''Eu sei que tem pessoas que dizem que essas coisas não acontecem, e que isso serão apenas histórias um dia. Mas agora nós estamos vivos. E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos.''
Sete meses depois.
POV. Justin Bieber
As coisas andavam passando rápido demais depois que eu e Abbie recebemos a notícia que seriamos pais. A nossa vida tem andado a cada dia apenas em função disso. Exames, compra de roupas, fraldas, colchoados, e mais exames. Abbie estava tendo uma gravidez maravilhosa, mas assim como todas, havia seus riscos, ainda mais pelo fato de há alguns meses atrás ela ter quase perdido o bebê por conta dos medicamentos, antes mesmo de sabermos que ela estava gravida.
Todos os medicamentos eram perigosos, o que poderia levar a falecia do feto, e por Deus os médicos descobriram da gravidez a tempo, só eu sei o quanto eu sou grato a isso.
Abigail e Alexia tem vindo de quinze em quinze dias nos visitar, e nos telefona todas as manhãs e noites antes de dormirmos. Abbie tem estado bem, apesar de algumas vezes o medo de não ser uma mãe suficientemente boa bater, e, eu a pegar no chão do banheiro ou do nosso quarto chorando. Mas o médico disse que isso é comum, os hormônios de Abbie estão a flor da pele e ela está mais emocional que o normal.
Eu aposto que muitos devem estar esperando eu contar o sexo do bebê, porque claro, como dito no início, Abbie está prestes a dar a luz, porém, por escolha dela - eu juro que tentei convence-la ao contrário, mas ela não concordou - só saberemos o sexo do bebê na hora do nascimento mesmo. Ou seja, a ansiedade tem sido mil vezes maior, as apostas de Alexia, Abigail, minha mãe, meu pai e até Scooter Braun tem sido grande. A maioria acha que é menino. Já eu, algumas horas acho que é menina, outras acho que é menino, e nunca sei em qual acreditar fielmente como todos que vem nos visitar acredita. Scooter Braun, meu produtor, acredita de coração que é menino, e ainda diz que vai ser o melhor amigo do seu filho que não tem nem um aninho ainda. Alexia acha que é menino também, mas Abigail acredita que seja menina, assim como a minha mãe. E quando me perguntam o que eu acho, eu apenas digo que não sei. Já Abbie nem desafia responder, apenas ri, passa a mão na barriga - que já está enorme - e responde: é meu filho, não importa o sexo.
Além da minha vida de pai de primeira viagem estar mais corrida do que quando eu estava em turnê, eu havia finalizado a menos de duas semanas o meu mais novo disco, Purpose. Foram sete malditos meses tendo que criar horários pra poder ir ao estúdio, que mesmo sendo dentro de casa, era complicado deixar Abbie de lado. Mas ela esteve comigo na gravação de quase todas as músicas, e ela foi a primeira a ouvir o disco e com um sorriso no rosto, me dizer:
- Este é seu melhor disco, amor.
Havia 18 canções, incluindo What Do You Mean e Sorry, que não parava de tocar nas rádios e estava em primeiro lugar de qualquer ranking musical. Eu me sentia realmente orgulhoso. O disco foi feito em uma base um tanto quanto conturbada da minha vida, muitos foram os dias que eu desejei que o dia tivesse mais de 24 horas, porque não era o suficiente pra mim. Eu tinha que me dividir entre estar com Abbie e cuidar da sua saúde e do nosso filho, e cumprir um trato com os meus fãs e, comigo mesmo. Eu ficava dois dias sem dormir, por tanto trabalho a fazer. Pastilhas pra garganta pra voz não falhar era o que não faltava, e o medo do disco não ficar pronto antes do nascimento do bebê, porque eu sabia que se o bebê nascesse, aquele disco não sairia nunca mais. Porém, finalmente, tudo estava pronto.
Pelo celular, eu rodava a minha página no Twitter, recebendo milhares de mentions a cada segundo. Eu preparava meus fãs para o novo disco, onde até agora eles só conheciam duas músicas. Eu estava contente pela resposta deles, pois, eles estavam ansiosos assim como eu.
- Amor? - Abbie gritou do andar de cima, enquanto eu estava deitado no sofá. - Justin? Onde você está?
- Estou aqui na sala, amor - respondi, ouvindo-a andar até o topo da escada, então eu a fitei. - O que houve?
- Tem como você acender a fogueira de ontem a noite? - ela perguntou, fazendo careta.
- Agora? - perguntei, franzindo a testa.
- Sim.
- Pra que? Não pode ser a noite?
- Agora, Justin! - ela disse, tentando mostrar durona. - E não me faça mais perguntas, apenas vá lá fora e acenda pra mim, por favor?
Soltei um suspiro, jogando o celular no sofá e me levantando. Abbie deu alguns gritinhos de comemoração e eu ri, andando em direção ao gramado, onde ainda havia vestígios da fogueira que fizemos na noite anterior, só nós dois.
POV. Abbie Liesel
Havia duas caixas de papelão no chão do quarto, e ambas estavam cheias. Eu fitava cada uma delas sem saber como carregaria isso andar a baixo, com aquela barriga enorme que eu não era nem se quer mais capaz de carregar, porém, me agachei um pouco, segurando a primeira caixa com as duas mãos, sentindo que não estava tão pesada quanto eu achava, então, em passos lentos desci as escadas, andando em direção a saída da casa, já na grama onde Justin acendia a fogueira.
Assim que ele me viu segurando aquela caixa toda sem coordenação, soltou tudo o que tinha na mão e correu na minha direção.
- Abbie, você não pode segurar peso - ele disse bravo, tirando a caixa da minha mão.
- Mas não está pesada - falei, vendo-o levar até a fogueira. - Não abra a caixa - avisei antes dele fazer qualquer ato.
- Ok - ele me olhou desconfiado. - Não é nenhuma das minhas roupas não né? Meus CDS? - brincou, me fazendo rir.
- Lógico que não, bobo. Tem outra caixa lá em cima, você vai pegar?
- Pego sim - ele disse, andando em direção a porta de entrada da casa.
- Amor - o chamei, vendo-o se virar e me fitar. - Só não abre, ok?
Ele balançou a cabeça positivamente, e eu apenas sorri, vendo-o entrar dentro de casa novamente, logo, sumindo da minha vista. Eu me virei para a fogueira, vendo-a já totalmente acesa, e ao lado dela tinha a primeira caixa. Senti um frio na barriga com aquilo, eu não tinha boas lembranças com fogo.
Logo Justin apareceu, segurando a outra caixa, deixando-a ao lado da outra. Ele soltou um suspiro, parecendo cansado, e me fitou.
- E ai? - perguntou, parecendo curioso.
- Hum... - murmurei, olhando as caixas. - Uma por vez.
Então, eu dei um passo, me aproximando ainda mais da primeira caixa, abrindo-a em instantes. Meu coração se apertou quando eu vi o que tinha lá dentro, e eu fechei meus olhos por alguns instantes, abrindo-os novamente e em seguida, segurando a caixa. Escutei Justin resmungar atrás de mim, provavelmente por eu estar segurando peso, mas eu ignorei, virando a caixa em sentido a fogueira onde tudo o que estava dentro dela, caiu no fogo. No mesmo instante, Justin se calou. Sem esperar muito, eu fiz o mesmo com a outra caixa, vendo seringas, remédios e resto de qualquer droga que eu ainda guardava.
Eu nunca mais havia tocado naquilo, mas também não havia colocado um fim definitivo. Eu sabia que aquilo era necessário, não seria só jogar fora e fim, eu estava queimando um passado turbulento da minha vida, colocando o ponto final em algo que me fez mal.
Olhei para trás, vendo Justin a dois passos de distancia de mim, olhando atento a aquelas coisas se queimando. Eu me aproximei dele, parando ao seu lado e lhe abraçando.
Eu não precisava dizer nada, e acho que Justin também não. Estava sendo deixado pra trás qualquer vestígio de passado que um dia nos fez mal, e, eu decidi fazer o mesmo o que aconteceu na boate. Eu não tenho nenhuma lembrança daquele lugar, nem na minha mente, nem material, tudo foi queimado naquela noite de incêndio, e eu estava fazendo o mesmo naquela tarde.
- Eu tenho muito orgulho de você - Justin sussurrou, e eu lhe fitei, sorrindo com as suas palavras. Aproximei meu rosto do dele, selando os nossos lábios.

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Peacock
FanfictionTodas as minhas palavras estão escritas em sinais, você é o caminho que me leva para casa. Veja as chamas dentro dos meus olhos, elas queimam tanto. Talvez eu seja uma luz, querida. Nessa noite eu quero me apaixonar, eu quero fazer você confiar em m...