quatre-vingt-onze ❇ old lady

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𝙟𝙖𝙘𝙠 𝙜𝙞𝙡𝙞𝙣𝙨𝙠𝙮

Confusão me chamava e agora, eu tinha certeza disso. Dois dias antes do Ano Novo e eu estava detido pelo segurança do shopping — que de longe não era a pessoa mais gentil do mundo — com dois idiotas — vulgo Cameron e Johnson, meus amigos — porque o experiente do Dallas bateu em um carro e acionou seu alarme.

Resultado: um segurança nos viu tentando fugir e pegou nossos celulares e está falando com os outros seguranças à procura do dono do carro que ainda está apitando.

— Não venham querer me culpar se vocês são péssimos professores! — Cameron gritou.

— Péssimos professores? Você caiu em um carro que estava a dois metros de você, seu estúpido! — Jack J respondeu.

— De quem foi essa idéia estúpida?! — perguntei, olhando o teto daquela garagem com aquele maldito carro.

— Silêncio! — o segurança gritou, nos olhando firmemente e voltou a falar no seu aparelho com seus colegas de trabalho, tentando resolver isso.

— Isso é tudo culpa sua, Dallas. — Johnson se sentou no meio-fio.

Uma tosse chama nossa atenção e viramos de costas vendo três garotas de braços cruzados e com uma feição de raiva e deboche ao mesmo tempo.

— Quem chamou elas?! — Cameron resmungou, revirando os olhos enquanto encarava sua ficante. Ele e a April de longe só se davam bem na cama.

— Preferia que eu chamasse seus pais, imbecil? — perguntei estressado.

— Pelo amor de Deus, calem a boca. Eu ouço vocês a metros de distância brigando! — Taylor disse sem paciência. Giselle respirou fundo e encarou o segurança. Até eu fiquei com medo do olhar que ela direcionou à ele.

— E então, segurança, o que esses três patetas fizeram dessa vez? — ela perguntou, me olhando firmemente.

— Estavam pulando pelos meios-fios quando o grandão caiu em cima do carro e acionou o alarme. — ele apontou para o carro que ainda estava com aquele irritante som.

Surpreendentemente April começa a rir descontroladamente e todos a olhamos:

— Dallas, você é muito burro! — ela volta a gargalhar e ele bufa.

— Como podemos resolver isso sem envolver polícia, segurança? — minha Giselle pergunta.

— Tudo depende do que o dono do carro vai querer fazer. — ele cruzou seus braços — Só resta esperar.

E então esperamos por quase dez minutos — com aquele maldito alarme acionado — em meio a diversas discussões, até que ouvimos uma voz:

— Meu Deus, o que houve com meu carro? — nos viramos para a senhora de idade que carregava uma sacola do Mc Donalds e ao seu lado uma segurança. A idosa correu em direção ao automóvel, o analisando a procura de algum arranhão ou amassado.

— Foi difícil procurar a senhora Campbell. Ela andou muito pelo shopping e foi difícil segui-la pelas câmeras de segurança.

— Obrigado, Bethany. Senhora Campbell, precisamos conversar. — o segurança diz calmamente.

A idosa então aperta um botão na chave de seu carro, acabando finalmente com aquele som e eu ouço meu ouvido zumbir.

Após o segurança explicar para ela novamente o que houve, a senhora nos olha seriamente.

— Como ousam fazer isso com o carro que era do meu marido? Ele passou a vida inteira pagando essa porcaria para delinquentes virem e quebrarem? Nem pensar! Eu quero prestar uma queixa! — a senhora diz irritada e se o segurança não estivesse ali tenho certeza que ela nos bateria com a sua bengala.

— Espera aí, senhora Campbell. Creio que essa situação não merece ser levada... — Giselle afasta a bengala de perto do seu rosto — às autoridades.

— Eles quebraram o carro do meu marido! — a senhora gritou no rosto da minha namorada que suspirou profundamente.

— Olhe novamente seu carro, senhora. Não tem nenhum arranhão e nem nada. Meu amigo só caiu em cima dele e acabou acionando o alarme. Nem foi de propósito.

— Oras, mas a polícia...

— A polícia não vai fazer nada. Sinto muito. Não concorda, segurança? — vejo Canstroff dizer e o mandar um olhar sério.

— É-É, bem... a garota... t-tem razão.

— Agora meus amigos vão pedir desculpas à senhora. — April se vira, nos olhando — Não vão?

Nos levantamos do meio-fio, dizendo todos ao mesmo tempo perdão e o motivo de tal coisa.

A idosa nos olhou, olhou as meninas e o segurança e suspirou.

— Tudo bem, podem ir. — ela deu de ombros — E não me encham a paciência mais!

Agradecemos à senhora e rapidamente nos viramos de costas, vendo Shawn carregar pelo menos vinte sacolas e um olhar de cansaço.

— Eu odeio vocês! — ele gritou.

𝗣𝗔𝗥𝗞𝗢𝗨𝗥, gilinsky [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora