-Eu já viajei por muitos lugares, um deles foi uma pequena vila, Salem, em mais ou menos em 1498. -ele riu com a lembrança. -Acho que nem podia ser chamado de Salem naquela época, era um vilarejo muito pequeno naqueles arredores. Conheci uma bruxa, Ariadne. Nós nos apaixonamos, e decidi ficar por lá. Algum tempo depois surgiram boatos de um homem que só saia a noite e matava as pessoas. Pra ninguém desconfiar de mim ela criou um feitiço.
1498? O quão velho ele era?
-Que feitiço? -perguntei tirando outra farpa e colocando em um pequeno prato ao meu lado.
-Capa da meia noite...o nome do feitiço era esse eu acho. -Ele respondeu. -Ela costurou aquela capa e me deu de presente, enquanto eu a usasse o sol não me queimaria.
-Espera aí...você disse Capa da mia noite? -perguntei me levantando rápido e correndo para onde os grimórios estavam. - Eu pensei que fosse algo sobre a noite ou se lá..., mas está aqui! Você disse Ariadne né...
-O que você está fazendo? -ele perguntou. - Falta uma farpa!
Eu abri todos os grimórios que estavam na minha frente, tinha certeza que já havia lido sobre aquilo. Eu procurava o nome de Ariadne, pegando os livros e os jogando de lado sem nenhum cuidado. E lá estava, escrito com letras prateadas e com uma Dália desenhada na capa com aquela frase brilhando pra mim com uma estrela no céu. '' Esse Diário pertence a Ariadne Blakwood. '' . Folhei mais algumas páginas e lá estava ''Capa da meia noite.''.
-Está aqui! - falei admirada por finalmente ter encontrado.
Meus olhos se dirigiram para as anotações da dona do grimório. Li cuidadosamente cada palavra para ter certeza de que era o feitiço certo. Ao mesmo tempo querendo bater na minha própria cara por ter ignorado aquilo antes.
'' A capa da meia noite não foi um feitiço comum. O sol tem propriedades mágicas complexas e deve ser respeitado. A maldição dos vampiros os torna filhos da noite e seria um desrespeito ao sol fazer os mesmos andarem sob ele. Mas descobri uma forma de fazer com que eles andem a luz do dia sem morrerem. A capa da meia noite.
"A primeira coisa que se deve fazer é possuir duas pedras magicas da lua e do sol. Durante o dia a pedra do sol vai absorver a magia solar e durante a noite a pedra da lua deverá fazer a mesma coisa. A capa deve ser costurada sob a luz da lua cheia e logo quando pronta deve ser incorporada a ela as energias das duas pedras. O usuário da capa deve dar um pouco de sangue e o sangue deve ser espalhado por toda a capa, tornando-o assim o único capaz de usa-la. "
Do outro lado da sala, Benjamin me encrava com um bico desgostoso.
-Você não vai tirar a outra farpa? - ele perguntou amargo.
-Ah sim...eu deixei o livro aberto na folha do feitiço. - Finalmente podemos replicar o feitiço e fazer o Jungkook andar a luz do sol.
-A quanto tempo vocês namoram? - perguntou o vampiro assim que me sentei pra tirar a outra farpa.
-Quem namora? - perguntei procurando a farpa.
-Você e o menino de cabelos pretos. -respondeu.
-A gente não namora. -respondi.
-Então você namora com o menino mágico?
-Eu não namoro com nenhum deles.
-Mesmo? - perguntou ele. -O vampiro parece gostar de você, ele se preocupou o bastante pra te tirar da sala quando cheguei.
-Ah...é que ele precisa de mim viva. -Respondi. -Só isso...Não consigo achar a outra farpa.
-Ela está ai! Procure mais. -falou ele. -Ele vai ficar bravo por você ter falado comigo.
-Não ligo pra braveza dele. -falei. -Estou aqui por que eu quero.
-Então você quer estar perto dele? - perguntou o vampiro com um olhar sugestivo.
-Não estou aqui pelo Jungkook, estou aqui pra salvar a minha vida.
Respondi enfiando a pinça com força no machucado, vi que ele serrou os dentes e enfim eu a peguei. Arranquei a farpa erguendo a pinça com a mesma na altura em que Benjamin pudesse ver e ele suspirou aliviado.
-Eu penso em voltar pra casa viva. – Respondi. - Só isso.
-Ah você vai se meter em encrenca. -disse benjamim com um sorriso ladino.
-O que disse? - perguntei.
Naquele mesmo momento Jungkook entra na casa apressado e furioso. Ele direciona os olhos pra mim e depois pra Benjamin, em menos de um segundo ele já tinha corrido, pego meu braço e me puxado pra longe do vampiro.
-O que eu disse pra você?!- ele rugiu. -FALEI PRA NÃO CHEGAR PERTO DELE!!
-Ele não me fez nada! - revidei
-Não interessa! - revidou Jungkook. -Ele é perigoso! E O QUE ACONTECEU COM SUA MAO?
-Jungkook. -chamou Sam.
JK olhou bravo para o amigo, seu corpo estava evidentemente tenso. O garoto respirava irregularmente, tão forte que parecia ter corrido uma maratona. Seus olhos estavam vermelhos, os cabelos grudados na testa com suor e ele estava sujo de terra e sangue. Aquilo me deixava preocupada, Jungkook sujo de sangue era uma coisa que já havia visto mil vezes, mas cada vez me deixava mais tensa e inquieta.
Samuel estava do mesmo jeito, arfando e suado, com algumas gotas de sangue manchando seu rosto moreno. As gotas de sangue manchavam também sua camisa, que agora não estava mais desamassada nem cuidadosamente arrumada para dentro das calças. Os dois estavam tensos e isso não era bom sinal.
-Pega suas coisas agora! - mandou Jungkook. - Nós fomos traídos e sua localização foi comprometida.
-Do que você tá falando? -perguntei assustada.
- Tô falando pra você ir pegar as suas coisas que tem um bando de vampiros vindo aqui levar você! -ele rosnou. -Anda logo!
Eu peguei minha bolsa de 39 parcelas e coloquei atravessada em meu peito. Corri até o grimório aberto no chão e rasguei todas as páginas que tinham o feitiço e as coloquei dobradas com cuidado na minha bolsa.
Samuel me viu fazer aquilo confuso, mas decidiu não falar nada.
Jungkook então pegou meu pulso e estava me puxando pra fora da casa.
-Espera! - falei me soltando dele. -Temos que soltar o Benjamin!
Jungkook me olhou incrédulo e Sam me envarava mais confuso do que antes.
-Não! - ele disse Jungkook firme. -Vamos deixar ele aí. Agora vem.
-Não vou deixá-lo aqui, Jungkook. - disse levantando uma oitava.
Jungkook me encarava furioso, com o corpo rígido e a mandíbula serrada. Seus olhos ficando cada vez mais vermelhos e brilhando como se fossem feitos de neon. Ele era como um anjo diabólico, com cada detalhe cuidadosamente traçado. Quando ele estava assim era difícil enxergar o garoto doce que ele podia ser. Tao lindo, porém tão caótico.
-Você disse que tem um bando de vamos vindo aqui. Eles podem mata-lo!- completei.
-Isso não é da nossa conta. - Rebateu o garoto.
-Não vou sair sem ele. - disse.
-Vamos logo! - disse Samuel apressadamente. - Estamos perdendo tempo.
- Não Jungkook, ele nos ajudou! - falei brava. - Ele me disse o nome do feitiço da luz do sol, não podemos ir sem ele.
Jungkook serrou as sobrancelhas, mas antes que ele dissesse qualquer coisa ou me levar a força, Sam moveu as mãos rapidamente e soltou Benjamin. O garoto levantou em um pulo e tocou a lateral dos braços doloridos e vermelhos. Me olhou com um sorriso gentil e assentiu como agradecimento.
-Agora vamos! - disse satisfeita.
Jungkook pegou meu braço e me puxou pra perto dele. Fomos até as motos e ele sem nenhum esforço me pegou pela cintura e me colocou em cima da mesma. Sam e Benjamin foram juntos na moto dele para minha surpresa e assim em menos de 1 minuto já estamos correndo em meio aos ganhos afiados da floresta naquela noite.
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Ainda Com Você
Teen FictionTudo que ela tinha era uma vida normal e uma bolsa da Gucci que havia parcelado em 39x sem juros, ate que dois homens misteriosos a levam para um lugar desconhecido. Na mesma noite ela é "salva" por um rapaz charmoso que jura protege-la por uma pe...