Capítulo 29 - Recepção Cordial ❀

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“...Vá em frente e chore, garotinho 
Você sabe que o seu pai também chorou
Você sabe pelo o que sua mãe passou,
Você tem que descarregar isso logo, só descarregue...”

  Eu não consegui controlar a minha raiva, fui incapaz de ser frio, ao vê-lo tão perto e ouvir a palavra "filho" sair de sua boca imunda

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  Eu não consegui controlar a minha raiva, fui incapaz de ser frio, ao vê-lo tão perto e ouvir a palavra "filho" sair de sua boca imunda. Gerald tentou me deter, mas não conseguiu. Não sou  mais a criança que teme a figura covarde de seu progenitor. E sendo sincero, um soco é menos do que ele merecia. Meu pai havia me encontrado e eu falhei com a minha mãe.

— Você precisa se acalmar, ele já foi embora e sabe que não é bem vindo nesta casa, Daniel. — Hoffman caminha ao meu lado e fico na dúvida se isso é verdade ou não.

Seguimos para caminhos opostos e senti minhas mãos trêmulas, meu corpo inteiro está tremendo, a descarga de adrenalina foi alta, mas o medo ainda estava aqui, de uma forma velada. Ao chegar na cozinha, bebo água e vejo Stelly caminhar em minha direção rapidamente. Seus olhos azuis estão tempestuosos, será que ela nos viu?!

— O que aconteceu, você está bem?  — Sinto suas mãos em meu rosto e evito seu toque macio, agora não, Stelly.

— Estou bem, não se preocupe. — Suspiro fundo, de costas para ela e cerrando meus punhos, preciso contar a vibração do meu corpo, sei o que vem depois, uma puta crise.

— Dante, fale comigo... — Ela insiste, segurando minhas mãos e seus olhos buscando os meus. — Se é que posso te chamar assim... Esse não é o seu nome, não é, Daniel? — Nem ao menos sei quem você é de verdade.

— Não sei do que você está falando. — Me desvencilho de seu toque e sinto o peso da acusação dela, apenas passo a mão no cabelo e suspiro fundo. —Não é o momento para isso, Stelly. Sinto muito. — Saio da cozinha, evitando Keller  e Bryan que parecem me procurar, peço um táxi e torço para chegar em "casa", o mais rápido possível.

[...]

  Ao chegar no trailer, tento abordar o assunto da melhor forma que posso, mas como eu poderia? Depois de contar tudo para a minha mãe, a vejo chorar no sofá, desesperada, tendo sua vida destruída pelo seu filho, novamente.

— Eu te disse para ficar longe dessa família, Daniel. Te avisei que era perigoso, seu pai nos encontrou, sabe o que temos que fazer agora, nos mudar de novo. — Erica chora um pouco mais e mantenho um pouco de distância, sua dor é a minha. — Tudo isso pelo o quê?

— Me desculpe, eu sinto muito. Me envolvi demais com essa família. — Sento ao lado dela, afrouxando a gravata e admitindo pela primeira vez. — Eu estou apaixonado por Stelly Hoffman, não foi a minha intenção. Nós transamos e...

— O quê? — Ela se levanta rapidamente, enquanto apenas suspiro fundo com as mãos enterradas no cabelo. — O que você fez, Daniel? O que você fez? Tirou a virgindade daquela garota só para provocar o pai dela? Sabe o que ele pode fazer se descobrir? Puta merda! — Pela primeira vez na vida, escuto a minha mãe gritar comigo.

Stelly | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora