- A Miki vai para a Kangjoun de lambreta? - perguntei, afobado. - Mas é em outra cidade! Ela volta quando?
- Ela não falou. - Hyojong respondeu, fritando os bifes de frango.
- E se acontecer alguma coisa com ela?
- Como assim? - Ele perguntou, virando um dos bifes.
- E se ela for sequestrada?!
- Não se preocupe, ela foi armada. - Hyuna tentou me tranquilizar com aquela frase, mas eu só fiquei ainda mais nervoso.
- E desde quando ela tem uma arma? - perguntei, me tremendo todo.
- Tem uma coleção toda no quarto. - O Kim comentou, sorrindo.
Uma coleção? Eu poderia ter sido baleado em todas as vezes que incomodei ela. Melhor eu começar a tomar cuidado.
. . .
- Abre a porta, criatura do céu! - Eu berrava, enquanto batia na porta do 18.
Fazia uns cinco minutos que eu estava na frente do apartamento do Yoo Sanha e nada. Não havia resposta.
- Vou voltar depois.
- Espera! - Ele falou lá de dentro. - Tô indo!
Quando ele abriu a porta eu não tardei em reclamar.
- Pouca demora, né? - Entreguei o lanche.
- Foi mal cara, eu estava cagando. Acho que estou doente. Parece que estou mijando pela bunda.
- Me poupe dos detalhes, garoto. - pedi, franzindo o nariz.
- Vou lá pegar o dinheiro. - avisou e começou a se afastar.
Olhei para os pés dele e vi que em um deles tinha um pedaço de papel higiênico grudado na meia.
- Céus.
Quando ele voltou veio com uma expressão triste no rosto.
- Que foi? - perguntei. - Tá com vontade de ir no banheiro de novo?
- Não, é que eu fui pegar o dinheiro que eu guardei na minha mochila e lembrei que o meu transferidor sumiu.
- Sério? Nossa, tem muita coisa sumindo aqui no prédio. Já falou com o porteiro?
- Já, mas ele não achou nada e nem ninguém foi lá levar para ele. E o pior é que vou precisar para minha aula na segunda. O professor vai me matar. Ele enche o saco de todo mundo para comprar essa régua.
- Não dá tempo de você comprar outra? - perguntei.
- Não. - Ele negou, nervoso. - É a primeira aula da manhã.
- Eu vou perguntar para a Hyuna se ela tem um desse. Deve ter, ela tem tanta coisa no quarto dela, que às vezes até fico tonto de entrar lá.
- Obrigado, você vai me salvar. - Ele veio para cima de mim para me abraçar, mas eu me afastei. - O que foi?
- Você lavou a mão depois que terminou sua guerra no banheiro?
- Sim... hum... acho que sim.
Olhei para o dinheiro que ele tinha me entregado e suspirei.
- Bom, vou nessa. Ainda tenho um pedido para entregar.
- OK! Não esquece de falar com a Hyuna!
Acenei, enquanto ia para o elevador.
Quando desci no corredor da cobertura, vi Kim Seohyun sair do seu apartamento. Ela estava toda emperequetada e passou por mim fazendo barulho com os seus saltos gigantes.
Fiz careta pelas costas dela e fui até o 35, o local onde aquele ser maligno com carinha de bebê se esconde. Era uma máscara para disfarçar toda a perversidade que o consumia por dentro.
Cha Eunwoo abriu a porta devagarinho, assim que apertei na campainha. Estava vestindo apenas um roupão de cetim e sorriu para mim ao me passar o dinheiro dos dois sanduíches que ele havia pedido.
- Obrigado. - Me agradeceu e pegou os lanches da minha mão.
- De nada. - respondi, mas depois fiquei confuso.
Não! Eu que tenho que agradecer! Ordens da chefe!
- Obrigado também! - gritei.
Ele riu da minha afobação e começou a fechar a porta, mas não sem antes soltar uma frase malvada:
- Você é fofo.
Fiquei impactado demais com aquelas três palavras para poder fazer algo além de encarar a porta ser fechada na minha cara, devagar, enquanto o rapaz me observava com um olhar terno.
Já recuperado, comecei a ir na direção do elevador. O 8° andar era demais para mim. Os moradores ricos dele eram mais estranhos que os dos outros andares e sempre conseguiam me desestabilizar de alguma forma com suas frases ou looks inesperados. Na próxima entrega eu não hesitaria em passar todos os pedidos desse andar para a Miki. Isso seria a vingança perfeita por ela ter me rejeitado a semana inteira durante minhas tentativas de iniciar uma conversa pacífica.
Voltei para o 20, louco por um banho quente e pela minha cama confortável, mas me lembrei de falar sobre o Sanha com Hyuna antes.
- Claro que empresto. Ele compra nossos lanches direto desde que se mudou para cá.
- Então as coisas do pessoal continuam sumindo? - Hyojong perguntou. - Minhas chaves não deram sinal até hoje.
- Será que tem alguém pegando? - Hyuna perguntou.
- Você quis dizer roubando, né? - A garota suspirou derrotada ao ouvir a minha pergunta e assentiu com a cabeça. - Será que dá para descobrir quem é?
- Não sei se dá, mas tenho uma ideia de com quem podemos falar para descobrir essas coisas. - A mais velha falou com um tom sério.
- Um detetive particular? - perguntei, animado.
- Quase isso... - Ela sorriu ao ver a minha empolgação.
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EM PAUSA- We are The Losers, We are The Best ▪ Hui
FanfictionGil Miki mudou-se da sua cidade para começar a sua faculdade e com ela uma vida nova. Por sorte, conseguiu alugar um quarto no apartamento de um casal simpático. O problema é que há três quartos neste apartamento e um deles está sendo ocupado por L...