CAPÍTULO 29

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Mãos quentes a seguraram pela cintura e a trouxeram contra o corpo excitado dele.

– Em um dia limpo, dá para ver as ilhas Britânicas do deque do telhado.

– Sua casa é linda. – Ela aproximou-se dele.

– Humm – Ele beijou o pescoço dela. – Parece que há um “mas” implícito aí.

– Eu só não consigo imaginar Sammy aqui. Todo esse branco, e o espaço é um pouco frio.

Ele soltou os braços dela, e foi pegar uma taça de vinho que Kristof trouxera.

Ela envolveu a cintura com os braços. O que foi que ela dissera para afastá-lo?

– Muitos me consideram uma pessoa fria. – Ele bebeu vinho, escolhendo olhar para a
paisagem. – Insensível é outro termo que as pessoas usam.

– Não eu – afirmou ela, caminhando até ficar entre ele e a vista. – Você nunca foi insensível comigo.

– Não – concordou ele, acariciando a bochecha dela. – Você é uma criatura intrometida. É impossível não ser afetado por você.
Ela franziu o nariz.

– Mon Dieu, isso não soou como um elogio. Talvez você seja mesmo frio.

– Olha só. É difícil acreditar que o fantasma daquelas fotos ainda te assombra.

Foi a vez de ela se virar.

– Muitas vezes nossos medos são irracionais. E isso não os torna menos reais. – Ela encarou o mar, tentando esquecer o passado. – Eu não quero discutir isso.

– Não gosto de ver você sofrendo assim. O tipo de foto que você descreveu vale muito dinheiro para os tabloides. Se alguém as tivesse, elas já teriam aparecido.

– Talvez eles não saibam quem eu sou, ou talvez estejam esperando que eu ganhe mais notoriedade antes de me extorquir. Nós poderíamos brincar de adivinhar a noite toda, mas eu não vim aqui para
conversar.
Ficando nas pontas dos pés, ela deu um beijo na boca dele, traçando a linha dos lábios masculinos com a ponta da língua até ele os abrir e consumi-la com uma voracidade imediata. Inclinando a cabeça
dela, ele aprofundou o beijo.
E todos os pensamentos das fotos fantasmas desapareceram.
Naquela noite Katrina não se importava.
Naquela noite o que importava era ceder à paixão, às
necessidades de seu homem.
Seu homem.

Pegando-a nos braços, ele a colocou sobre o sofá e deitou-se, unindo seus corpos.
Sim, ela estremeceu quando a mão dele traçou um caminho pelos quadris dela. Ela iria deixar para se preocupar com as emoções na manhã seguinte. Naquela noite, ela queria apenas esquecer e entregar-se
às sensações, e tocar as estrelas.

– Você está com frio? – Ele interrompeu o beijo para pegar uma coberta.

– Nem um pouco – afirmou Katrina. Porém, ao espiar a bandeja de comida na mesa atrás deles, seu estômago roncou. – Minha nossa, mas estou com fome. Eu só belisquei durante a recepção. Podemos
ver o que Kristof preparou para nós?
As bandejas revelaram rosbife, uma variedade de queijos, algumas frutas e vários tipos diferentes de biscoitos.

– É um verdadeiro banquete. – Ela colocou uma uva na boca dele. Ele a comeu e pegou uma fatia fina de rosbife, que acabou deixando de lado. – Você não está comendo.

– Você me fez comer na recepção. Além disso, só estou com fome de uma coisa. O desejo na expressão dele deixou-a com ainda mais calor. Como podia ter pensado que ele era um homem frio?
Mais do que isso, ele se importava com o sobrinho, com a família, com o país. Talvez até demais.
Com sua postura reservada e séria, ele devotava sua total atenção para o que estivesse dentro do foco dele.

A Arte Da Paixão (Arlequin ) Onde histórias criam vida. Descubra agora