Eu Não Vou Te Deixar (ShikaTema)

Capítulo 23

TEMARI

Cada parte do meu corpo tremia, minha cabeça girava, meu coração batia cada vez mais rápido e diversos sentimentos amontoavam sobre mim. Movia-me entre as árvores perdida em devaneios, ouvia a voz dele lendo aquelas palavras ressoando na minha cabeça.

Entre as árvores, ao longe, começou a surgir uma forma uma humana, aos poucos eu pude notar suas feições: trajava uma camiseta de manga longa e calça, ambas pretas, cabelos negros e longos presos num rabo de cavalo, olhos escuros e estreitos e brincos cor de prata. Shikamaru.

Parei abruptamente ao vê-lo ali na minha frente depois de tanto tempo.
Nós estávamos a seis passos de distância, meu corpo não se movia, assim como o dele.

Minha garganta se fechou completamente, não conseguia dizer coisa alguma, tudo o que havia desejado dizer eu não conseguia colocar para fora. Eu comecei a olhar cada detalhe do seu corpo e rosto, observando cada mudança de sua aparência nesses últimos meses e tentando memorizá-los para tê-los sempre ao meu lado.

Aos poucos ele se aproximava de mim. Um, dois, três, quatro passos dados.

- Oi. - Ele disse num tom tímido, suas palavras seguintes foram como um sussurro – Você leu?

- Li. Está feliz?

- Ahn? Por ter lido a carta e os poemas? Sim, eu...

- Não, bobo – eu interrompi com um sorriso -. “Eu estou afundado nessa coisa problemática chamada de amor, mas estou feliz que é por você.”

- Bem, eu ficaria mais feliz se fosse correspondido. – Ele passou a mão na nuca e um leve rubor surgiu no seu rosto.

- Ele é. Nós não vivemos uma curta história de amor, Shikamaru. A nossa história está só começando.
Eu coloquei meu braços ao redor do seu pescoço e ele passou suas mãos pela minha cintura. Ele deu um sorriso de lado, o sorriso que tanto amo, que desejei vê-lo todos os dias nesse tempo.

- Só começando é? Então você irá me dar um filho? Não, um não. Quero vários, uma casa cheia de filhos. Uns três ou quatro, quem sabe.

- Calma aí, senhor Nara. Um filho, ou filha, está ótimo. Não venha com essa coisa problemática de ter vários filhos  ou outras assim.

- "Problemática", hein? - ele deu um leve sorriso ao perceber que peguei uma de suas manias verbais. - Tanto faz, desde que seja bonito igual você eu estou feliz.

- Eu tirei ter uma sorte grande em estar apaixonado por um poeta.
-

Eu passei minhas mãos pelo o seu rosto e sussurrei: Senti sua falta.

Aproximei seu rosto para mais perto do meu e o beijei. O roçar de seus lábios nos meus era suave e leve, as mordidas entre os beijos me fazia soltar leves gemidos entre um e o outro. Ele me puxava cada vez para mais perto de si. Minhas mãos acariciavam seus cabelos macios. Ambos partimos o beijo delicadamente para recuperarmos o fôlego. Ele tinha um sorriso no rosto e eu, com certeza, tinha um maior ainda.