CAPÍTULO 12

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– Mas ele é um príncipe! – exclamou ela, chocada. Tessa podia ser amiga de Helene, mas Samson era da realeza. E a babá dele deveria ser capaz de protegê-lo.

Ainda assim, Katrina não estava genuinamente surpresa. A outra sempre lhe pareceu um pouco
arrogante, como se trocar uma fralda fosse algo abaixo do seu nível. Mas Katrina tentava não julgar.
Havia horas em que ela tampouco ficava feliz em trocar o menino.

– Que bom que você me entende – disse Julian. – Culpar alguém sem saber todos os fatos... não é do meu feitio.

– Você está passando por muitos problemas.

– Novamente, é muita generosidade da sua parte. – Ele parecia querer dizer mais coisas, mas as palavras que se seguiram tinham um tom bem formal. – Eu não mereço sua boa-fé, mas agradeço. Com
minhas desculpas, aceite minha gratidão. Samson tem sorte de tê-la aqui.

– É uma honra. – desta vez ela falou a verdade. Em meio àquela crise ela estava feliz em fazer sua
parte. Além disso, Samson era especial. Ele era um futuro regente. As ações dela refletiriam no seu próprio país.

De repente, luzes começaram a piscar pela sala. Katrina ficou de pé e olhou pela janela. O trem
chegara à estação de Pasadônia. Infelizmente, a imprensa chegara antes deles.
Sammy veio correndo assustado e enterrou o rosto nos joelhos dela.

– Paparazzi – rosnou Julian. – Abutres, todos eles. Leve Samson lá para baixo.
Ela já estava com Sammy no colo, indo para as escadas.

Neil aproximou-se dela.
– É só a imprensa. Vou levá-lo para o quarto dos gêmeos. Você pode certificar-se de que as cortinas estão fechadas?

– Não – falou Julian sobre o ombro dela. – Use a suíte.
Confusa, ela o encarou.
– Mas...

– Ele é o futuro de Kardana – afirmou ele com simplicidade. – Ele merece a segurança extra que o quarto oferece.

Neil recebeu o comando e a levou para baixo. Ele foi na frente de Katrina para se certificar que a
suíte máster estava segura. Enquanto ela levava Sammy ao banheiro, Julian também chegou ao quarto.
Os dois conseguiam fazer o quarto parecer minúsculo. Eles não eram nem um pouco parecidos – um era um matador treinado, o outro, um líder mundial; um vivia nos bastidores, o outro sob os holofotes.
Ambos estavam acostumados a dar ordens, mas apenas um emanava poder com apenas um arquear de sobrancelha.
E ninguém conseguiria confundir quem era quem.
Certamente não Katrina, que descobriu ser muito difícil tirar os olhos de Julian.
Sentindo o olhar dele como um toque, ela estremeceu. Katrina sabia que era culpa do beijo. Não
importava o quanto ela tentasse, ela não conseguia esquecer a sensação da boca dele sobre a dela.
Aquele olhar significava que ele também se lembrava?
Afastando aquele pensamento, ela colocou Sammy no meio da cama e se juntou aos homens.
Neil rapidamente explicou aos dois como a suíte máster se transformava em um quarto do pânico.
Ela manteve uma distância segura durante o processo; precisava muito manter aquela atração
indesejada sob controle. Ao fim da lição, o trem já partia, deixando os paparazzi para trás.

– Relatório – ordenou Neil para alguém em seu transmissor. – Beale, lide com isso – mandou ele, e então avisou para Julian:
– Alguns homens subiram na parte de trás do trem, meu senhor. Da imprensa, provavelmente. St. James não relatou nenhuma outra atividade suspeita. Por favor, fique
aqui.
Julian assentiu. Com uma saudação, Neil saiu.

– Relaxe, srta. Vicente. Conhecer os mecanismos do quarto do pânico é uma medida de precaução.
Nós devemos estar alerta.
Aquilo era um alívio. Mas quando o trem pegou velocidade, uma dúvida ocorreu a Katrina.

A Arte Da Paixão (Arlequin ) Onde histórias criam vida. Descubra agora