Cap two

520 25 1
                                    

Julia narrando

Mais um dia indo para a faculdade, e as primeiras coisas que sempre me perguntam é: "Como assim Arquitetura?"; "Você sabe que são quase cinco anos?"; "Você vai aguentar isso?". E a minha resposta é sim, pois é o meu sonho desde pequena construir coisas e também pelo meu pai que é apaixonado pelo que faz; alguém da família teve que puxar esse caminho, né? Porque meu irmão mais velho, o Arthur, seguiu para a carreira de medicina e os outros dois, Vinícius e Sabrina, estão fazendo música, eles até tem uma banda juntos que se chama "The Five".
Acordei dos meus pensamentos, desci do ônibus e fui direto para a facul. Demorou um pouco, mas o professor nos dispensou.
Entrei em casa e a única pessoa que não queria ver hoje eu vi: a namorada do Arthur. Desde o ano passado eu não vou com a cara dela.

Pri: - E aí, minha florzinha, como você está?

Julia: - Eu estava muito bem até te ver. - disse com cara emburrada.

- Para de ser chata, garota! - Priscila disse com raiva.

- Só paro quando você terminar com o meu irmão!

- O Arthur e eu não vamos nos separar, sabe porquê? Porque o nosso amor é maior. - triunfou ela.
Comecei a rir na mesma hora.

- Só se esse seu amor for pelo dinheiro dele.

- Nunca pensei em te bater, mas agora eu tô querendo. - Priscila ameaçou em um tom debochado.

- Pode vir, eu não tenho medo! - respondi rapidamente, duvidando de suas ações.
Ela veio para cima de mim dando um soco em minha barriga. Segurei a dor e puxei o cabelo dela ( ponto fraco de toda mulher), ela foi para o chão e consegui dar uns tapas bem dados nela até que...

Arthur: - O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!
Ouvi aquela voz e pensei "tô ferrada".
Minha mãe e o meu irmão apartaram a briga na mesma hora.
Mãe: - Julia, porque você bateu nela? - questionou minha mãe sem pensar nem um pouco na hipótese de Priscila ter iniciado tudo.

Pri: - Dona Chloe, apenas quis saber como foi o dia dela e ela já veio pra cima de mim! - disse chorando horrores.

- Arthur, vai cuidar da sua namorada longe daqui, vou ter uma uma conversinha com a sua irmã.
Arthur saiu com ela abraçado, mas antes ela virou para mim e deu um sorrisinho só para me enfurecer, e conseguiu.

- O que deu em você, Julia, pra bater em alguém?

- Mãe, foi ela que começou. - tentei me defender.

- Pelo o que eu vi você estava batendo nela.

- Mas antes ela me deu um soco na barriga e nem sei como bati nela, a dor ainda está aqui! - disse colocando a mão no local.

- Eu sei que você não gosta dela, nem eu gosto, mas temos que respeitá-la por causa do seu irmão!

- Ele não percebe que ela está junto com ele por conta do dinheiro que temos?

- Não, filha, porque ás vezes o amor é cego, ele só verá coisa boa nela, infelizmente. Um dia isso irá acontecer contigo.

- Espero que esse dia nunca chegue. - comento tentando diminuir o clima ruim que estava no ambiente até então.

- Bom vamos parar de falar nisso, vá se trocar para almoçar. - ela ordena, após dar uma garagalhada seguida de um longo suspiro depois de ouvir meu comentário.

- Ok.
Subi para o meu quarto, troquei de roupa e desci para almoçar. Arthur deve ter levado a namoradinha dele para a casa dela, pois ele só chegou em casa ás 18 horas.
Passou-se o tempo, eu já tinha jantado e estava indo para a cama, afinal o dia havia sido tão produtivo. Fiz tanta lição depois do almoço que quando acabei já era tarde e eu já estava quase ficando louca com esses trabalhos. Tomei banho, coloquei o meu pijama, escovei os dentes e me deitei. Quando estava fechando os olhos, alguém abre a minha porta com toda a força que não sei como ela não quebrou.

Arthur: - Porque você fez aquilo com a Priscila? - E lá vamos nós de novo.

Julia: - Arthur, eu não fiz nada, ela só veio me chamando de amiga e você sabe que eu não suporto ela.

- Ela é a minha namorada, gostando ou não você tem que tratá-la bem! - grita grosseiramente.

- Tô pouco me lixando para essa patricinha que só pensa no seu dinheiro e não no seu amor.

- Para mim já chega, você nunca vai entender o que é amor!

- Um amor igual ao seu eu nunca vou querer.

- Vou embora - disse batendo a porta de novo.

- QUEBRA A MERDA DA PORTA!

- CALA A BOCA, JULIA!
Com raiva, joguei o meu boné e ele quase caiu da varanda do meu quarto. Assim que fui pegá-lo, vejo uma estrela cadente passando no céu.

- Nossa, tudo o que eu gostaria agora era poder trocar de lugar com alguém, mas isso nunca irá acontecer! - Disse com lágrimas no rosto, apoiada sobre a grade da varanda admirando aquela estrela atravessar o céu.
Na hora em que deitei na cama dormi instantâneamente.

The exchange - Joel PimentelOnde histórias criam vida. Descubra agora