CAPÍTULO 11

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KATRINA OLHOU para os ombros largos de príncipe Julian enquanto acomodava Sammy em uma posição melhor em seu quadril. O homem não falara nem duas palavras com ela desde que eles se despediram do príncipe e da princesa. Julian pareceu ter ficado contente em aceitar a oferta dos serviços de Katrina, ainda que não conseguisse olhá-la nos olhos.
Ao lado e atrás do grupo da corte vinham seguranças armados de Kardana e Pasadônia. Ela seguiu
silenciosa e obedientemente as direções que lhe eram passadas conforme eles embarcavam no vagão de trem real oferecido por Jean Claude. Lá dentro, um policial ficou de guarda enquanto a segurança fazia
uma última verificação do local.
Ela estava calma, mas Julian obviamente se encontrava nervoso.

– Chão – exigiu Sammy, agitando-se para descer.

– Ainda não. – Ela o segurou com mais força, mas ele era forte e quase conseguiu escapulir.

– Eu seguro ele. – Julian pegou o menino com cuidado. O olhar dele encontrou o dela brevemente. –Obrigado pela paciência e cooperação com a segurança. Sei que isso pode ser cansativo.

– Estou acostumada. – Ela deu de ombros. – Às vezes eu viajo com os gêmeos para o exterior. – No
ano passado haviam sido duas vezes.

– É um saco – declarou ele, sua opinião sendo pontuada pela linha tensa de seus ombros.

– Um mal necessário para sua segurança. E a de Sammy – observou ela. – E para a minha, também.

– Samson – corrigiu ele.

– Infelizmente poucas pessoas o chamam assim. – Ele deu uma risada brusca, balançando a cabeça.

– Geralmente eu preciso explicar os motivos de tanta segurança.

– Suponho que isso seja difícil, também.

– Isso pode ser bem inconveniente em um encontro, pode apostar.  Ela retribuiu a risada.

– Coitadinho.Ele congelou, e olhou para ela de cima de seu pedestal.

– Você é muito impertinente, mademoiselle.

Ela corou e desviou o olhar.

– Desculpe.
– Sua Alteza – Neil, o chefe de segurança de Julian, aproximou-se deles. – O lugar está seguro.

– Obrigado. – Um leve arquear da sobrancelha dele indicou que ela escapara por pouco. – Qual o
plano de segurança?

– Um homem em cada entrada – respondeu o homem de cabelo preto curto. – St. James estará na
sala do computador, e eu ficarei fazendo a ronda. A viagem até Lyon está programada para durar quatro horas.
Julian assentiu.
– E o clima?

– Não houve mudanças. Os boletins indicam que a tempestade está diminuindo, mas o aeroporto em
Lyon continua fechado.

– Avise-me se algo mudar.

– Sim, senhor. – Neil curvou-se e saiu para o corredor.

Julian virou-se para Katrina.

– Mademoiselle, gostaria de nos mostrar as dependências?

– Com prazer – mentiu ela. Uma mentirinha sem importância. O que ela realmente queria era pegar Sammy e ir dormir em um dos quartos de hóspedes. Mas, ao invés, ela seguiu Neil pelo corredor estreito.

– O vagão possui três quartos de hóspedes. – Ela abriu a primeira porta à direita e mostrou a Julian
um pequeno quarto com um beliche, decorado de forma esparsa e elegante como um hotel fino. A segunda porta revelou outro quarto semelhante.

A Arte Da Paixão (Arlequin ) Onde histórias criam vida. Descubra agora