Capítulo 23

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Louise, meu amor,

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Louise, meu amor,

Não acredito que você está realmente aqui, em minha cama. E muito menos que passamos a noite juntos. Tudo que aconteceu parece fora de qualquer sonho que já tive. Fiquei um bom tempo te admirando dormir. Sempre achei estranho quem faz esse tipo de coisa, mas não consegui evitar. Nunca estive tão feliz por estar vivo.

Meu coração está tão cheio de você que não adianta tentar descrever. Nenhuma frase irá definir como estou me sentindo agora. Espero que se sinta da mesma forma.

Acho que vou acordar desse sonho maluco e ficar preso na angústia de nunca conseguir te dizer o que sinto. Talvez seja por isso que essas cartas ainda existem e não consegui me livrar de nenhuma delas. No fundo, eu sabia que o dia que esse envelope estaria em suas mãos ia chegar.

Sei que nada irá justificar meus atos e acessos de raiva, mas dentro dessas cartas e folhas soltas, você irá encontrar uma explicação. Sinto muito por tudo que te fiz passar e espero que as próximas sejam apenas cartas de amor.

Eu te amo (E nunca foi tão fácil escrever isso).

Derek – 15/07

As lágrimas se formaram novamente e, enquanto eu buscava a carta com a data mais antiga, deixei escapar um soluço. Ninguém nunca tinha me escrito uma carta, quanto mais um envelope cheio delas. A mais antiga delas era do ano anterior e não tinha um destinatário ou saudação. Sua letra estava a lápis e um garrancho, como se estivesse escrito às presas. Era mais um bilhete do que carta.

Minha mãe teve mais uma crise. Eu tive mais uma crise. Fui hospitalizado. Meu amigo pediu para que eu procurasse tratamento terapêutico. A terapeuta me disse para escrever. Isso é ridículo. – D. 21/09

A seguinte estava escrita em caneta preta, sua letra escrita com mais capricho.

Ok. Vamos tentar de novo.

Depois de ficar mais de uma hora na sessão de terapia sem ter uma conversa decente, a terapeuta insistiu que eu tentasse colocar meus sentimentos no papel. Ainda acho que é a maior bobagem. O que isso vai mudar?

Minha mãe tem Alzheimer, ela teve uma crise e surtou. Dessa vez não estava preparado, pois eu a tinha visto bem dias antes. Estava na casa do meu amigo Tom quando recebi a notícia e tive uma crise de ansiedade. Já tive várias, mas nunca foi tão horrível. Pensei que ia morrer. Meu coração disparou, comecei a suar frio e fiquei totalmente sem ar. Tom me levou para o hospital e me internaram até ficar estável. Acredito que isso o assustou.

Como um bom amigo, ele me aconselhou a terapia. Eu sempre achei idiotice, mas depois dessa última crise, confesso que fiquei com medo. A terapeuta disse que pode ser um acúmulo de tudo: estresse e pressão no trabalho, minha mãe, meu relacionamento conturbado e meu passado.

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