CAPÍTULO 28

274 27 1
                                    


- SEMPRE ACHEI que passagens secretas fossem escuras e sinistras, cheias de poeira e teias de aranha. -
Katrina seguia as costas enormes de Julian por um corredor estreito. - Mas esta é bem iluminada e
limpa. - Ela sentiu um cheiro conhecido. - As paredes são feitas de cedro?

- Não faço ideia. Donal e Helene usavam essa passagem para ir do berçário para os aposentos deles.
É mais rápido e prático do que os corredores. Os criados também a usam em casos de emergência.

- Bem conveniente.

- Recentemente eu mandei que a passagem do meu quarto para o berçário fosse limpa.

- Mesmo?
- Ja. Depois do incidente com o dr. Vogel, gosto de checar Sammy todas as noites antes de ir dormir.

- Apenas Sammy?
Julian parou e virou-se para ela.

- Sim, minha linda. - Ele acariciou o rosto dela. - Ontem foi a primeira vez que eu usei o túnel para chegar até seu quarto. Na verdade, eu sou um sujeito muito bacana.

- Você... - Ela deu um soco de brincadeira no peito dele. - ...é um belo de um patife, fugindo de
fininho comigo do palácio.

- A ideia foi sua. - Ele a beijou rapidamente antes de continuarem pelo labirinto secreto do castelo.

- Eu sugeri que você escapasse por hoje. Não estava sugerindo uma noite romântica.

- Mas isso é muito melhor.

- É o que você pensa, considerando que a ideia foi sua. Eu realmente não deveria ter vindo. Hoje foi um dia difícil para Sammy.

- Nós já demos uma olhada nele. O menino estava apagado. - Eles desceram três lances de escadas e
abriram uma porta. O ar fresco revelou que o caminho dava para o exterior do palácio.
Aquela era a última chance de Katrina mudar de ideia. De agir com racionalidade e sabedoria.
O coração dela acelerou ao olhar o lado de fora. Julian sorriu para ela - e isso foi o suficiente.

O sangue corria selvagemente em suas veias conforme a adrenalina ia direto para o cérebro de
Katrina. Ela queria aquela aventura. Ela queria Julian. Ela queria ter tempo para explorar a paixão entre eles.

Bernadette a desafiara a descobrir o que ela queria e correr atrás da felicidade. Ela não seria egoísta a ponto de arriscar um relacionamento público com ele - mas poderia muito bem ter aquela noite. Uma
pedra preciosa a ser adicionada às suas lembranças antes da hora de voltar para casa.

- A garagem fica do outro lado do pátio. Meu carro está à nossa espera. Neil sabe que vamos sair, e notificou um guarda nos portões que você usará meu carro para levar para casa um convidado indesejado.
- Você quer que eu dirija?

- Ja.

- Seu carro?

- Ja. - Os olhos dele se estreitaram. - Você sabe dirigir um carro manual, certo?

- Oui. - Ela esfregou as mãos. - Vamos lá.
O luar mostrou um sorriso de canto no rosto dele.

- Você não quer mudar de ideia? Alguém pode nos ver.

- Pare de provocar - zombou ela. - Você não me deixaria mudar de ideia.

- Não - concordou ele. Julian lhe deu um beijo rápido e quente. - Esta noite, você pertence a mim.
A fuga ocorreu exatamente como Julian havia planejado. O guarda olhou para a figura dele
debruçada e acenou para que Katrina passasse pelos portões. Depois de alguns quarteirões, ele se endireitou.

- Você pode parar quando quiser, que eu dirijo.

- Oh, não. Estou me divertindo à beça. - Katrina.
Ela sorriu desdenhosamente para ele, mas não parou o carro. Ao invés disso, seguiu o GPS para fora da cidade, onde eles abriram as janelas e aceleraram.

A Arte Da Paixão (Arlequin ) Onde histórias criam vida. Descubra agora