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Ficar sozinha com o Hui não é bom, mas também não é ruim.  

Eu pensava isso... até ele entrar em pânico pelo silêncio que pairava entre nós e começar a contar umas piadas de tio bem horríveis.

- Miki, você sabe como transformar o giz em uma cobra?

- Não. - respondi e entrei dentro de outra sala de aula.

Acendi o interruptor e olhei em volta.

- É só colocar o giz em um copo de água, porque aí o gizboia.  

Olhei para ele, questionando sua existência, e vi que o garoto estava se aguentando para não rir.

- Agora chega. - pedi e ele fez uma expressão triste.

- Só mais uma. - Ergueu um dedo.

Revirei os olhos. 

- OK, conta logo.

Acabe de vez com essa terrível tortura.

- Por que a velhinha não usa relógio?

- Porque ela é uma senhora. Sem hora.

- Poxa Miki. Era para dizer que não sabia.

- Mas eu já conhecia essa. - Dei de ombros.

- Ai tá. Então deixa eu pensar em outra. - falou, olhando em volta. - Ah! Você conhece a piada do ponei?

- Não.

- Po nei eu. - Ele começou a gargalhar e eu não me aguentei e abri um sorriso. - Ah, eu vi isso.

- O que? - perguntei, me fazendo de desentendida.

- Seu sorriso.

- O que tem?

- É muito bonito.

Abri a boca para falar, mas minha voz não saiu. Hui me encarava sorrindo, mas em um instante tapou o rosto e me deu as costas.

O que foi isso?

Senti minhas orelhas ficarem quentes, mas não tive tempo de me questionar por causa disso. Ouvi um barulho do lado de fora e o Lee também. Nós dois nos olhamos e assentimos um para o outro.

Abrimos a porta devagar, sem fazer barulho, para espiar o lado de fora. O resultado: pegamos alguém andando pelo corredor vazio.

Uma mulher de camisola branca, descalça e longos cabelos pretos caminhava devagar, sem fazer ruídos, de costas para nós.

- Vou ver quem é. - falei, saindo da sala.

- Espera. - Hui me puxou de volta pelo braço. - Tá louca? Não vai atrás dela! Aquilo é um demônio!

- Que demônio o que! É só uma mulher!

- Não tá vendo que é a Samara?!

- Que mané Samara, Hui! - puxei a o meu baço e saí da sala. - Droga, ela sumiu.

O garoto me seguiu até o centro do corredor. Os olhos arregalados e os braços abraçando a si mesmo.

- Vamos embora? - perguntou, baixinho e eu olhei.

- Você está com medo? - questionei-o, achando graça.

- E-Eu não. - respondeu. - Por que acha isso?

- Que fofo.

- Eu não sou fofo! Eu sou homem corajoso e forte!

- Tá bom ô macho alfa, vamos atrás daquela mulher ou você vai ficar aqui sozinho se tremendo?

EM PAUSA- We are The Losers, We are The Best ▪ HuiOnde histórias criam vida. Descubra agora