trente-quatre ❇ small smile

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𝙜𝙞𝙨𝙚𝙡𝙡𝙚 𝙙𝙚𝙨𝙘𝙝𝙖𝙢𝙥𝙨

— Eu desisto! — Mendes largou o pincel e se jogou para trás da cadeira, quase caindo e até arrancando uma risada minha.

— Está ficando bom, Shawn! — digo, olhando o desenho dele — Só precisa de mais prática.

— Está horrível! Olha o seu e olha o meu. — olho a minha tela e em seguida a dele, era óbvio que a minha estava melhor pelos anos de prática. Eu e Shawn decidimos fazer uma competição de quem sabia desenhar melhor.

— Sua pera ficou melhor que a minha. — aponto para ela. Nossa referência era uma fruteira com algumas frutas que eu posicionei no centro da mesa a nossa frente.

Senti o vento bater em meu rosto e olhei a cara de derrota de Mendes. Estávamos na varanda de casa e deveria ser quase meio-dia de um sábado.

— É, mas a sua maçã, sua banana, sua uva, sua melancia e seu pote ficaram melhor que o meu. Até a mesa ficou! — ele diz e eu rio, soltando os pincéis e o abraçando de lado.

— Calma, Mendes. Você ainda pode ser Picasso. — rio levemente — Terminamos outro dia, tudo bem? Eu vou guardar as coisas. — ele assenti, começando a mexer em seu celular.

Começo a colocar os pincéis sujos numa caneca com água e guardar as telas, enquanto cantarolava alguma música qualquer.

— Nossa, a mãe do Gilinsky está trabalhando com um cirurgião do Canadá para evitar tumores cardíacos primários. — Shawn comenta, olhando para o aparelho — Parece ser algo importante. Canadá como sempre, representando.

— Cirurgião canadense? — me interesso e vou ao seu lado, olhando o ecrã do celular.

Parecia uma mesa de reuniões com pelo menos uma dúzia de médicos e pesquisadores e entre eles, Katherine Finnegan e meu pai, Marcel Deschamps.

Eles estavam um ao lado do outro e eu só conseguia reparar em quão perto suas mãos estavam, e mesmo que não estivessem uma em cima da outra, estavam uma ao lado da outra. E o mais importante: o sorriso no rosto de meu pai. Era pequeno, mas era um sorriso e eu não o via sorrir desde que mamãe morreu. Apenas sorrisos forçados ou irônicos.

E a mãe de Jack que carregava um enorme sorriso no rosto. Quase tão grande de quando viu o filho entrar na sala na terça-feira.

Era ela então a enfermeira tagarela que meu pai tanto reclama?

— Tudo bem, Gi? — Shawn pergunta, me olhando preocupado.

— Oh, sim. É... eu... já volto. — corro até meu quarto, desconectado meu celular do carregador e abrindo nas redes sociais do meu pai, vendo que ele também havia postado a mesma foto.


talvez eu demore pra atualizar durante a semana que vem é porque eu to apaixonada e o desgraçado não sai da minha cabeça 😩😩😍

𝗣𝗔𝗥𝗞𝗢𝗨𝗥, gilinsky [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora