"Não sei o que eu senti na hora, acho que alívio. Eu o conquistei e consegui o estágio. E ali estava o meu novo, maravilhoso e lindo chefe, que posteriormente se tornaria o mais insuportável que existe, mas como iria adivinhar?"
Dedicada e preocupad...
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Ao entrarmos, Derek já não estava mais por ali. Cumprimentei Lizzie e o bebê, e após nos identificarmos, subimos o elevador em total silêncio. Estava encarando meus próprios sapatos, pendurada no braço de Andrew e não notei qual era o andar até chegarmos à outra recepção e uma enfermeira se aproximar.
– Vocês precisam usar máscara e luvas. – ela orientou, depois de se apresentar.
Sem entender nada, apenas obedeci. Coloquei os itens de segurança e guardei meus óculos na bolsa. Voltei a me apoiar nele e seguimos por um corredor. Sentia meu corpo em estado de torpor após o encontro inesperado com Derek. O cheiro asséptico do hospital me recordou da época do assalto.
Nós caminhamos até a enfermeira parar em frente da porta da capela daquele andar. Era pequena, havia três bancos de madeira de cada lado e uma cruz imensa na parede. Andrew e eu nos sentamos no segundo banco do lado esquerdo, atrás de Tom e Liz, e senti uma angústia muito forte no peito. Eu não deveria estar ali.
Minha máscara se movia com minha respiração irregular e minhas mãos suavam dentro das luvas azuis de nitrila. Minhas pernas tremiam e senti a mão de Andrew em meu joelho. Queria pedir para ir embora, mas já era tarde demais.
Tom cumprimentou alguém e vi que era um casal de adultos na faixa dos cinquenta anos. Eles se sentaram em um banco do outro lado. O silêncio incômodo e tenso voltou ao ambiente, até que passos chamaram minha atenção.
Sally e Richard entraram pela porta. Eles não tinham mudado quase nada, só alguns fios grisalhos a mais no cabelo. Eles também sentaram do outro lado e agradeci por Andrew estar do lado do corredor. Quando os olhos afiados de Sally encontraram os meus, afundei meu rosto no ombro dele.
Definitivamente não era para eu estar ali.
Um padre entrou na capela e se ajeitou atrás do pequeno púlpito de madeira. Ele abriu a Bíblia Sagrada que carregava e começou a folhear algumas páginas. Estava distraída observando seus movimentos, quando percebi que todos olhavam para a porta.
Derek entrava de braços dados com a mãe, reconheci a mulher por causa das fotos que tinha visto dela. Só estava mais magra também. Ela usava um vestido simples e mesmo com a máscara dava para notar sua beleza, só parecia estar perdida. Os dois caminharam devagar até que ele a ajudou a se sentar perto de Richard e Sally.
Eu jurava que algo de ruim tinha acontecido com a mãe dele e suspirei aliviada quando a vi bem. Derek deu um beijo na testa dela. Ele não usava a máscara, apenas as luvas e tinha ajeitado a gravata no pescoço. Ele foi até o púlpito e conversou baixinho com o padre. Sua postura estava ereta e segura, Derek não tinha perdido a sua imponência. Sentia-me tão perdida que me assustei quando a voz de um menino quebrou todo o silêncio.
