On the way

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''Eu coloquei meu coração em suas mãos, aprendi as lições que você me ensinou, e não importa o que ou onde eu estou, você não é difícil de alcançar. Você me abençoa com o melhor presente que eu já vi, você me dá proposito todo dia.''

POV. Justin Bieber

O repórter do noticiário mais famoso dos Estados Unidos anunciava a venda, ao vivo, do meu novo disco. Eu estava sentado no sofá ao lado de Abbie, que não tirava a mão da barriga - céus, aquilo estava gigante - e os olhos da TV. Havia um cronometro no programa, ficando bem ao lado do repórter e que indicava o número de vendas, o que de fato só aumentava. Os números não paravam de crescer, e já chegava a mais de 500 mil cópias já vendidas.

- Meu Deus... Justin... amor... - Abbie disse, parecendo inacreditada. - Você passou até Adele.

Eu ri pelo nariz, ainda em choque com tudo aquilo. Eu sabia que Purpose ia bombar, mas eu não tinha noção da grandeza, do quanto isso afetaria meus fãs. Eu estava na pausa a mais de dois anos, sem lançar absolutamente nada, o medo me invadia a cada vez que eu pensava em como seria o lançamento desse CD. E se não fizesse sucesso? E se, por algum motivo, as pessoas já nem se lembrasse da minha carreira? Mas não! O mundo inteiro havia parado pra falar, comprar, ouvir o meu novo disco. E todo o medo, todo o peso que carreguei nas costas pela insegurança de não dar certo, naquele momento havia saído.

Eu estava de volta.

Meu celular começou a tocar loucamente, e pela tela indicava que era Scooter. Ele devia estar enlouquecido, assim como eu. Atendi no mesmo instante.

- Alô?!

- Justin! CÉUS! VOCÊ ESTÁ ASSISTINDO? O número só cresce! A galera está adorando! - ele gritava, de tão empolgado. Eu ri, escutando Yael, sua mulher, lhe chamar a atenção por ter colocado o bebê pra dormir naquele instante.

- Eu estou vendo... não sei o que dizer... me sinto em choque.

- Céus, eu sabia que você voltaria para o topo. Rápido! Você é o melhor, Bieber. Eu tenho muito orgulho de você!

Eu sorri de orelha a orelha, assentindo, mesmo sabendo que ele não era capaz de ver.

- Obrigado Scooter. Você me ajudou a conquistar isso tudo.

Scooter sempre foi como um pai pra mim. Ele me trouxe pra esse mundo da música cedo demais, eu não tinha nem 14 anos, e me ajudou em momentos em que eu achei que fosse morrer, de tão fraco e sem estruturas que eu me encontrava. Quando lancei Journals, eu quis entrar em uma turnê e eu sou grato por ele não ter deixado eu fazer isso, eu provavelmente estaria internado ou morto neste momento. Scooter é a minha parte racional, aquele que diz: ''Justin, não é bem assim...'' e por mais que eu o odeie no começo por fazer isso, no final eu sou grato.

Assim que desliguei o telefone, percebi que Abbie estava com a respiração um pouco ofegante. Lhe fitei aflito, e ela tentou se levantar do sofá.

- Está tudo bem amor? - perguntei, atento aos seus movimentos.

- Está... sim. Eu só vou fazer xixi - ela disse, saindo da sala em passos lentos. Eu assenti.

Depois que Abbie ficou gravida, ela vai no mínimo 20 vezes no banheiro ao dia. É xixi que não acaba mais. Eu voltei a relaxar meu corpo no sofá, vendo que o número na TV havia crescido ainda mais, e chegava aos 900 mil. 900 mil copias já vendidas! Meu Deus!

- Justin? - escutei Abbie me chamar, a sua voz saia rouca, e eu logo me levantei do sofá, correndo até o banheiro.

Abbie estava de pé na frente do vaso com o vestido levantado, e a calcinha até o joelho. Tinha muita água no banheiro, e eu senti meu coração quase parar por um instante.

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