trente-huit ❇ actually, she's very funny

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𝙜𝙞𝙨𝙚𝙡𝙡𝙚 𝙙𝙚𝙨𝙘𝙝𝙖𝙢𝙥𝙨

Me sentei na mesa de jantar, na frente de meu pai e observei cuidadosamente seus movimentos. Pegava uma garfada de macarrão, levava a boca, digitava no notebook e dava um gole no suco de laranja.

Ele repetiu isso três vezes até que largou o talher no prato e me olhou, seriamente.

— Precisa de algo?

Pega no pulo, Giselle.

— Hum, não... — voltei a olhar meu prato e o escutei voltar a digitar, mas busquei coragem e perguntei: — E sua pesquisa?

— Quase pronta. Por quê?

— Curiosidade. Eu vi você no Facebook com umas pessoas. São médicos também? — dei um gole no meu suco, olhando bem sua reação. Era difícil já que ele mal me olhava, apenas estava focado na tela daquele notebook.

— A maioria, sim. Por quê?

— Você conhece todos eles? — pergunto inocentemente.

— Só uma enfermeira. Aquela atrapalhada e tagarela. — ele me olhou rapidamente.

— E ela ainda é atrapalhada e tagarela?

— Só tagarela agora. Na realidade, ela é bem engraçada até.

— Oh, que bom. Todos temos uma amiga engraçada, não? — meu pai me olha com sua sobrancelha franzida.

— Ela não é minha amiga, Giselle. E pare de fazer perguntas. — ele se levantou com seu prato na mão e saiu da sala de jantar em passos rápidos.

Suspirei e virei a tela do seu notebook para ver o que o mesmo estava vendo. Apenas matérias sobre sua pesquisa. Mas foi só ir para outra aba que senti a sensação de uma facada em meu peito e me segurei para não derramar algumas lágrimas, já que meu pai estava vendo a mesma foto que saiu para as notícias do estado.

Voltei para a página que o mesmo estava e me levantei, levando meu prato — o qual nem havia comido tudo — até a cozinha e o deixei na pia, andando em passos rápidos até meu quarto e me jogando na cama.

— Nossos pais não podem estar juntos. — sussurrei, olhando o teto e pensando mil maneiras de contar isso ao Gilinsky.


ok ficou uma bosta desculpa

𝗣𝗔𝗥𝗞𝗢𝗨𝗥, gilinsky [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora