CAPÍTULO 32

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– ISSO É tudo culpa sua – sussurrou ela. – Por me seduzir, me fazer sentir segura, por me dar esperanças.

Ela sabia que estava sendo injusta. Que ele estava tentando acalmá-la. Tarde demais. A confiança dela estava em cacos. Ela empurrou o peito dele.

– Deixe-me levantar.

– Katrina, me ouça – implorou ele.

– Não, me solte.

– Não posso ficar parado enquanto você se esconde do mundo por causa de um erro do passado – explicou ele, olhando dentro dos olhos dela, pedindo para que ela compreendesse. – Você é melhor que isso.

– Minha vida não é da sua conta. – Ela desviou o olhar.

– Enquanto você estiver nesse palácio, ela é.

– Um problema de fácil resolução. – Ela o empurrou novamente, com mais força. – Deixe-me levantar. Eu vou embora.

Mas ele foi mais forte.
– Você não vai a lugar algum. Você precisa parar de se proteger e viver.

– É fácil para você falar. Mas minha vida não é um jogo. Pessoas com quem eu me importo muito podem se ferir. – Ela não conseguia pensar além da raiva, não com o cheiro dele distraindo-a.

– Se elas realmente se
importarem, entenderão que você finalmente está livre deste peso. Até parece que eles se importavam tanto assim.

– Eles me mostram o amor deles permitindo que eu faça minhas próprias escolhas.

– Você quer dizer que eles permitem que você se esconda no palácio. Mas que prisão mais bela.
Estou surpreso por você aceitar isso. Com certeza, ela é boa demais para a severidade de seu crime.

– Você não sabe do que está falando.

– Sei que você é uma estrela brilhante, que se esconde nos bastidores com medo de chamar atenção e perturbar a vida rasa que construiu ao redor de seu medo.

O peito de Katrina doeu com a força da verdade. Ela prendeu a respiração, dizendo para si mesma que os sacrifícios que fizera foram em nome da família, para evitar dor ou   constrangimentos futuros,mas na realidade, estava apenas se punindo por ter falhado com eles. Que decepção ela era.

– Katrina! Caramba, respire. – Ele levantou-se de cima dela e colocou-a sentada.– Desculpe. Eu não quis...

– Pare. Não finja. – Ele podia estar certo, mas isso não mudava nada. Ela ergueu o cotovelo para
bloqueá-lo quando Julian tentou se aproximar de novo. – Não finja se importar, quando na verdade eu não significo nada para você. Seu tempo seria mais bem gasto na busca por uma esposa.

Ele caiu ao lado dela no tatame, balançando a cabeça.

– Você estava na passagem perto do escritório do meu pai. Você o ouviu me mandar...

– Procurar uma esposa – terminou ela. Ele não questionou o que ela estava fazendo lá. Pelo menos parte das passagens deveria ter um sistema de vigilância.

– Sinto muito pelo que ouviu. Mas você precisa saber que foi um conforto para mim desde o início.
Eu não estava em condições de discutir nosso relacionamento.
A explicação dele não chegou nem perto de aplacar a fúria dela.

– Acredito que a palavra que você usou foi distração.

– Isso é verdade. – Ele tentou acariciar o rosto dela, mas Katrina se esquivou. – Eu falei para ele esquecer, que ele não ditará com quem devo me casar.

A Arte Da Paixão (Arlequin ) Onde histórias criam vida. Descubra agora