Peacock

Bad day

''Toda manhã eu acordo e digo a mim mesmo: é apenas um dia, um período de vinte e quatro horas para passar.''

Três dias haviam se passado desde a minha conversa com Abbie, sobre sua confissão de estar se drogando e, todas as verdades terem sido jogadas a mesa. O relógio marcava 6:15h da manhã e eu fitava o teto do quarto. Se foi mais uma noite em que eu não dormi, o medo de acontecer alguma coisa era maior que o meu sono e eu custava ficar de olhos arregalados a noite toda, observando Abbie dormir em seu sono profundo e agora, sem pesadelos.

Mas esperava que, naquele dia todo esse inferno começasse a se resolver. Era finalmente o dia em que Abbie iria pra clínica de reabilitação, ela estava ciente disso, porém, não falava nada sobre. Eu me perguntava se estava tomando a decisão certa, fui atrás da Doutora Mendez e, conversei até mesmo com psicólogos e psiquiatras da clínica, e todos me diziam que seria bom.

Céus, eu só queria salvar a minha garota.

Olhei para o meu lado e Abbie dormia em um sono profundo. Eu aproximei meu rosto do dela, selando os nossos lábios calmamente, e, nem assim ela acordou. Me levantei cautelosamente, Esther estava deitada na cama nos pés de Abbie, mas logo levantou a cabeça quando me viu.

- Vem comigo, querida - sussurrei, então ela pulou da cama, me seguindo enquanto saiamos do quarto.

Desci as escadas em direção a cozinha, começando a me preparar um caprichado café da manhã. Panquecas doce e salgada, frutas e suco. Assim que eu coloquei a massa da panqueca na frigideira, pude escutar meu celular tocar. Sai correndo da cozinha, indo para a sala onde ele estava e, vendo que na tela marcava o nome da Alexia, mãe de Abbie.

- Alô?

- Oi Justin, bom dia! Te acordei?

- Não - ri fraco. - Acordei cedo hoje - menti, eu nem havia dormido.

- Eu imaginei... Como Abbie está?

Um dia depois de todo o acontecimento, conversei com Abbie e a convenci a telefonar para Alexia e Abigail e contar o que estava acontecendo. As duas eram as mais próximas de Abbie e tinham esse direito, além do mais, elas são da família.

- Ela está bem, eu acho. Está dormindo ainda - respondi.

- Hum, então... o meu voo com o da Abigail vai ser as 9 horas da manhã, devo chegar em volta do meio dia, eu poderia ir para a clinica?

- Sim, os médicos já estão cientes e já autorizaram.

- Ótimo! - ela disse, parecendo aliviada. - E você está bem?

- Na medida do possível, e você?

- Estamos levando, querido - ela soltou um suspiro. - Nos vemos mais tarde, ok?

- Ok, caso precise de alguma coisa pode me telefonar.

- Obrigada Justin, até mais!

- Até! - falei, finalizando a ligação.

Continuei a fazer o café da manhã, tentando mentalizar que essa decisão seria a melhor. Eu não queria falhar com Abbie.

Coloquei toda a comida em uma bandeja, voltando para o quarto. Abbie continuava dormindo, e o relógio já marcava 6:40h. Coloquei a bandeja na cama, me aproximando de Abbie e selando os nossos lábios.

- Bom dia, amor! - sussurrei, vendo-a mexer a boca, sem abrir os olhos. - Vamos acordar?

Ela balançou a cabeça negativamente, eu ri. Logo, abriu os olhos, me fitando, em seguida, olhou para a bandeja feita de café da manhã e franziu a testa: