''De todas as dificuldades que uma pessoa tem de enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar.''
Quando o doutor finalizou a ligação, eu corri para o closet a procura de qualquer peça de roupa. Comecei a vasculhar, pegando uma calça jeans e vestindo-a. Quando eu puxei uma camiseta, caiu algumas peças de roupas de Abbie no chão e eu a peguei no chão. Mas, meus olhos se arregalaram quando eu vi um pacote que também havia caído no chão e que provavelmente estava no meio de suas roupas.
Dentro do pequeno pacote havia um pó branco. Eu sabia que aquilo era cocaína, e que Abbie escondia naquele lugar pra que eu não descobrisse. Os meus olhos ficavam vidrados a aquele pequeno pedaço de embalagem. Eu sentia meu coração se despedaçando. Fechei os meus olhos, soltando um suspiro, em seguida, corri até o banheiro, jogando o pacote dentro da privada e dando descarga.
Vesti a minha camiseta, em seguida, um boné. Calcei meu par de tênis e desci em passos rápidos pela escada, pegando a minha chave na mesa da sala e saindo de casa. Alguns seguranças andavam pelo quintal e, enquanto eu ia para o carro, falei aos seguranças:
- Abrem o portão pra mim, rápido! - pedi, e eles assentiram, já correndo até os seguranças que ficavam no portão e avisando-os.
Liguei o carro, saindo de ré. Buzinei assim que passei pelo portão, vendo-os acenar e fechar assim que eu virei o carro, seguindo para a estrada.
As placas no meio da estrada indicavam que eu podia correr até 100 km/h, porém, eu já havia ultrapassado dessa velocidade onde o meu carro já gritava aos 190 km/h, e eu realmente não me importava em estar a aquela velocidade. As palavras do doutor gritavam na minha mente, e milhares de hipóteses sobre o que pudesse ter acontecido com Abbie passava pela minha cabeça. Eu nunca me perdoaria se algo terrível tivesse acontecido com ela e, fosse culpa minha.
O relógio no meu pulso já marcavam 22:40h, e poucos carros andavam pela mesma estrada que a minha. O barulho irritante do rádio - que havia ligado sozinho - fez com que eu desse um soco, o desligando imediatamente e interrompendo a voz irritante de um cantor qualquer.
Minhas mãos estavam grudadas no volante e eu podia sentir a minha perna tremer. Meu rosto atento a estrada e meu pé apertava cada vez mais o acelerador, eu só queria chegar o mais rápido possível ao hospital.
Quando eu vi a placa do hospital, dei seta, entrando na direita e tentando diminuir a velocidade. Tinha um guarda na entrada do estacionamento que quando me viu, autorizou a minha entrada com um assentimento de cabeça, talvez ele já estivesse ciente que eu chegaria ali naquela hora. Entrei no estacionamento e estacionei meu carro no meio dos demais, desligando-o e tirando o cinto de segurança, logo, abrindo a porta. Sai do carro, fechando a porta em seguida e apertando o alarme enquanto andava em direção a entrada do hospital.
Subi as escadas correndo, e assim que eu cheguei na porta do hospital, o doutor Carlos já me esperava. Eu tirei o boné da cabeça, o segurando em minhas mãos.
- Oi Justin - o doutor disse de um jeito calmo e sereno.
- Doutor, a Abbie está bem? - perguntei, sentindo o caroço se formar novamente na minha garganta.
- Podemos ir para a minha sala? Lá conversaremos melhor - ele disse e eu assenti, quase gritando pra ele falar ali mesmo, mas eu sabia que o melhor seria em privado.
Passamos por uma porta grande e branca, e em seguida eu o segui por um corredor silencioso e branco. Haviam várias portas e pela porta de vidro, dava pra ver alguns pacientes já dormindo. Olhei para o chão e segui em passos rápidos, até o doutor parar na frente de uma porta, abrindo a mesma e dando passagem pra que eu entrasse, assim eu fiz.

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Peacock
FanfictionTodas as minhas palavras estão escritas em sinais, você é o caminho que me leva para casa. Veja as chamas dentro dos meus olhos, elas queimam tanto. Talvez eu seja uma luz, querida. Nessa noite eu quero me apaixonar, eu quero fazer você confiar em m...