quatre-vingt-six ❇ forgiveness takes time

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𝙜𝙞𝙨𝙚𝙡𝙡𝙚 𝙙𝙚𝙨𝙘𝙝𝙖𝙢𝙥𝙨

Meus tios e meu pai cantavam animadamente uma música francesa qualquer enquanto vovó tocava atrapalhadamente o piano no canto da sala.

Talvez eles tenham bebido vinho demais e isso os deixou animados demais. De qualquer jeito era extremamente engraçado.

Sem querer levei meu olhar até Emma que estava na cozinha, sorrindo e comendo uvas, mas quando olhou em meu rosto seu sorriso sumiu e seu semblante parecia de culpa.

Sinto minha tia Sarah sentar ao meu lado, no sofá e lança seu olhar até a filha e em seguida a mim.

— Gise, querida. — ela passa sua mão pelo meu cabelo — O que aconteceu ontem a noite? Ouvimos você gritar, mas não entendemos o contexto e depois você, a Emma e o Jack sumiram.

Suspirei, olhando em seus olhos castanhos como o meu e de boa parte da família. Eu deveria mentir para ela não brigar com a Emma mais tarde ou contar a verdade para estragar o resto do seu fim de ano?

— Emma fez algo que eu não gostei e nós brigamos. Sinto muito, mas iremos ficar sem se falar por um bom tempo. Talvez até para sempre. — murmuro, olhando meus dedos.

— Oh, querida, para sempre é muito tempo. — sinto seus dedos em meu cabelo mais uma vez e sinto vontade de chorar, por isso pisco inúmeras vezes — Ela se desculpou?

— Por mensagem, mas não é a mesma coisa. Do que vale pedir desculpas se já fez mais de uma vez? Ela já me magoou do mesmo jeito há três anos atrás, a diferença é que teve coragem de pedir desculpas na minha cara. — digo firme.

— Perdão leva tempo, Giselle. Você não é obrigada a perdoa-la agora, só não esqueça que ela é sua família e esteve com você quando a Natalie... se foi. — ela suspira.

— E é por isso que eu esperava que ela não insistisse em querer beijar meus namorados. — digo e me levanto, olhando Emma duramente e subo as escadas rapidamente para o quarto onde eu e Gilinsky estávamos dividindo com meu pai.

Abri a porta do quarto e bufo, me sentando na cama onde Gilinsky também estava e passo a mão pelos meus cabelos frustrada, mas acabo acordando Jack que me olha confuso. Ele estava tirando seu cochilo pós-almoço e não estava muito acostumado com o fuso horário.

— O que foi, Elle? — ele se senta na cama e passa a mão pelos meus ombros.

Suspiro pesadamente e o olho.

— Nada. — digo baixo — Só preciso sair dessa casa.

— Quer ir aonde?

— Tem uma praça algumas ruas daqui, nós poderíamos ir. — sugiro e ele abre um sorriso, concordando e isso de certa forma alivia o peso que estava em meu peito.

𝗣𝗔𝗥𝗞𝗢𝗨𝗥, gilinsky [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora