Fill my glass

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POV. Justin Bieber

Eu achei que Abbie fosse me dar as costas e ir embora ou gritar mandando que eu abrisse o portão, eu juro que achei que ela fosse fazer qualquer coisa, menos assentir e ficar parada na minha frente.

- Olha, eu não sei muito bem o porquê de você ter me chamado pra cá... - Ela começou. - Sei lá, você é o Justin Bieber, deve ter muitos amigos pra passar uma noite de terça-feira, não pagaria 40 mil dólares pra ter uma prostituta na sua nova mansão pra simplesmente... não transar. - Ela disse ainda me fitando. - Então eu realmente não sei o que você quer, só peço que a gente entre logo porque eu não quero ficar igual uma estátua aqui a noite toda.

Ri fraco, balançando a cabeça positivamente.

- Tudo bem, então. - Falei. - Vamos!

Dei as costas, voltando para a porta de entrada na mansão. Cada passo que eu dava em direção a mesma, eu conseguia ouvir os passos de Abbie me acompanhando.

Assim que eu passei pela porta, esperei Abbie passar e em seguida, fechei a mesma. Abbie estava na minha frente porém, de costas pra mim olhando cada detalhe da mansão. Dei uma tossida falsa fazendo com que ela se virasse no mesmo instante e me fitasse.

- Vai ficar olhando tudo? - Perguntei, apontando para a sala ao nosso lado direito. - Vamos sentar, ué.

Ela riu, assentindo.

- Isso é meio incomum, sabe? - Ela disse, me acompanhando até a sala. Me joguei no sofá de couro preto e Abbie se sentou de frente pra mim. Peguei um copo limpo e entreguei pra ela, então, apontei para garrafa de whisky que estava em cima da mini geladeira presente na sala, ao lado de Abbie e ela balançou a cabeça negativamente. - Desculpa Justin, eu pretendo... pretendo voltar pra boate ainda hoje. - Ela sorriu. - As regras de lá não permite que a gente transe bêbada, drogada ou fora de si.

- Mas não iremos transar.

- Pro Scott sim, iremos transar. - Ela falou. - E é uma regra: bebidas só de terça feira. Nada de ressacas também.

Balancei a cabeça positivamente, tentando de alguma forma entender tudo o que Abbie me falava sobre a boate e que aquilo parecia mais um exército de regras do que qualquer outra coisa. Ela parecia tão bem seguindo aquilo tudo, não se incomodava com nada. Me imagino no lugar dela e eu surtaria em menos de 24 horas caso eu tivesse que viver só sob regras.

- Isso é diferente. - Ela disse, olhando alguns detalhes da sala. - Sério, nunca fui na casa de um homem pra... conversar. - Ela parou e me fitou, franzindo a testa. - Justin, você está com problemas?

- Problemas? - Perguntei, franzindo a testa. - Eu?

- Ah, tudo bem... - Ela soltou um suspiro derrotado. - Eu vi na TV.

- Não Abbie...

- Tudo bem, tudo bem. - Ela me cortou. - Mas eu já disse pra você procurar uma psicóloga.

- Abbie, eu não te chamei aqui pra falar dos meus problemas. - Falei, fazendo Abbie me fitar um pouco confusa.

- Não?

- Não! - Falei. - Eu só queria recompensar o dia que você me negou no Starbucks.

Ela me fitou atenta, esperando que eu continuasse.

- É que você disse que não ia no hotel comigo porque aquele era seu dia de folga. Você nem deixou eu te explicar que não iriamos transar. - Eu ri fraco, enchendo meu copo de whisky e colocando em cima da mini geladeira que tinha perto do sofá. - Então eu respeitei, era seu dia de folga, mas não pude deixar tudo daquele jeito. Hoje não é o seu dia de folga.

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