria simplesmente fazer todas as refeições no meu quarto, mas, não posso.

Escuto a voz de Bryan ao celular, quase gritando com a pessoa do outro lado da linha. Levanto correndo e quando abro a porta, ele já está guardando o celular no bolso.

— Tudo bem? — Inclino somente minha cabeça para fora do quarto e isso faz com que meu cabelo se transforme em uma cortina loura.

— Sim. Está tudo bem. — Ele desvia o olhar e morde a parte interna da bochecha. Está mentindo.

— Eu gostaria de ir com vocês, estudar. É assim a nova nomenclatura para garotas e bebidas? — Agora Bryan me observando, ganhei toda a sua atenção e um sorriso malicioso cresce em seus lábios rosados.

— Eu não gosto de mu... — Ele se interrompe, passando a mão no cabelo e sorrindo. — Eu não gosto de muita atenção quando saio. Você é uma Hoffman, teremos atenção em dobro.

— Você sabe que odeio quando o papai fala como se eu fosse uma garotinha que ele pode fazer o que quiser. Por favor, me deixe ir. — Faço um biquinho irresistível e Bryan bufa.

— Está bem, mas, trate de chamar alguma amiga para te fazer companhia, não serei a sua babá. Fique pronta antes das oito horas. — Ele põe as mãos no bolso e pega o celular, mandando mensagem para alguém.

— Pode deixar, eu tenho várias! — Afirmo de forma teatral, quase gargalhando ao imaginar o total nulo de amigas que tenho. No entanto, Bryan não presta atenção, apenas volta para o seu quarto.

Escolho a roupa que papai classificaria como "decente", pego o meu vestido mais delicado e calço sapatos pretos, juntamente com uma maquiagem preta e exagerada em seus tons. Estou pronta e ninguém irá me impedir de sair hoje.

Bryan escolhe roupas normais para um sábado à noite, apenas um casaco vermelho é uma peça que chama atenção. No entanto, ao me ver ele fica exageradamente surpreso.

— Opa, o que aconteceu com a Stelly recatada e do lar? — Meu irmão sorri malicioso, guardando o celular no bolso.

— Eu a matei. — Sorriu de volta, pondo uma mecha atrás da orelha. — Estou muito ridícula assim?

— Não. Está ótimo. — Bryan estende a mão para mim, eu a seguro e penso que pela primeira vez estamos saindo juntos. — Vamos, eles já estão nos esperando.

— Eles quem? — Questiono curiosa, mas antes que Bryan pudesse responder, saímos correndo ao ouvir a voz de nosso pai.

Quando saímos de casa eu consigo enfim recuperar todo o fôlego que perdi. Bryan está com as bochechas vermelhas e a adrenalina faz meu coração bater mais rápido. Ajustamos as nossas roupas e fomos até um carro que estava com os faróis apagados. Isso parece tão perigoso, delicioso fugir assim de um jantar. Sei que irei lidar com as consequências quando chegar em casa, mas, que se foda!

— Demorei? — Meu irmão cumprimenta quem está na porta e acena para que eu me aproxime. — Stelly vai conosco.

Me aproximo do carro e agora posso ver que Dante e Keller estão no banco da frente, o badboy dançarino está dirigindo.

— O que ela está fazendo aqui? — Dante não olha na minha direção, está encarando meu irmão e posso ver seu maxilar travado.

— Qual é o problema? Por que Stelly não pode vir conosco? — Keller o observa dessa vez, enquanto Dante começa a tamborilar os dedos no volante.

— Quer saber, tanto faz. Ela é a sua responsabilidade, não minha. — Ficamos em silêncio por um tempo, poderia pensar em desistir, mas não irei. Quem ele pensa que é?

— Eu não preciso da porra de uma babá, Dante. Se está tão incomodado assim comigo, deveria sair do carro. — Cruzo os braços ao entrar no veículo e me acomodo no banco traseiro.

— E quem vai dirigir? Você? — Um sorriso malicioso surge em seus lábios.

— Dante, que exagero. Qual é o seu problema? — Keller parece irritado, mas, não vou ceder aos caprichos do badboy.

— Sim. Eu posso dirigir. — Nesse momento eles se calam, mas Bryan não está surpreso. Ele só parece impaciente.

— Certo. Tudo bem. — Dante tira a chave da ignição e abre a porta do carro, também abrindo a minha. Acabo saindo e me aproximo dele, estamos nos encarando de uma forma intensa. — Você venceu.

— Sabe, Dante... — Passo o indicador pela camiseta preta dele, estou sentindo o cheiro amadeirado de seu perfume. Estamos tão perto, porém, não consigo olhar diretamente em seus olhos. — Ter um motorista não significa que eu não sei dirigir.

Dante não fala nada, apenas entra no carro e Bryan comemora pelo impasse finalmente ter acabado.

— Vamos logo! Crianças, ponham os cintos de segurança. — Anuncio animada e Keller sorri quando entro no carro, observando-me por longos segundos.

— Parabéns, Stelly. Você conseguiu o banco da frente. Irei ativar no GPS a localização da festa. É na casa do Brandon.

Ajusto o espelho e percebo que Dante está me encarando, dou uma piscadela para ele antes de dar partida. Definitivamente, estou ansiosa A festa está apenas começando.

Stelly | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora