Capítulo 12

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SHIKAMARU

Eu acabei dormindo depois de ter bebido todo o álcool que tinha e ter fumado um pouco. Acordei em torno das 15h com o barulho de alguém batendo na porta. Que saco, enchendo o saco logo cedo? Eu ignorei mas a pessoa continuou dando batidas desesperadas na porta. Com base nas coisas que estão acontecendo só pode ser algo sério, merda. 

Eu abri a porta e a Ino entrou me empurrando.

- Para começar que história é essa que você deixou de ser conselheiro? - Ela passou os olhos pela casa e viu as várias garrafas vazias e o cinzeiro cheio. - E que tanto de garrafa é esse? Você está fedendo a álcool e a cigarro, Nara Shikamaru! - Ela estava com a sobrancelha arqueada, os braços cruzados, a voz ficando mais alta a cada palavra e ela andando de um lado para o outro. Lá vem o sermão sem fim dela... - Shikamaru, se você acha que vai trazer a confiança da Temari desse jeito você está muito enganado. Eu também fiquei sabendo que você estava agarrado com uma mulher ontem. Você só pode estar louco para fazer essas coisas! Você vai tomar um banho, arrumar essa casa e depois vai consertar essa bagunça que você fez.

- Quem você pensa que é para vir aqui só para dar sermão? Olha só para você! Está grávida de um cara como o Sai, foi largada, não tem nem como contar para a mãe e nem sabe segurar uma criança no colo direito.

A Ino ficou me encarando por uns instantes, abria a boca para falar algo mas desistia antes de falar até que finalmente conseguiu falar:

- Eu perdi o bebê de madrugada. O Sai foi hoje cedo falar comigo, pediu desculpas pelo o que tinha feito, falou que iria assumir e foi por sua causa que ele reconheceu o que estava fazendo.

- Ino...

- Eu entendo que você está sofrendo, - ela foi para a porta, abriu e disse - só não desconta a sua dor nas pessoas, principalmente naquelas que vieram estender uma mão.

Eu pude sentir dor em cada palavra dela, eu quis reconfortá-la, abraçá-la e pedir perdão pelo o que tinha dito. Dizer o que estava acontecendo, que eu estava sendo controlado e só alguém como ela poderia quebrar esse jutsu. Mas eu não consegui. Eu fiquei parado, no meio da sala, sem conseguir dar um único passo e incapaz de falar qualquer coisa. 

Eu caí no chão devido ao peso nos ombros que aumentava a cada segundo e as forças que iam embora a cada respiração.

Ouvi alguém bater palmas atrás de mim e andando lentante até ficar na minha frente. Itsuki.

- Gostei de ver, Shikamaru. Qual a sensação de machucar sua amiga? - Ela perguntou com um sorriso maldoso, que sumiu com as suas próximas palavras. - Eu soube que você abandonou seu cargo de conselheiro.

Eu a fiquei encarando sem dizer nada, ela se agachou aperto meu rosto com suas unhas afiadas.

- Se der uma de espertão de novo e fazer algo assim eu te mato e todo mundo que você ama, entendido?

Eu fiquei calado a encarando.

- Vi Temari saindo do hotel agora a pouco, ele está vindo para cá, que tal fazer ela te ver agarrado comigo, hein? Considere uma punição por ontem e se caso ela for embora da Folha e isso gerar uma confusão com o Gaara, Kakashi e você considere uma punição por ter abandonado o cargo. Agora venha, vamos partir o coraçãozinho dela.

Ela não estava querendo apenas matar pessoas da vila, estava querendo ferrar com tudo, estava disposta até gerar confusão entre Kages. Tenho que pensar um jeito de pará-la. Depois que eu resolver isso eu me entendo com a Temari, eu vou explicar direitinho tudo o que aconteceu. Vou fazer de tudo para trazê-la de volta. 

Itsuki me levantou e fomos andando até o portão do clã. Ela parou, me fez segurar a cintura dela e rodopiá-la, como se fossemos um casal, e depois me forçou a beijá-la. Ouvi um barulho de várias panelas caindo, me assustei e vi o que tinha acontecido. Era a Temari. Ela caiu no meio das panelas, tentei me soltar para ajudá-la a se levantar, mas meu corpo não correspondia, eu só puxava a Itsuki para mais perto. 

Ela me olhava com nojo, decepção e tristeza. Sentir um aperto enorme no peito, uma dor diferente de qualquer outra que senti. Eu tinha decepcionado ela de novo. Eu era o causador da dor dela. Ela saiu correndo e pela sua reação vi que não seria fácil trazê-la de volta para mim. Talvez tudo tivesse acabado ali. 

A Itsuki continuou me beijando e eu não conseguia parar, era tudo nojento demais, eu estava com nojo dela, da situação e de mim mesmo.

Quando ela finalmente me soltou e foi embora fui correndo para o hotel em que a Temari estava e tentei ir para o quarto dela mas a recepcionista me impediu. 

- O senhor não pode passar daqui.

- É uma emergência. - Isso logo agora?

- Sei que alguém te deixou passar uma vez, mas isso não irá acontecer novamente.

-  Eu realmente tento que ir. É muito importante. Se caso dê algum problema pode me responsabilizar. - Tentei sair correndo mas ela me puxou e me jogou no chão.

- Você vai esperar, eu vou ligar para o quarto da hóspede e se ela permitir você sobe. Agora me diga quem é e o seu nome.

- Meu nome é Nara Shikamaru e o dela é Temari, a conselheira do Kazekage. Ela deu entrada há seis dias e vai ficar mais nove dias.

- Ela foi embora há algum tempo.

- O que? - Ela jamais faria algo imprudente assim.

- Ela não está hospedada mais aqui. 

- Moça, isso está errado. Ela tem que estar aqui.

Ela me mostrou um caderno com a assinatura da Temari, data de hoje e horário de partida. 

- Sinto muito.

Saí do hotel meio zonzo por causa da notícia e acabei caindo no meio da rua. 

Como a Temari poderia ter partido? Ela jamais abandonaria as responsabilidades, o trabalho sempre foi tudo para ela. Se eu fosse rápido o bastante eu a alcançaria, mas o que eu iria falar para ela? 

Eu fui para o bar, precisava me afogar em mais bebida.


Eu Não Vou Te Deixar (ShikaTema)Onde histórias criam vida. Descubra agora