Peacock

Here comes forever

''Eu sou como essa caixa de som na parte de fora da sua janela e onde estamos indo garota, não vai precisar de estrada porque isso não é um dos 50 primeiros encontros. Estou falando do real e de não fingir, estou falando sobre os papeis de uma vida, você e eu podemos escrever até o final.''

POV. Abbie Liesel

Eu olhava pro rosto de Justin que tinha um olhar um tanto quanto decidido. Aquilo me causava calafrios, imaginar Justin conversando com Scott sobre me comprar e me ter pra sempre era algo fora de cogitação, eu sei que de qualquer forma Scott negaria, mas ele não apenas negaria, ele faria algo a mais que deixaria Justin na merda.

E definitivamente era algo que eu não queria.

Pode parecer egoísta da minha parte não aceitar que Justin lute por mim, por nós, pela minha liberdade. Eu deveria estar grata a tudo isso? Claro! Se as coisas fossem fáceis como parece. Eu posso ser egoísta nas situações onde só Justin me procura, onde só ele envia mensagens ou luta pra que eu diga 'apenas fique...' e no final eu não digo nada, apenas deixo que ele se vá. Pode parecer egoísta quando só ele manda bilhetes pra marcar encontro enquanto eu fico calada e aceito graças a uma voz que não tem medo do perigo grita dentro de mim. Sim, pode parecer um tanto quanto egoísta da minha parte, mas ao contrário de Justin eu tenho medo. Eu tenho um medo tremendo do Scott, e não é porque eu sou mulher, não é porque de fato eu seja mais fraca que ele, não é porque o poder de Scott é imenso ao tamanho do meu, mas sim porque ao contrário de Justin Bieber, eu conheço de cabo a rabo quem cuidou de mim, eu conheço Scott e tenho certeza do que ele é capaz de fazer.

É por isso que eu sinto medo, que eu penso mil vezes antes de aceitar qualquer proposta, que eu não aceito pular do penhasco mesmo que tenha uma mão segurando a minha. Pode parecer tão egoísta, mas não é, se eu aceitar pular desse penhasco junto com o Justin, ele também irá se prejudicar. Eu não seria a única a morrer.

- Justin... - Murmurei, passando a ponta do meu dedo em seu peito enquanto o lençol branco ainda cobria os nossos corpos. - Eu acho que...

- Você não acha nada, Abbie! - Ele disse um pouco alterado, logo me cortando. - Você quer continuar nessa vida? Porra! Tudo bem, eu sei que a gente se conheceu a... 1 mês? - Ele franziu a testa. - Mas eu vejo em seus olhos que você não gosta. Ok, você diz que é a sua vida, mas você está acomodada nisso. Eu não sou a melhor pessoa pra falar de melhor vida pra ninguém, eu levo uma vida de merda, mas quando eu morrer quero saber que salvei a vida de uma pessoa.

- Você salva vida de pessoas todos os dias, Justin Bieber! - Eu disse incrédula. Sim, aquilo era realmente verdade. - Não precisa necessariamente ser a minha. Quantas pessoas deixam de se suicidar porque você lança uma música nova? Quantas pessoas acham motivação em continuar em você? Deus, não diga uma barbaridade dessas Bieber.

Ele riu, bagunçando o próprio cabelo. Seus fios ainda estavam molhados por conta do suor, então, ele deslizou seus dedos por eles e passou no rosto, parecendo cansado. Em seguida, esticou seu braço e enroscou nas minhas costas, puxando o meu corpo junto ao seu. Encostei minhas duas mãos em seu peito, nosso rosto estava colado o suficiente pra que eu pudesse lhe beijar naquele instante, mas Justin apenas sussurrou:

- Será que dessa vez eu posso querer salvar uma pessoa aleatória? Será que... huh, você deixaria eu salvar você?

Naquele instante eu dei graças a Deus por não estar com os pés no chão e sim com o corpo na cama, porque de fato se eu tivesse de pé eu já poderia presenciar meu tombo. As minhas pernas amoleceram de tal maneira que eu perdi o sentido, piscando algumas vezes e engolindo a seco.

- Não seja tão dura, Abbie. - Ele continuou. - Não seja tão dura consigo mesma.

Seus lábios eram quase uma perdição pra mim. Seu hálito batia contra o meu rosto e eu podia analisar sua boca mexer em câmera lenta.