Capítulo 24

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TEMARI

Como estava começando a escurecer resolvendo passar a noite naquele lugar mesmo e irmos para a Folha no dia seguinte. Caminhos devagar, sem pressa alguma, rindo, contando as coisas que aconteceram nesse meio tempo e relembrando momentos de quando éramos mais jovens. A viagem nunca fora tão rápida antes, pareceu durar poucas horas o que na realidade foi quase dois dias.

Quando chegamos na Folha fomos direto para a casa dele. A casa estava diferente da última vez que a vi, consequência da luta contra a mulher que o aprisionara. Antes que Shikamaru pudesse abrir a porta, uma mulher com uma feição furiosa que aparentava ter em torno de 50 anos surgiu à porta. A mulher possuía longos cabelos castanhos escuros, presos em um rabo de cavalo com duas mechas soltas sobre as orelhas, olhos pretos e semelhantes ao de Shikamaru. Era a mãe dele.

- Onde você esteve durante todo este tempo?! Sua mãe passa seis meses fora e espera chegar em casa e encontrar o filho em casa de braços abertos para receber a mãe, para da amor, perguntar como foi a viagem, falar que está com saudade e quando eu chego a casa está destruída, com um monte de garrafa de bebida e maço de cigarro espalhados pela casa! E você resolve sair por aí! Eu estou a mais de dois dias preocupada sem saber onde você...

- Mãe - Shikamaru a interrompeu e me puxou para o lado dele, que antes estava atrás -, essa é a Temari, minha namorada. 

Os olhos da mulher recaíram sobre mim, eu dei um breve aceno e um sorriso nervoso, certamente não teria me visto se ele não tivesse me puxado.

- Eu fui me encontrar com ela na vila dela, a Areia. É uma longa história, contaremos depois. Podemos entrar agora e deixa o surto para depois?

- Claro, meu filho. - Ela deu passagem para nós e deu um abraço apertado em Shikamaru, que por um instante ficou relutante, mas depois retribui na mesma intensidade que a mãe. Ela também me deu um abraço gentil e nos direcionou até a sala de estar. - Eu vou passar um café para gente e trazer uns docinhos.

Ela saiu da sala e só então Shikamaru me enxergou e viu o quão nervosa eu estava em conhecer a mãe dele e por ele ter me apresentado a ela como sua namorada.

- Relaxa, ela vai gostar de você, tenho certeza. - Ele esticou um de seus braços me puxando contra o seu corpo e  começou a acariciar meu rosto. - É impossível ela não gostar, vocês iguaizinhas, sabia?

Ele puxou meu rosto com de delicadeza para me beijar mas nos afastamos assim que ouvimos a mãe dele se aproximando. Ela trazia consigo uma bandeja com café e alguns biscoitinhos assados.

- Fiquem à vontade. Me desculpe pelos gritos lá na entrada, é que esse meu filho me deixa louco às vezes. Meu nome é Yoshino Nara, a proposito.

- Eu sou a Temari no Sabaku. Eu que devo desculpas, deveria ter avisado que viria e o Shikamaru não me avisou que estaria aqui.

- Ele não sabia, era uma surpresa. A quanto tempos vocês namoram?  Shikamaru nunca me disse que era apaixonado por uma garota.

- A dois dias, acho. - Eu o Shikamaru nos entreolhamos e rimos. 

 - Ninguém pediu ninguém em namoro? - Balançamos a cabeça para confirmar que não houve pedido algum. - Esses namoros de hoje em dia estão todos errados! Na minha época era bem diferente dessa coisa que vocês chamam de namoro.  

Shikamaru mudou o rumo da conversa se não mãe continuaria naquele assunto por horas. Ela começou a contar sobre a viagem animadamente e dizia que na próxima o filho iria junto.
Depois da longa conversa, eu fui tomar um banho e colocar uma roupa limpa. Enquanto eu estava no quarto de Shikamaru guardando as coisas que trazido, Shikamaru bateu na porta e eu a abri. Ele estava com um sorriso nervoso. 

- Está cansada?

- Não, por quê?

- Quer ir dar uma volta? Sabe, tá uma noite bonita e pensei que você iria querer ver as estrelas, tem algumas barraquinhas de jogos se você quiser a gente pode jogar.

- Me chamando para um encontro? 

- Bem, estou. 

- Daqui a pouco estou pronta.

❋❋❋ 


Nós andávamos de mãos dadas pela vila, rindo da sua tentativa, que deu muito certo, de ser engraçado. Ele comprou um pequeno e lindo girassol e colocou no meu cabelo. A vila estava diferente desde a última vez que a vi. Estava enfeitada, várias barraquinhas tinham várias barraquinhas e diversos turistas. O Hanabi Taikai acontecia naquela época, muito provavelmente neste dia. 

Apesar de tudo o que passamos, eu ainda sinto as "borboletas no estomago" ao encontrar com ele e o nervosismo de estar em um encontro aumentou ainda mais o nervosismo. 

Nós paramos em uma barraquinha de um jogo cujo objetivo é arremessar uma kunai num alvo, quanto mais perto do centro maior é a pontuação e assim ganha-se pelúcias. Nós pegamos as kunais que o feirante entregou e eu arremessei primeiro, a kunai ficou a alguns centímetros do centro do alvo. Eu bufei de raiva e Shikamaru arremessou a próxima, a kunai passou longe do alvo. Tanto eu quanto o feirante rimos da péssima pontaria de Shikamaru e da sua cara de frustração. Nós pagamos para jogar mais algumas vezes e ficamos jogando até conseguir um urso panda de pelúcia enorme. 

- Vem cá. - Shikamaru pegou a minha mão e começou a me levar para o lado oposto de onde as barracas estavam. 

- Onde estamos indo?

- De certa forma, pra onde tudo começou? - Fiz uma expressão confusa e ele apontou para o monumento dos hokages. - Bem, a escadaria foi consertada, assim a subida fica bem fácil e não teremos problemas na subida. 

- Nunca pensei que você seria o romântico da relação. 

- Alguém tem que ser.

- Está falando que não sou romântica?

- Sim, estou. 

- Você é ridículo, sabia?

- Você gosta de mim assim, não é?

Eu me aproximei dele para beijá-lo e ele desviou.

- Sem beijos agora. 

- O que? Por que?

- Porque se não vai ser um beijo, vai ter outros e vamos acabar perdendo os fogos. 

- Só um, Shika?! - Coloquei o máximo de melosidade que consegui na voz e uma cara de cachorro abandonado. 

- Não faça essa carinha para mim. Anda. 

Ele puxou a minha mão e fomos subindo a longa escadaria com rapidez. Quando cheguei ao topo vi que a vista era ainda mais bonita do que a daquele dia. Dava para ver as luzes da cidade toda enfeitada para o festival. Pouco tempo depois começaram a soltar os fogos coloridos. Cada um de uma cor e de diferente formatos.

- Eu senti tanta a sua falta, Shikamaru. - Ele me me abraçou pela cintura e eu coloquei meus braços ao redor do seu pescoço. O seu rosto estava iluminado pelos diferentes tons dos fogos. - Eu estou completamente apaixonada por você, Shikamaru Nara, eu te amo. Aceita namorar comigo?

- Eu também te amo, Temari, te amor com todas as minhas forças. Com certeza, eu quero namorar com você. 

Ele me puxou delicadamente pela cintura e eu aproximei seu rosto do meu e nos beijamos, com a lua, as estrelas, os fogos e o panda de pelúcia gigante como testemunhas do nosso amor.

Eu Não Vou Te Deixar (ShikaTema)Onde histórias criam vida. Descubra agora