Capítulo 30

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TEMARI

- O que?! - Perguntei sem acreditar no que ouvia. Grávida? Como poderia? As imagens das vezes que eu e Shikamaru fomos para a cama vieram na minha mente. Usamos camisinha, não usamos? Uma parte de mim implorava por isso, desejava que tivesse usado, mas eu sabia que não tinha. Irresponsável. Isso que nós dois fomos. - Isso tá errado, Ino. Fala que foi só uma piada sem graça.

A Ino me olhava com um sorriso, provavelmente era para ser algo encorajador mas estava levemente assustador. Um lampejo de desespero passou pelos seus olhos.

- Você vai ser mãe. - Ela repetiu com a voz pouco trêmula e aos sussuros. - Já tem quase quatro meses. Não percebeu nada?

- Não! - Falei baixo para que ele não ouvisse. - Eu não tive nada, só estava comendo bem mais e achei que tinha engordado.

- Sua menstruação?

Senti que a qualquer momento iria desfalecer novamente. Merda. Merda. Mil vezes merda. Era isso que estava errado. Senti que minha pele empalidecer e minhas mãos tremerem ainda mais, mais do que poderia esconder.

O meu silêncio foi o bastante para Ino saber a reposta.

- Sua barriga está tão... reta - ela observou. - Você precisa ir ao especialista saber se está tudo certo.

- Droga! O que eu vou fazer? - Sussurrei mais para mim do que para ela. Ouvi passos do Shikamaru se aproximando de nós e levei o dedo à boca, Ino assentiu.

- Como ela está? - Perguntou ele com um tom preocupado.

- Bem. Foi só uma queda de pressão, já já ela está em ótimo estado. Sabe, por causa do... processo. - As palavras levemente trêmulas morrendo em sua boca.

Ele deu um suspiro de alívio, me ajudou a sentar e me entregou o copo d'água com um leve sorriso. - O melhor agora é madame ir descansar.

De fato. Eu precisava organizar as coisas na minha. Por kami-sama, grávida logo agora? Tantas coisas acontecendo. Aos poucos o meu chão se desfaz e me surge isso. Merda.

SHIAKAMARU

- Ino, posso conversar com você? - Eu disse enquanto descia as escadas.

Quando ela se virou para mim, por um instante pareceu que sua pele perdeu um pouco da cor, mas voltou logo em seguida.

- Sobre?

- A Temari vai passar quanto tempo tendo que ser aberta desse jeito?

- Até eles decidirem que não há mais nada para ver. - Eu a encarei e ela deu um suspiro. - Não dá pra saber. Pode ser que seja só mais duas vezes, cinco, mais que isso ou nenhuma. Depende do quanto eles conseguirem vasculhar  tudo.

- Não há um método menos doloroso? Você é a melhor ninja em jutsu da mente da geração, por favor me diga que você conseguem fazê-lo. A Temari já passou por tanta coisa, fazê-la rever  tudo isso é uma tortura.

- Eu posso tentar, mas há coisas na mente dela que deixe passar e nem perceba, fazendo com que ela sofra mais, apesar de não ser algo tão doloroso para ela. Além do mais, eu tenho que ter permissão dos responsáveis pela investigação. Mas, eu prometo que vou tentar.

Suspirei de alívio, deixando um pouco da tensão nos ombros irem embora.

- Você sabe o que aconteceu com ele? Onde está preso? Eu pessoalmente quero ter uma conversa com esse cara. Não tive notícias de nada. Só do Gaara e Kankuro mandando eu trazer a Temari para cá.

Ino se encolheu um pouco. Sua garganta balançou engoliu em seco. Ela abriu e fechou a boca, como se procurasse as palavras. Um calafrio percorreu o meu corpo.

- Ino. - Ela balançou a cabeça. - Ino, onde ele está apodrecendo?

- Ele não está preso. - As palavras saíram quase guturais. Desespero percorreu todo o meu corpo.
- Quando foram prendê-lo, ele conseguiu fugir.

- Como. - Não soou como uma pergunta, foi uma ordem.

- Um esquadrão foi enviado para prendê-lo, mas parece que ele conseguiu prever a emboscada que armaram e ele conseguiu levar o esquadrão para o esgoto, o subterrâneo - sua voz foi sumido a cada palavra. - Ele matou todos. Os corpos ficaram apodrecendo por dias. A necropsia começou um pouco antes de vocês chegarem, nem sabemos se vai ser possível descobrir algo. Mal deu para reconhecer os corpos, estavam destroçados.

Minha cabeça estava em um turbilhão de desespero, medo e terror. Temari... Parecia que aquilo não estava nem perto de acabar. Seja teria que vivenciar aqueles momentos por tanto tempo ainda. Como eu poderia diminuir essa dor ao menos um pouco? Uma dor surgia casa vez mais forte em meu peito. 

***

Eu passei minutos - talvez uma hora ou mais - andando de um lado para o outro pensando em algo. Todo o meu lado racional pareceu ir embora depois de ter ouvido aquelas coisas.

Pensa, Shiakamaru, pensa. Aos poucos consegui deixar o desespero ficar calado por um tempo e dar voz à calma. Não qualquer calma, mas sim uma letal. Eu vou matá-lo. Devagar. Esfolá-lo talvez.

Tantas incógnitas, tanto para saber sobre ele. Quais seus jutsus, onde poderia estar, as ligações com pessoas, o que esperar dele, como atraí-lo. Aos poucos a exaustão tomava conta de mim, o peso de três dias de caminhada, do desespero, do medo e insegurança.

Peguei um bloco de folha que trouxe comigo e subi para o terraço. Olhando para o horizonte, para o vasto deserto em que estava e sob o sol escaldante me pus a trabalhar.

REN

- Tem certeza que irá fazer isso? - perguntou a mulher sentada em uma poltrona de veludo vermelho.

- Ah, certamente vou. Ela é irmã do kazekage -, eu disse. - Como vamos tomar posse do cargo, se não for assim?

- Vai acabar sendo pego desse jeito. Já basta aquele showzinho com o esquadrão -, ela se jogou na cadeira, pegou uma das garrafas e começou a beber direto do bico. - Se é que aquela ralé pode ser chamada de esquadrão.

Peguei as kunais e adagas e as prendi por cada parte do corpo, por baixo das roupas e sobre elas. Prendi duas katanas nas costas e uma faca de caça no lado esquerdo do cinto.

- Eu vou mostrar para todos. Aquele Gaara é um psicopata. Ele ilude à todos com aqueles sorrisinhos repugnantes, com aquela falsa gentileza. É questão de tempo até ele matar todos.

Fui até a parede que continha diversos chicotes e escolhi um cravejados de pedras, ainda mais cortante. O testei contra o chão e o estalo foi encantador, quase pude sentir os grite de alguma sendo açoitado por ele.

Ela soltou uma risada mortífera reluzindo ainda mais seu olhar assassino. Levantou-se jogando a garrafa vazia em algum canto do cômodo, pegou algumas armas atrás de si e prendeu pelo corpo. Ambos vestiram uma enorme capa parte por cima para camuflar as armas e foram atrás de seus alvos.

***

Ooi, caros leitores! Como vocês estão?? Desculpem por toda a demora e pelos erros ortográficos, mas é que não está nada fácil para mim (e imagino que para ninguém). Eu estou tentando, juro que estou. Por favor, comentem o que vocês esperam que aconteça nós próximos capítulos!! Beijinhos de luz, amo vocês ♥️
PELO AMOR DE RIKUDOU NÃO SAIAM DE CASA, NÃO CHAMEM NINGUÉM PARA IR NA SUAS, LAVEM AS MÃOS E IGNOREM A PORRA DO BOZO!!!!
Se cuidem!!

Eu Não Vou Te Deixar (ShikaTema)Onde histórias criam vida. Descubra agora