Capítulo 17 - Rota Invertida ❀

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    Eu poderia simplesmente ter evitado os dez minutos de sermão que a minha mãe deu

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    Eu poderia simplesmente ter evitado os dez minutos de sermão que a minha mãe deu. Ela simplesmente não desiste de controlar todos os meus passos, como se isso fosse possível.  Reconheço que fiz merda, mas eu tinha algum tipo de satisfação pessoal em provocar o pai da Stelly.

Em Gerald Hoffman eu via o reflexo do meu próprio pai; egocêntrico e medíocre.

— Dante, eu estou falando com você. O que há de errado? — Erica chama a minha atenção, enquanto reviro os olhos e bufo — Esse comportamento não é comum. Está apaixonado por aquela menina! Vai arriscar nossas vidas por causa de uma garota?

— Quantas vezes vou dizer que não estou apaixonado por ela? Mas que droga! — Passo a mão nos meus cabelos e suspiro fundo — Não colocaria nada a perder por garota nenhuma. Ela é só uma diversão.

— Acho que Ocean Bay têm garotas mais divertidas do que a filha do homem mais rico da cidade. — Seu tom ríspido ainda está ali, mas algo nela parece relaxar. — Filho, você sabe que isso é importante... Só, por favor, não estrague essa oportunidade. Estou cansada de me mudar tantas vezes.

Ela se despede e vai para o quarto, saio do trailer que é a nossa casa e apenas abro uma cerveja, fico observando o céu de poucas estrelas. Moramos num trailer; é prático e tem tudo que precisamos. Não podemos ter bens com nossos nomes, absolutamente nada, ou podemos ter nossa localização revelada. Meu progenitor ainda nos persegue. Tudo isso é diferente da vida que já tivemos um dia, mas é o bastante.

Desde que minha mãe denunciou o meu pai, tivemos que fugir, ou iríamos morrer. Não tivemos muita opção e o meu pai escroto, conseguia qualquer coisa quando abria a porra da carteira.

Essa era a nossa vida agora, exceto, quando eu fizer 18 anos daqui a dois meses. Irei pegar a porra do meu dinheiro e possibilitar uma vida melhor para nós dois.

Enquanto isso não acontece, fico apenas apreciando a brisa fresca que toca meu rosto, aprecio o mundo ao meu redor sentado numa cadeira dobrável. Eu gostaria que Stelly fosse apenas uma diversão, mas ela me cativou e me conquistou de uma forma que jamais irei compreender. Só queria que as coisas fossem simples para nós, mas nunca será.
Preciso ouvir os conselhos da minha mãe para manter distância.

Mas, eu não conseguia, o jeito meigo e lindo dela me conquistaram completamente. Sei que corremos perigo, mas jovens às vezes são inconsequentes e meu maior erro estava sendo ela.

— Dante... — Erica surge, trazendo uma cerveja e uma cadeira dobrável, sentando-se ao meu lado e fazendo um brinde com nossas garrafas. — Não deveria dizer isso, mas a cara daquele filho da puta foi a melhor parte do meu dia hoje. Vocês realmente têm química, mas deixe essa química somente para a dança.

— Foi incrível mesmo, Stelly está pegando bem a coreografia. — Sorrio, revivendo a dança de hoje cedo, com aquele sorriso bobo de sempre. — Foi impagável a cara dele.

Brindamos novamente e falamos sobre coisas do dia a dia, aquele papo de mãe e filho que não tínhamos há um tempo por causa do trabalho. Quando não estou dançando, ajudo Yala com a conveniência do pai dela, que paga muito bem. Somos amigos há anos, mas resolvemos transar depois de uma festa do Brandon. Desde então, ficamos assim, quando temos vontade de transar, nos encontramos e isso rola numa boa. Sem compromisso, sem sentimentos.

Yala é o tipo de garota na qual eu namoraria, é engraçada, divertida e muito bonita. Apesar de ser um pouco marrenta, é uma pessoa incrível. Mas, assim como eu, ela só quer diversão e nada mais. Isso facilita as coisas entre nós.

Mas hoje eu não estou afim de fazer isso, ao ler a mensagem dela, apenas digo que estou ocupado com algumas coisas e que deixarei para outro dia. Yala não protesta, concorda e no final dá tudo certo. Hoje eu não preciso usar sexo e bebida para esvaziar minha cabeça fodida. Tenho uma ótima ferramenta para isso.

Hoje  foi um daqueles dias que os garotos me chamaram para jogar videogame na casa do Bryan, fui somente para ter uma oportunidade de ver a Stelly

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Hoje  foi um daqueles dias que os garotos me chamaram para jogar videogame na casa do Bryan, fui somente para ter uma oportunidade de ver a Stelly. Queria saber se o pai dela fez alguma coisa depois da nossa dança. Apenas isso, juro!

— Stelly nunca sai do quarto e não pode vir para o meu. É uma regra da casa, meninos ficam separados de meninas. — Bryan anuncia e prendo a risada ao perceber o jeito mimado de suas características. Bochechas rosadas, lábios rubros e um cabelo castanho claro.

Será que o Keller ainda não percebeu?

— Ah, que pena então! — Digo com sarcasmo, enquanto o moreno apenas nos observa em silêncio.

— Posso inventar qualquer desculpa e iniciar um papo nada a ver entre o meu pai e o Gerald. — Keller anuncia astucioso, leva apenas alguns segundos para telefonar. — Inventei uma desculpa qualquer sobre um investidor, a mãe de Stelly não sai do quarto, então...

— Você é um gênio! Só preciso falar com ela rapidinho, volto já. — Eles ficam em silêncio e saio do quarto, tem algo diferente mas resolvo não questionar. Bato na porta com cuidado e aguardo apreensivo pelo corredor.

— O que você está fazendo aqui? — Ao abrir a porta, Stelly me puxa automaticamente para dentro de seu quarto. — Se alguém te encontrar...

— Ninguém vai descobrir, só vim ver se você estava bem. — Ela ainda me segura e observo rapidamente a decoração de seu quarto. Alguns papéis em cima da cama, acho que ela está lendo, ou talvez, escrevendo.

— O que você está olhando? — Stelly sorri tímida e só agora percebo que ela está muito gostosa nessa camisola de florzinha. — Stellynha, gostei da sua roupa.

— Dante! — Stelly me repreende, mantendo a sua atenção em meus lábios. — Você precisa ir, vai dormir com o Bryan? Se o meu pai te pegar aqui...

— Dormir com o Bryan? Cruzes! Gostaria de dormir com outra pessoa dessa casa. — Mordo o lábio inferior e observo a tonalidade das bochechas de Stelly mudar. — Brincadeirinha. Só vim te dizer um oi.

— Oi, Dante. — Stelly me solta somente agora e ajusto minha camiseta preta. — Tchau, Dante!

— Oi, Stelly. — Sorrio arqueando a sobrancelha. — Tchau, Stelly. — Antes de sair eu a puxo um beijo que desde o princípio tive a intenção de iniciar.

O que estou fazendo? Não podemos...

Após beijá-la por um tempo precioso, me afasto e desejo boa noite. Saio do quarto dela e tomo meu rumo para o do Bryan, no entanto, sou surpreendido por uma voz masculina.

— Creio que você tenha errado o caminho do banheiro, garoto. E já que está aqui, talvez seja hora de termos uma conversa. — Gerald Hoffman anuncia, mantendo uma expressão indecifrável. — De homem para homem.

Stelly | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora