CAPÍTULO 33

262 30 0
                                    

Marchando até o armário de seu quarto, ele escolheu um terno novo e uma gravata combinando.  Então ele não fora tão inconspícuo como poderia ter sido. E talvez a hora e o lugar também não tivessem ajudado.

Mas ela não precisava atacar os motivos e o caráter dele. Eles eram bons juntos, dentro e fora da cama. Ela amava Sammy. Era tão errado assim pensar que eles poderiam formar uma
família feliz?

Tudo foi por água abaixo quando ele foi impulsivo e a pediu em casamento. Longe da
premeditação de que ela o acusara, ele reagira à dor e deixara as emoções falarem mais alto.

Ao olhar para as circunstâncias logicamente, ele conseguia enxergar as intenções do pai.
Ele tinha um país para governar. Casamento era uma distração à qual ele não podia se entregar. O
fim abrupto do caso deles só provava que um relacionamento naquele momento era uma má escolha.  Ele estava ocupado demais para cortejá-la, que dirá para se casar com ela. Além disso, eles haviam acabado de enterrar Donal e Helene – inserir Sammy em uma nova unidade familiar ainda não era aconselhável.

Ela queria ir embora? Pois que fosse. Ele tinha mais coisas para fazer do que correr atrás de uma
moça mal-agradecida.

Julian ajeitou o paletó e saiu do quarto. Katrina estava certa sobre uma coisa: era hora de colocar aquelas habilidades de liderança a trabalho dos problemas do país.

SURPREENDENTEMENTE, O rei Lowell mostrou-se triste com a partida de Katrina. Os bons
modos exigiam que ela se despedisse de seus anfitriões, e ele a acolheu em seu escritório.

– Quero lhe agradecer pelo carinho e pelos cuidados para com minha família.

– Espero que o senhor me permita visitar Sammy qualquer dia – pediu ela humildemente. – Ele roubou meu coração, de verdade.

– Mas é claro. Entretanto, não acho que Sammy foi o único que roubou seu coração. Eu nunca vi
meu filho tão magoado. Hoje foi a primeira vez que ele desafiou minhas ordens. – Ele sorriu e balançou um dedo na direção dela. – Ele discorda de mim bastante. Mas é um estrategista, e sempre apresenta seus argumentos com lógica e razão. Hoje ele discutiu comigo de um ponto de vista emocional.

Katrina tentou entender o que o monarca estava dizendo. Ele acabara de confessar que tentara juntar os dois? Era essa a resposta dele à foto no jornal? Com certeza anunciar um casamento iminente colocaria panos quentes na situação. Fugir dela só pioraria as coisas, mas Katrina não tinha escolha.

– Você está fazendo um jogo perigoso, Sua Majestade.

– Julian sofreu e lidou com muitas coisas no último mês, e terá mais ainda pela frente. Ele poderia muito bem ter o apoio de uma mulher forte ao lado dele. – O rei suspirou pesadamente. – Eu só quero
que Julian seja feliz. Sammy terá os melhores cuidados do mundo, mas nada substitui uma figura
materna.

– O senhor está certo. Sammy tem sorte de ter Sua Majestade e Giselle, mas ele merece ter dois pais amorosos. – A devoção de Julian com o menino não podia ser questionada, o que significava que ele logo acabaria curvando-se diante do dever e escolhendo uma esposa.
Ela forçou a imagem de Julian com outra mulher para fora da mente. Era hora de seguir em frente.

– Já estou tomando muito tempo do senhor. Só queria agradecer pela hospitalidade.

– Eu espero vê-la em breve, de verdade. O jato real a levará até o aeroporto, onde um helicóptero irá conduzi-la de volta ao seu país.

– Sua Alteza! Eu não posso...
Ele levantou a mão
imperiosamente.

– Para o seu conforto, sim. Mas também para a paz de espírito do meu filho. Ele não descansará atésaber que você chegou bem em casa.

A Arte Da Paixão (Arlequin ) Onde histórias criam vida. Descubra agora